Capítulo 73
“Bruxa, é o seu nome.”
O jovem mestre, que veio conhecer a luxúria, questionou a razão.
“Não se sabe ao certo, mas tem a ver com o seu sexo.”
“…”
“Só que vai além disso, algo fora da compreensão e dos pavores da loucura.”
***
E instantaneamente, arrancou do pensamento porque sabia que, se o presidente percebesse a cobiça para algo que lhe pertence, e pior, ama muito, fará a passagem para outra vida lentamente e dolorosa.
“Menino, me desculpe, eu… Caramba, desculpe. Foi um erro ter feito esperar…”
“Não, senhorita. Sou bem remunerado, não tenho problema em esperar.”
Foi tranquilo, segurando todo desejo de se aventurar por essas curvas.
“Não faça isso, não faça isso. Isso não te pertence, se acalme.”
Tentava alertar a si próprio para não fazer besteira.
A gentileza o desconectou de quem vivia num reino tirano, como se entrasse em um campo muito florido.
Até conseguiu arrancar um sorriso, vendo como segunda esposa.
“Não, é a matriarca.”
Nisso, tentava não ter maldade, porque nessa briga, quem ganharia seria o patrão, e mesmo o amando, não poderiam insistir, pois o seu chefe daria o jeito de sumir com seu corpo, da mesma forma que fez com a prostituta.
“O presidente tem bons olhos para encontrar mulheres bonitas, inclusive essa tão gentil.”
Declarou, por fim, colocando um ponto nessa semente de mostarda.
Retornando ao que obedece às ordens de seu dono, como um bom golden retriever que é.
“Mais uma vez, obrigada, tem como trazer as outras encomendas?”
Lealmente, como um cão, afirmou.
“Ok, meu cunhado vem pegar. Mais uma vez, valeu.”
“Não foi nada, às 11h30 estarei aqui, avisa eles. Tenha um bom dia, senhorita.”
“Sim, tenha um ótimo dia de trabalho.”
“Muito obrigado.”
Enquanto se esvaía, percebeu que seria um dia agradável e complicado.
Porque, ao mesmo tempo que ficará maravilhado, também arderá de ciúme e possessão.
Encaixando o capacete e fechando o visor, ao ligar a máquina, sente que ao redor não estava bem, e como um bom profissional, olhou na direção de onde vinha essa sensação de perigo.
Se deparando com outro semelhante, bem baixo, basicamente em torno de 1,70 m.
É desprovido de beleza, e sua idade transmitia o que era, com vários sinais de uma idade avançada, como se tivesse acima dos 40 anos.
Não havia massa magra, sendo delgada.
Contudo, o que incomodou foi a encarada em sua direção, que queimava numa mistura de raiva e desejo.
Como se odiasse sua presença, por estar perto de alguém de quem gosta.
Nesses poucos segundos, Sam, treinado para identificar potenciais perigos, viu que não seria nada bom esse cara colocar os pés nesse novo território.
Pois o mesmo fim que seria direcionado para ele será despejado nesse que estava queimando explicitamente pela senhorita.
“Acho que alertarei o líder, se não… serei a vítima a ir para a cova.”
A moto desejada desceu para resolver outros assuntos mais significativos.
[Desculpe, vou demorar um pouco, acabei esquecendo de pegar a encomenda que mandou. Se importa em esperar no máximo 20 minutos? Vou me maquiar depois que comer. Desculpe de novo. ^^’]
A mensagem é mais curta que a última, ainda assim mostrava esse lado fofo, alegrando-se por, pelo menos, ver isso por uma terceira via.
Estava na SUV de uso frequente, só que de motorista, com higiene completa.
O líder foi notificado, e a estratégia seria igual, vão fazer a segurança disfarçados e ficarão de olho na redondeza para qualquer emergência, e agirão imediatamente.
O buquê de rosas vermelhas chegou no primeiro horário, para a moça entregar em agradecimento e finalmente concluir tudo.
Mohammad, queria de alguma forma agradecer por gerar e criar essa pessoa tão maravilhosa que é sua filha.
Caso essa senhora estivesse viva, faria de tudo para que sua vida se prolongasse.
Mas, por enquanto, agradeceria sem um feedback.
Ter uma sogra falecida pode ser um bônus e seu mal.
Caso a dona Eliana estivesse viva, ajudaria muito a seu favor e faria de tudo para a filha ficasse ao seu lado.
Latifah também nunca conheceu a mãe, que faleceu assim que a colocou para fora, só que não importa, porque de um modo ou outro estariam fadados a ficarem juntos por causa dessa união.
No entanto, nesse caso, seria o oposto, uma personagem crucial nessa operação cupido, e, além disso, a filha seria outra, bem mais alegre e receptiva do que é agora.
Todavia, tinha seus contras, provavelmente não seria ele a estar ao seu lado, e sim outro beneficiado.
Desse modo, mesmo atrasado, onde estivesse comprometida, usaria métodos para que esse alguém considerado ‘ideal’ desaparecesse e fosse posto no lugar.
De uma maneira ou outra, a teria de qualquer jeito, seja pela ajuda da sogra ou não.
Alguns dos itens comprados estavam no banco de trás, nem todos couberam, pois o impulso ‘mágico’ ocasionou um acúmulo exacerbado reservado no closet de seu quarto.
No entanto, há uma boa variedade, como joias mais discretas de uso diário, as várias caixas da Dior, de coloração branca, num estilo minimalista agradável com o laço icônico, sendo marca registrada.
Qualquer uma tem em seu código genético o reconhecimento dessa marca que somente as seletas adquirem, amam e se sentem honradas por receber pelo lado afetivo.
Relatando ao cuidado e amor, exclusivamente vindo de um homem apaixonado como esse ser.
Sabe a insignificância para sua amada, entretanto, queria receber a mesma reação quando foi direcionada ao seu antigo amigo de trabalho, que lhe deu um produto barato para esse bilionário.
Esperando ganhar essa dose de felicidade, que somente os seletos por parte dessa divindade recebiam.
Tudo para demarcar território, que já foi ‘mijado’ por muitos.
Homens e seus instintos machistas mascarados como teor ‘rústico’.
Ressaltando que seriam ‘provisórios’, até seu perfumista confeccionar toda a linha que será sua assinatura daqui por diante.
Também comprou outras coisas básicas, que seriam os suspiros de muitos.
Todavia, o centro são as joias e as fragrâncias.
O veículo estava no mesmo ponto de vigília, ansiando esse acontecimento considerado um marco.
Seu celular tiraria várias fotos e alguns vídeos de suas reações enquanto se divertem.
Desejava prender esse breve passeio quando estivesse longe, mas caso apareça um imprevisto, retornará e concluirá o objetivo que deixou para frente.
Por enquanto, permitirá o conforto e o aproveitamento de todas as delícias com seus parentes antes da despedida oficial.
Esperou pacientemente e especificou a placa do carro caso ficasse perdida na hora de encontrar.
A única resposta foi um emoji de confirmação.
Bruna, que descia as escadas de uso público para espairecer a mente e conversar com um estranho que conheceu há poucos dias, presenciou a união com sua rotina.
Ainda que sempre tenha preferido descer pela Borda, quando é o oposto, o melhor é ir por cima, não existindo necessidade de subir a escadaria, caso contrário, daqui.
“Nem tanto.”
No entanto, quando era do colegial e estudava à noite, escolhia esse trajeto.
Recorda o dia em que decidiu pôr um fim no seu primeiro relacionamento, tendo certeza, e fez todas as etapas para excluir esse amado que machucou demais.
Estava retornando para seu lar, no primeiro ano do ensino médio, não recordava se era final ou meio do ano, mas estava frio, numa noite perfeita.
Bem estrelado, com o vento que gelava a ponta do nariz, essa sensação foi o ato de liberdade.
A sua mente era tranquila e, querendo ou não, pronta para dar esse passo que era interromper uma cadeia de ilusão e dor.
Quando chegou em casa, onde antigamente a varanda não era fechada e existia o velho portão bem-acabado da época do antigo proprietário, não sofreu por antecipação, ou algum nervosismo.
A sensação de segurança transmitia paz, cercando de um jeito que nunca mais atingiu.
Foi esse estopim que causou uma divisão de mares, entre maré baixa e a pororoca, na verdade, mais ruins do que boas.
Só pelo fato de estar segura, em não permanecer no que prejudicava de tal forma que não estava se reconhecendo, foi libertador.
Ao dizer as palavras de término ao seu grande amor, foi arrebatador e triste, causando um misto de livramento e medo, pois a culpa por não despertar a chama da paixão e a libido masculina martelava.
Com o segundo namorado, notou que não era desse modo e sim, verdadeiramente, a não retribuição desse amor, como gostaria que fosse.
Bem, faz parte da vida, e hoje, com a casca dessa ferida sarada e seu corpo rejeitando os outros, o laudo culposo não a perseguia mais.
Fez seu papel, que era amar, todavia não significava que seria recíproco.
E precisava focar em si, curar o que foi perdido durante esses anos.
A depressão não foi o principal aliado dessa perda de identidade, mas depois desse rompimento, percebeu a perda, só que a verdade doía demais para aceitar, e a mentira era mais gostosa.
Agora, será diferente, cortar o cordão umbilical dessa placenta é essencial para seu espírito e mente.
Bruna, que ainda se habitua ao salto, mesmo que o tamanho seja o ideal, acha um pouco desafiador andar sob um calçado que não seja rasteiro, como chinelos ou tênis.
Saiu vinte minutos como prometido e comeu rapidamente para logo se maquiar com calma, ressuscitando um antigo costume.
Sem um batom extravagante, e sim um hidratante labial com cor.
Quando foi a Madureira com a irmã, se apaixonou pelo tom semelhante a uvas roxas, que decorou e destacou essa boca carnuda, dando um contraste à sua pele negra.
Com todo o acessório, era harmônico.
As presilhas adquiridas no mesmo destino deram um ar jovial a uma mulher da faixa etária dos trinta anos, jogando nos seus vinte e poucos anos.
O tipo de vestido foi o que sempre amou.
Não decotado, impedindo de ver o resto do colo e busto, e a manga curta, havendo uma divisão clara.
E descia suavemente, que, ao mesmo tempo, escondia sua cintura e também revelava o que tentava ocultar.
Embaixo é rodável, caso qualquer vento soprasse, mostraria a tal calcinha que ajuda a segurar o que estava meio caído.
Não queria que acontecesse, e por causa desse conjunto, sua irmã emprestou uma bolsa de couro falso na tonalidade branca, é um charme e combinava com o look que dava ideia espontânea de alegria, como ela.
Pediria para passar na antiga igreja — que só foi uma única vez — para concluir a promessa.
Daqui para frente, a próxima rodada será por sua conta.
A única falta comentada por Beatriz são os acessórios essenciais, nem que se limite ao básico.
A jovem, no final de sua pintura, apreciou a bela arte feita e sentiu falta de um cordão e um par de brincos, podia também ser uma pulseira.
Contudo, com a dermatite de contato, o brinco ficaria só no cheiro, e para o restante, um belo cordão discreto ornamentaria e complementaria todo esse visual que um dia agradou muito.
E lamentou o desperdício de seu único cordão naquela situação irritante em ter o último relacionamento.
Só que era tarde.
Chegando perto da usina elétrica, vê o mesmo veículo pica que passava constantemente toda vez que ia à praça, e como nunca interessou, pegou o celular e viu se era a numeração correta.
O logo da BMW representava sua raridade por essas redondezas, e de cara decifrou que pertencia ao seu convidado.
Mohammad apenas observava na tela a filmagem traseira, muito comum para auxiliar na hora da manobra, sendo o objetivo descartado.
Nesse instante, a aproximação de uma bela jovem de vestido amarelo, revelando suas coxas e observando a placa, é de extrema valia.
E, mesmo com a beleza ressaltando o peito, também sentia o ardor para não avançar em qualquer um que a cobice.
Foi aí que a ficha caiu, quando identificou o seu papel.
Um simples conhecido que quiçá poderá evoluir para uma amizade, entretanto, tendo a delimitação, não permitiria que ninguém a encostasse, não sob sua presença.
Comentários no capítulo "Capítulo 73"
COMENTÁRIOS
Capítulo 73
Fonts
Text size
Background
As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...