Capítulo 87

O pessoal que cuidava do estacionamento já sabia quem era, alertando o gerente sobre a chegada de Mohammad e o convidado surpresa.

 

Os funcionários foram instruídos sobre a primeira visita do presidente que fundou a Health Fitness.

 

Logo, o medo era uma reação primária.

 

Principalmente, os relatos da sua inflexibilidade, com um péssimo humor, um tanto perfeccionista, com uma fobia extrema.

 

Portanto, ontem a loja passou por uma limpeza geral, obedecendo aos critérios à risca do protocolo que não só é válido para hospedagens, mas também para o conglomerado.

 

“O presidente acabou de chegar, espero que não destrate o convidado, pois será dali a avaliação. Não espero um desempenho mediano, quero o impossível devido à sua importância.”

 

O alerta do todo-poderoso, que resolveu abandonar seu trono e vir a uma aldeia que odeia, trouxe um cliente surpresa.

 

Faltam quinze minutos para a abertura, mas chegaram mais cedo para checar o quadro geral.

 

“E mais uma coisa, o convidado não pode suspeitar da identidade do presidente, trate-o com o devido respeito. Entenderam?”

 

“Sim, senhor.”

 

A equipe foi dispersada, para realizar suas funções, tinham que agir naturalmente para o bem dessa pessoa, sendo um cuscuz de nervoso e apavoro, caso falhem, perderão seus empregos.

 

Enquanto esperam a boa vontade das figuras, o veículo estreitou-se pelo casal que descobriu os primeiros passos do desejo.

 

Mohammad estava ofegante, envolvido em lábios da tonalidade de uva, mas com sabor de bergamota madura, descredibilizando a época mais ativa.

 

Esperava uma inexperiência e estava pronto para ensinar essa arte decorada, entretanto, ganhou uma aula de sedução e vício.

 

Não queria desgrudar daquilo, do seu calor em cima de seu colo, essas pernas grossas tentando envolver sua cintura e suas mãos pervertidas sondando por dentro de sua camisa social.

 

“Agora entendo a razão do atestado de insanidade, nesse caminho serei o próximo.”

 

É o motivo dessa aceitação.

 

E uma amiga quase inimiga, que espreitava na hospedeira, ascendeu, saiu de sua gaiola e agora tinha o play 2 ao seu comando, e ditava as regras de algo que foi proibida de fazer.

 

Fazendo o trabalho que qualquer interesseira que foca em seu alvo deveria fazer: deixar viciado e louco.

 

“Ahn… Disse que era ruim nisso….”

 

Quando foi liberto da jaula, seus lábios pintados de roxo deixaram um sabor único.

 

“Ué, mas eu sou!”

 

“Mentirosa.”

 

“Tá, para de chorar, só continua movendo essa boca.”

 

“Eu te amo.”

 

“Tá.”

 

O casal, que tem experiências distintas do período da adolescência, agora experimentava o que essa idade tem a oferecer.

 

A jovem, que não estava para brincadeira, tentou aproveitar essa brecha na cintura para simular uma ‘cavalgada’ light em cima desse corcel selvagem, que possui mais velocidade que seus carros esportivos.

 

Que não suportava esse gesto que antes era brincadeira de criança.

 

“Quero foder, quero foder, quero foder essa buceta!”

 

Seu instinto predatório implorava para despir e penetrar sem fim, quer saber o gosto dessa vagina em sua boca.

 

Quer muito fazer sexo oral.

 

Uma arte da qual sempre fugiu, tão qual quanto o diabo diante do salvador.

 

“Tá quente, tô com calor.”

 

O que pegou seu brinquedo desprevenido, acionando o botão para abaixar o vidro do motorista para se refrescar.

 

E o responsável pela ronda vislumbrou algo comum, mas que se tornou histórico.

 

Dmitri, o mais velho da guarda, e o tanque, faziam sua segurança, ao serem mandados por ocasionalidade.

 

Passou pela área perto do carro do presidente e, pela demora, achou melhor ficar por perto, e caso algo acontecesse, era rápido para se camuflar, só que nem os deuses e o próprio mortal poderiam imaginar em ser pego desprevenido.

 

Como um voyeur sem sorte, se deparou de frente à cena quente de um casal que estava no início da floração.

 

Por sorte, ambos estavam vestidos, e a mulher era invadida pelas mãos grandes do presidente, que acariciava por dentro de sua pele quente e protegida por um top firme.

 

E outra, como estavam em outro universo, não perceberam a presença de um cara alto e forte, que parece um monstro, observando o circo pegando fogo.

 

“Tá calor, tá calor!”

 

“Ahh… rebola mais… desse jeito…”

 

As órbitas negras do segurança expandiram, e ele não estava crendo no que via.

 

Não pelo contexto, pois esse tipo é até bem leve, só que pela face fervorosa e amorosa de seu dono para a dama.

 

Nem precisaria de palavras para demonstrar que o amor habita esse demônio, enquanto a santa, bem, estava se divertindo com o que essa quimera tem a oferecer.

 

A feição deixou um tanto conflito e aceso, então, agradeceu por ser mudo e branco igual ao fantasma.

 

Takano, que observava de longe, deu instruções sem emitir som para manter ali, pois o ouvido do presidente só falha para os pés de pluma do secretário.

 

Por isso, teve que ficar mais firme que rocha.

 

“Puta que pariu, por que a porra desse mudo foi fazer uma inspeção perto de onde eles estão?”

 

“Que má sorte…”

 

Mascando um chiclete, Charlie prendia o riso da situação em que seu colega de serviço se meteu.

 

“O jeito é ficar, e depois… droga, só espero que não esteja nua.”

 

Alheio ao plano terrestre, foi transportado para um universo novo, e o invasor teve a chance de ser visitante nesse jardim proibido.

 

Os cheiros se misturam e tudo se torna uma confusão.

 

E estava tudo bem, é para isso que serve o prelúdio do sexo, para juntar misturas distintas e fazer únicas, entretanto, tinham que vencer várias barreiras que não se limitam a roupas.

 

Lentamente, outros carros iam adentrando, e como o espaço era reservado, ninguém podia entrar, assim, tem essa liberdade para usufruir com carícias +16.

 

O pano da legging é um empecilho, que clamava por um vestido igual ao da sexta, assim desfrutaria dessa cobra na rachadura de seu buraco, o que tornou tudo um tanto desafiador.

 

“Me ajuda a tirar isso.”

 

Mesmo alucinada, sabia seu lugar nisso, é contida num sussurro que somente o homem, o voyeur e Deus sabiam distinguir, e esse tom só acendeu ainda mais a chama de seu parceiro.

 

“Não está com fome?”

 

“Sim, só que vamos fazer rapidinho.”

 

“…piraí.”

 

Não era o planejado, preservava pelo romance, mas o desejo o consumia por todos os cantos, e, além disso, não seria profundo, um roçar leve de namorados, uma pegada quente antes de encher os corpos com bebidas.

 

Por isso, acionou agilmente o banco do carro e inclinou para ficar numa posição confortável.

 

Sabia como proceder, já fez isso diversas vezes quando a sede do prazer era maior e tinha que saciar no carro.

 

O que faz a dama rir de divertimento, que degustaria novamente o que não sente desde os 17 anos.

 

Contudo, seu organismo, que estava baqueado com hormônios do prazer, fez o alerta máximo pela ausência de alimento.

 

Rooooncccc.

 

Ao ouvir, toda chama acesa naquele momento único foi apagada pelo ronco de fome dela, e mesmo sendo preciso, deixou-a furiosa.

 

“Calma, meu amor, vamos tomar café e depois terminamos.”

 

“Porra…”

 

Lançou sobre ele, com amargor de incapacidade orgânica, em razão de que saco vazio não para em pé, inclusive seu caso.

 

“Tudo bem, cordeirinho, vamos, ok?”

 

“Huummm…”

 

Rindo dessa malcriação, ajudou a desvincular-se dessa névoa inebriante e saíram do veículo.

 

Por sorte, pelo resquício do prazer, não percebeu o som de pés brutos fugindo dali.

 

***

 

O ‘Balance Expresso’ é um estabelecimento boutique criado um ano após a inauguração da Health Fitness.

 

Devido ao ‘boom’ que contaminou todo o ocidente, seu fundador idealizou um ambiente onde houvesse tudo que uma cafeteria do leste asiático oferecia.

 

Preservando a idealização primária para uma parcela grande, contudo, limitada.

 

Com o chef, iniciou a criação de um menu totalmente revolucionário que fosse o oposto de ‘saudáveis e dietéticos’, formulando assim o que é hoje.

 

O nome ‘balance’ vem do significado ‘equilíbrio’, onde junta hábitos saudáveis, mas com o pé do que é mais gostoso.

 

Por isso, é queridinha daqueles que procuram potencializar o cuidado, mas sem perder o sabor dos pratos atuais que não causem um efeito enjoativo ou um retrogosto desagradável.

 

A cafeteria exibia uma decoração harmoniosa, com madeira escura que conferia um toque rústico e acolhedor.

 

Enquanto o balcão de aço branco, adornado com detalhes em verde-chá, infunde um frescor ao ambiente.

 

Essa paleta de cores cuidadosamente escolhida não apenas embeleza o espaço, mas também cria uma atmosfera convidativa que acolhe os visitantes como um abraço caloroso.

 

Cada canto estava impregnado de um convite sutil para que os clientes se deixem levar pelo momento, relaxando e desfrutando de uma pausa revitalizante em meio à agitação do cotidiano.

 

É um espaço que não apenas encanta os olhos, mas também acalenta a alma.

 

O que raramente acontece, nem ela, que trabalhou na área, nunca presenciou uma atmosfera como essa, e só por encostar, um sorriso discreto estampou o seu rosto.

 

“Gostou?”

 

“Sim. Traz uma boa energia, como um abraço dum amado.”

 

“Fico contente por isso.”

 

“Vamos sentar perto dali, quero ver a paisagem do lado de fora.”

 

O canto é um lugar privilegiado, revelando a bela vista com enorme vidro insulado, proporcionando luz natural.

 

Oferecendo calmaria diante do caos empresarial.

 

As mesas fabricadas do mesmo material dominante possuem espaços para duas até seis pessoas, para comportar um grupo grande, o que é bem corriqueiro.

 

E uma pequena placa de sinalização na coloração preta, com o nome da loja e um lindo emoji de coração na coloração branca.

 

Bruna achou muito fofo e, como nunca parou para ficar numa cafeteria nesse estilo, se maravilhou com os detalhes.

 

O clima não inibiu os clientes que preencheram as vagas, enquanto mais veículos enfeitavam a enorme garagem.

 

Foi aí que percebeu que passou das 8h.

 

E por um instante lamentou pelo atraso, só que a brincadeira estava mais acolhedora que essa parte lotada de riquinhos.

 

“Vai pedir o quê?”

 

“Não sei, quero comer algo doce…”

 

“Coma o que vai dar sustância, escolha um sanduíche e uma bebida, e depois alguma fruta. Aí pode escolher os doces que deseja.”

 

“Tá bom, mas cadê o cardápio?”

 

“Só um instante.”

 

Ao fazer uma sinalização suave, uma garçonete veio com o cardápio.

 

O atendimento é formado por mulheres, isso pela às qualidades femininas, em ser mais atenciosas e cuidadosas, sem a brutalidade masculina.

 

“O que posso ajudar?”

 

O lindo uniforme era composto por uma calça mom jeans, camisa social feminina branca com um avental num tom verde chá.

 

Retirando do bolso do avental, um tablet anotava os pedidos variados.

 

Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo, que caía até a altura do pescoço.

 

A maquiagem natural nem era perceptível, e o seu perfume misturava-se aos aromas universais.

 

A jovem de 24 anos trabalhava há quase dois anos e conseguiu o emprego mesmo enfrentando a pandemia, desse modo, é grata, pois auxiliava nas despesas de casa com seu esposo.

 

Entregou o cardápio, com alguns desenhos delicados na folha plastificada para proteger de superfícies molhadas.

 

A garçonete notou algo diferente na convidada: o seu odor.

 

Suave e doce, refrescante aroma de bergamota e rosa-branca é sentido, o que estranhou ao ser decretada pela alta cúpula a sua proibição.

 

E, pela experiência, aprendeu a reconhecer certas fragrâncias.

 

O nome dessa preciosidade é o ‘BloomBomb’.

 

Visível, porque a líder do seu setor e alguns clientes já usaram e antigamente esse tipo não sofria restrição, tendo certa liberdade para desfilar com algo semelhante a esses aromas.

 

Mas, semana passada, basicamente no dia 16, a diretoria enviou o notificado, banindo o uso, sendo bem específico sobre a marca.

 

Com passível de demissão por justa causa quem desobedecer à regra, o motivo da nova restrição veio diretamente do presidente que estava na sua frente com uma convidada que exala os aromas proibidos.

 

Foi daí que entendeu, é por causa dela.

 

É só dela e ninguém mais.

 

“Será que é uma traição?”

 

O passado desse bonitão não se apagou com facilidade, um grande mulherengo que milagrosamente casou e deixou o pecado para trás.

 

Ou simplesmente, ‘de lado‘.

 

Ao sair, o coração estava na boca, com o nível de nervosismo e um estresse por ficar encarregada de atender exclusivamente essas duas figuras.

 

Não deixou de elogiar a beleza extrema dele.