Capítulo 78

“Ah….. Não sou fotogênica, não quero.”

 

“Sem desculpa, não me importo como vai parecer, quero uma memória desse passeio, depois podemos nos divertir.”

 

“Hum…”

 

Mostrando um descontentamento, revelou a nudez de sua negação por sempre sair esquisita em todas.

 

Para alguma sair bonita ou ‘legal’, é preciso mais de vinte e escolher uma que sirva como perfil de alguma coisa.

 

Indo para um mural de mesma significância que o funcionário do mês.

 

No entanto, ele queria algo para ficar admirando enquanto estivesse longe.

 

Portanto, pegou seu celular e selecionou Nathaniel, que se fantasiava de civil, e pediu passivamente para tirar algumas delas.

 

O empregado, mesmo graduado em fotografia, estava nervoso devido à ameaça implícita, tentou se manter ereto nessa captura histórica.

 

“Como quer tirar a foto?”

 

A jovem ficou fascinada pela altura e queria envolver suas mãos ao redor do seu pescoço enquanto suas pernas cruzavam sua circunferência, como qualquer mostruário de casais amorosos.

 

Contudo, havia um problema, pesava 78kg, e como kg não é grama, deixou esse desejo para o imaginário.

 

Mas, a leu como um livro aberto e quis realizar esse desejo que também é o seu, principalmente o fato de estar tão perto de seu corpo.

 

“Sobe.”

 

Se agachou para se apoiar em suas costas e fazer o tão sonhado desejo deles.

 

“Não, sou pesada.”

 

“Tá tudo bem, sou bem forte.”

 

“Carregar uma pessoa é diferente de um saco de cimento.”

 

“Mesmo que tivesse 100kg, ainda te carregaria, anda, sobe.”

 

A garota olhou com certo receio pela multidão ao redor, porém, com o incentivo em forma de ordem, ouviu seus pensamentos intrusivos e apoiou nas costas dele, que facilmente, sem tremer um único membro, se ergueu.

 

“Muito alto! Me segura, Mohammad! Não quero cair e pagar um mico.”

 

“Tá tudo bem, cordeirinho é leve, dá até para pular.”

 

Dá um pequeno salto no degrau, que faz gritar de desespero e risos escapam por sua boca.

 

“Para com essa brincadeira! Tire essa foto logo!”

 

Agarrando firmemente esse pescoço grosso, que gargalhava pela reação esboçada, amando o fato das pernas envolverem sua cintura.

 

A quentura da parte íntima fazia seu corpo tremer.

 

O segurança, que esperava a ordem, ficou perplexo e estranhou realizar um ato nunca visto na vida.

 

“Ainda assim, não gostei dela.”

 

Isso tem mais a ver com o fato do objeto adorado como um herói estar sendo ‘corrompido’ por essa bruxa.

 

“Pode tirar.”

 

Em inglês, Nathaniel tentou fazer seu melhor lance, já que essa foto definiria seu futuro no mundo dos vivos.

 

“Diga ‘X’.”

 

Incentivou-se a se preparar, foi assim que saiu da vergonha e mirou diretamente para o que estava com a câmera.

 

E, com sua mão esquerda, posicionou os dedos para dedicar um movimento de V, muito utilizado numa fotografia em conjunto.

 

Quando a câmera fez o barulho característico de captura, confirmou o momento eternizado.

 

Entretanto, quando afirmou que só seria uma, Mohammad foi mais rápido, fazendo um movimento ágil ao mudar a postura dela, carregando-a com seus braços fortes.

 

O grito forte reverberou por todos os transeuntes, que deram atenção a um casal que estava apenas realizando atos apaixonantes.

 

“Não! Vou cair!”

 

“Haha.”

 

Virou o rosto para a posição oposta e bloqueou com a grossa cortina escura, enquanto o responsável apenas se divertia com esse ato proposital.

 

Sentir seu calor através do terno social foi a melhor coisa, apesar de estar acima do peso, para ele é leve como uma pluma.

 

Em posição da noiva, outra foto foi tirada, onde se visualizava uma expressão doce e amável do presidente, que nunca combinou com sentimentalismo.

 

“Porra! Meu caralho!”

 

Os olhos, fechados com pavor da surpresa, não acreditavam que a força desse cara era bem real.

 

A ponto de tornar-se uma boneca de pano.

 

Enquanto bloqueava qualquer reação do público, descia as escadas sem problemas, como se carregasse um pequeno animal.

 

As mulheres se encantavam com a cena, como um marido carregando uma esposa, deixando-as anestesiadas.

 

Achava que esse tipo só é mostrado em filmes ou ensaios de casamentos.

 

Mas não, é real, e a jovem tem 78 kg distribuídos em 1,52 m.

 

Se distanciando, os visitantes imaginaram se essa cena ocorreria em suas realidades, principalmente se tratando de um homem com tremenda beleza.

 

E continuou carregando em seus braços até onde o carro estava estacionado.

 

Os corajosos até propuseram eternizar o que nunca ocorrerá novamente.

 

Os seguranças seguiram o seu senhor, que carregava sua esposa até a sua carruagem.

 

De olhos fechados, não queria saber o fim dessa humilhação e assim chegaram ao destino.

 

“Pronto, cordeirinho, já chegamos.”

 

“O que…?”

 

Removeu a face dos ombros fortes, abrindo devagar, vendo que não estavam no mesmo local.

 

Instantaneamente, seu medo foi modificado para fúria.

 

“Co-Como pode? Palhaçada, me solta!”

 

Com toda delicadeza, seus pés tocam o solo mais uma vez, seu vestido, que subiu um pouco, mostrou algo restrito.

 

Os empregados rapidamente viraram-se de costas para não serem penalizados pelo Hades, por ver algo que só pertence a ele.

 

A calcinha estava sendo vista por um homem coberto de desejos ardentes.

 

Mesmo tampando uma parte dos glúteos, ainda dava para ver o desenho da protuberância redonda que cabia em sua mão.

 

Sem perceber, abaixou, retornando ao tamanho original, e nesse momento encontrou um Daniel Cleaver com intenções de um Mark Darcy.

 

“Isso não teve graça, Mohammad! Tá de sacanagem?”

 

“Não fica desse jeito, cordeirinho.”

 

“Humpt!”

 

As mãos estavam de cada lado da cintura, formando uma paisagem de braveza.

 

Tem ciência do poder das baixinhas, mas não tanto quanto ela, e estava adorando.

 

“Calma, tá tudo bem, não precisa ficar estressada.”

 

“Tá, isso só é bonito nos filmes, na realidade deu medo.”

 

“Sei que gostou, vejo a intenção nítida em fazer isso desde que percebeu a minha altura.”

 

“É que… huh….. É supernormal gostar de homens altos, isso não é crime.”

 

“Só vai ser se for com outra pessoa.”

 

O sorriso não é de felicidade, e sim de ameaça para que ninguém imite.

 

Ela queria sair daquilo.

 

“Entra logo, se não, não vai ter nada do que falei.”

 

“Claro.”

 

Com um sorriso bobo, entrou sem algum esforço, esperando ser adorada como uma deusa.

 

“Espero que todos tenham entendido.”

 

Calmamente, todavia aterrador, os seguranças engoliram saliva.

 

Não era qualquer aviso, e sim ‘o aviso’, caso desobedeçam, é o som de alguma faca cravando seus peitos que escutarão antes de fechar os olhos eternamente.

 

“Sim presidente.”

 

Num tom normal, distinguiu perfeitamente a sonoridade de cada um.

 

Não há palavras para descrever que sua ordem tem o mesmo impacto que a lei marcial.

 

“Muito bem, meus cachorros.”

 

Havia uma pequena brecha na janela, mas, foi tão baixo que, ouvindo música, ficou alheia ao tom de ameaça lançado.

 

Assim que entrou, reafirmou que realmente o desejo de não seguir o cronograma planejado.

 

“Não, quero comprar roupas.”

 

Foi eufórico e irredutível para refazer uma ação que há tempos estava adormecida pela falta de grana e interesse após passar pela doença.

 

E mesmo não tendo um vínculo, queria aproveitar ao máximo enquanto estava oferecendo tudo de boa vontade, pois depositou as fichas sobre o seu caráter.

 

“Toma seu prêmio.”

 

O pé erguido em sua direção afirmava sua promessa diante de si, ainda calçado desafiou a tirarem.

 

O que nem remediou e beijou o calçado com a poeira e germes que tanto detesta.

 

No entanto, o cheiro de sua pele é maravilhoso, logo, quando removeu um dos calçados, pegou o perfume comprado e espalhou pela área.

 

Ao apreciar a cena, achou que era um pedaço de carne sendo temperada para esse lobo astuto devorar.

 

Mesmo não sendo adepto do canibalismo, o sabor inebriante de bergamota e rosas, com fundo amadeirado, tornou-se tão refrescante que fez querer morder para deixar marcas espalhadas.

 

“Eu te amo, sua pele é maravilhosa.”

 

“É… ahh…”

 

Seu vestido estava levantado, mostrando um pouco do que não é permitido, atiçando ainda mais o desejo e a vontade de trilhar com os dedos para cima.

 

Mas, se contentaria com a parte autorizada.

 

E fez o que desejava, beijou, mordeu, lambeu e chupou entre os dedos.

 

Enquanto isso, por afetar sua área sensível, sutis gemidos são expressos enquanto sua parte íntima esquentava como brasa.

 

Essa deusa, responsável pelo departamento, amava quando via essas madeiras úmidas esquentarem e o fogo tomar forma.

 

“Está gostando do seu presente, lobo mau?”

 

“Muito.”

 

“Como se diz?”

 

“Obrigado.”

 

“Uhh….”

 

Cheia de satisfação, por algo que não entende a razão, é surpreendente, e por isso, se acusou caso se tratasse de seu pênis.

 

“Acho que quicar um pouco não mataria, só um pouco, por cima, sem estarmos nus.”

 

“Ahhh…”

 

E, pelo fato de o vidro não estar vedado, os gemidos contidos escapuliu, deixando os de fora saberem da pequena gratificação que o presidente conseguiu muito rápido.

 

Concretizando que realmente tenha tudo que deseja.

 

E profetizaram que, possivelmente, seria algo passageiro. Só que…

 

“Chega, não quero chegar tarde, e estou ficando com fome.”

 

“Só que…”

 

“Não, outro dia, não quer dizer que lhe dei a mão que vai ter o braço inteiro. Se vá.”

 

A ignorância privou-os numa ilhota coberta pela névoa, mas Alex, o poliglota, soube da resposta antecipada e foi convicto desse firmamento na rocha.

 

“Tudo bem, o que quer comer?”

 

“Um salgado e refrigerante.”

 

“…”

 

“Por favor.”

 

Esse jeito meloso, depois do que aconteceu, deixou seu pau mais rígido, perfurando a calça social com precisão.

 

Não aprovou a higiene do local.

 

Entretanto, estava com fome e não podia deixar assim, mesmo nesse veículo, demoraria. Desse modo, pediu para esperar pelo pedido.

 

“Tudo bem, olha, gosto de enroladinho de queijo e presunto, e traz Fanta Diet.”

 

“Ok, não abra o vidro.”

 

“Sim, sim, vai logo, está roncando.”

 

Não mandou seus cachorros, foi sozinho enquanto permaneciam escoltando a área para qualquer eventualidade.

 

E não demorou muito, com passadas largas, chegou à lanchonete que serviu a garrafa d’água.

 

Sendo preciso e cirúrgico, fez o pedido e escolheu o melhor, ainda temendo uma infecção.

 

E pago, todos que conheciam a face desse deus descobriram que não é totalmente ‘divino’ e ocultavam um pacote grande, bem nítido para toda a faixa etária.

 

“Olha, mamãe, o home tá de pinto duro.”

 

A criança, que mal saiu do jardim de infância, aponta para Mohammad que passava por eles.

 

A mãe, que ficou envergonhada pela criança e por ela, xingou baixo sobre a atitude nefasta do estrangeiro em não ocultar suas vergonhas.

 

E aquilo não atingiu, só pensava na Bruna e no fato de ela ter um pico de hipoglicemia.

 

Com isso, as passadas foram mais urgentes, chegando mais rápido do que foram.

 

A moça recebeu com cuidado e educação, e devorou calmamente para não sujar o carro.

 

Uma cena notável, onde permitiu que alguém comesse no automóvel e devagar saiu de lá.

 

O som alto, bem alegre, era o prelúdio em despedida ao Parque Lage, para visitar um dos melhores bairros do RJ.

 

O sentimento é como sair de sua casa para viajar quilômetros de distância para um ponto que amava sua mão de obra, contudo, desprezava o seu ser.

 

Nunca imaginou que, por ser carioca, se sentiria uma imigrante, como se o Rio de Janeiro não fosse um estado, mas um conglomerado de pequenos países que, assim como o resto, sustenta a segregação social e, inclusive, a racial.

 

Conforme o cronograma mental, o motorista tinha plena capacidade de chegar ao destino antes dos 44 minutos.

 

Sairia do Jardim Botânico, indo em direção ao Túnel Zuzu Angel, esbarrando em São Conrado, bem de frente para a maior favela da América Latina, Rocinha.

 

A jovem é inundada com flashbacks quando pegava o 309 para ir ao pré-vestibular social.

 

Na época, tinha medo, pois ouvia vários relatos e conflitos, acreditando ser um domínio um tanto perigoso.

 

Mas durante o período do curso, nunca houve nada e até fez uma excursão no ‘Centro Cultural Banco do Brasil’, na Central do Brasil.

 

E assim como a vida, esse preconceito foi expulso de sua corrente sanguínea.

 

Passando por essa cronologia, seguiam caminho para a Estrada da Gávea.

 

Não era um trajeto consideravelmente rápido, mas garantia um pouco mais de aproximação.

 

Não tem como negar, as flutuações sociais estão escancaradas a ponto de um cego destrinchar a riqueza e pobreza.

 

E, com o avançar da idade, se tornou extremamente perigoso, pois a massa subjugada não reconhece o potencial, permitindo que poucos continuem liderando muitos.

 

Entretanto, fazer o quê?

 

Enquanto o pobre continuar odiando seu semelhante, a burguesia permanecerá no poder.

 

Seguindo em alta velocidade, o furor tóxico a contaminava.

 

Com o vento batendo em seu rosto, dava a sensação de adrenalina, uma verdadeira combinação para a felicidade.

 

Essa era a razão de amar viagens longas.

 

Antigamente, até os 19 anos, não suportava andar de ônibus, porque sempre deixava enjoada pelo chacoalhar e pelo cheiro horrível de gasolina.

 

Podendo até parar em um ponto para vomitar.

 

Mas depois, esses enjoos pararam e conseguia curtir tranquilamente.

 

Principalmente de carro, e toda vez que tinha oportunidade, pegava o lado da janela, para sentir esse frescor e admirar a boa ou nem tanto, paisagem que sua naturalidade representa.

 

E, como um cachorro, ficou admirada, desejando repetir a dose.

 

É por isso que aceitou se deslocar do Jardim Botânico até a Barra.

 

A viagem já valia por um kit completo de joias que estão em seu corpo.