Capítulo 102
“Por que quer ver algo tão tolo?”
“Estou curioso como finaliza o cabelo. Pra mim é algo importante.”
“Tá né.”
Depois da situação, conseguiu acalmar esse espírito sem usar o xibiu, e todas as coisas quebradas foram jogadas fora.
Só que ainda, recorda a expressão, uma mistura de raiva, ciúme e tristeza.
Como se algo fosse roubar dele.
E agora, voltou a importunar que necessitava finalizar toda cabeleira, e precisava ser terminado, senão, ficaria pior que antes de ser lavado.
Foi dividido tortamente e desigual, para distribuir todo o produto, e, como tal, começou abrindo a tampa dosadora do creme para aplicar abundantemente.
É firme e lustroso, pela quantidade de óleos para combater o frizz e definir os cachos.
E na mecha grossa da esquerda, encostado na parede e observando, fixou nas suas pequenas mãos, passando a um dedo de distância da raiz, que foi repetido novamente até toda essa parte ficar contida e não mostrar um único fio desalinhado.
Ao mesmo tempo que passa, vai desembaraçando com os dedos, o que fazia soltar vários fios em sua mão, que imediatamente é retirada e enrolada numa trouxinha, e colocada em cima da pia de mármore.
Esse método, considerado um tanto ‘agressivo’ para o tipo de curvatura muito delicado, funcionava bem para ela.
Que ignora as leves sensações de dor quando puxa um montante de fios para desembaraçar que naturalmente já embola muito.
E, de certa forma, incomodava, pois sabia que era errado.
Não passou despercebido o semblante incômodo de uma leve dor.
Queria interromper e fazer do seu jeito, mas não podia, por ser o cabelo dela e por enquanto não pertencer, tornando invasivo demais.
Controlando a vontade, e fazendo entender que não pode ser dessa forma com algo bonito, como seu belo véu natural.
Dessa forma, estava triste, como se visse algo que magoasse verdadeiramente.
Concentrada em fazer a rebeldia tornar-se mansa, percebeu, através do espelho, a emoção que não ocultou a verdade, como se cometesse um assassinato.
“O que aconteceu? Tá triste com alguma coisa?”
Interrompeu o que devia fazer, pelo tema conflitante. E bem sincero às suas reações, relata o que tem no coração.
“Por que é tão bruta com seu próprio cabelo?”
“Como assim? Tá ok, não estou vendo nada do que está falando.”
Como se não entendesse o que de fato estava acontecendo por ser algo comum durante o procedimento.
“Está sendo sim, dá para perceber pelo seu rosto a dor que sente toda vez que puxa com os dedos para desembaraçar.”
“Que nada, não é um incômodo e até comum.”
“Posso mostrar um modo que seja eficiente, e não vai causar tanta dor e que não danificará seus fios?”
“Haha. Sério que quer tentar ensinar a cuidar do meu próprio cabelo, que lido desde o nascimento?”
“Só queria dar essa proposta, se não, posso parar e continuar com o procedimento que sempre usou. Mas se gostar, talvez passe a fazer sempre.”
Estreitando os olhos para a proposta desse lobo, deixou-se dividir e lidar com as outras repartições antes de ficar seco demais.
Somente sua mãe e irmã foram autorizadas a mexer nele, ficou receosa por mãos desconhecidas fazerem o trabalho em um lugar que é tão precioso quanto seu corpo.
Entretanto, ver esse olhar de pidão e tão animado para receber uma resposta positiva deixou curiosa e queria, pelo menos, ver como lida.
Tendo oportunidade de vislumbrar outras reações fofas de um que exala masculinidade por todo poro.
“Tá, pode tentar, mas deixo um aviso claro, se for tão estúpido com essa parte, nem pense em chegar perto novamente. Portanto, cuidado.”
Quando foi emitido o aviso de autocuidado, aceitou e concordou que não feriria, sendo mais valioso para ele quanto para ela.
Enquanto explicava o procedimento, Mohammad anotava tudo em sua mente para não errar em nada.
E, quando foi autorizado a iniciar o processo, ficou um tanto nervoso em tocar nessa parte que não é relacionada à vulva feminina.
Mas é tão importante quanto acariciar e saborear seu corpo inteiro.
Ainda usava sua camisa, ao sentir a maciez desse crespo cacheado, o sentimento de felicidade é notório.
Com o pote de creme pela metade, balançou para descer, conseguindo ter uma quantidade boa para passar na primeira metade da mecha.
Como ensinado, não foi diretamente na raiz, e sim, deixando um dedo de espessura para não causar uma crise de caspa.
Igual a um profissional, foi enluvando as partes enquanto desembaraçava com seus dedos grandes sem as machucar.
Bruna nunca experimentou um cuidado e gentileza assim, surpresa com a habilidade que só tem experiência em seu cabelo liso e curto.
E com seus dedos, faziam um tipo de massagem na parte considerada morta, e enquanto iniciava a canção, sentiu uma certa malemolência pela massagem.
Nem ela, nem sua mãe conseguiram chegar a essa eficiência.
E cada parte é uma atenção diferenciada, que entende bem da curvatura mista.
O crespo, que torna mais armado e cheio de frizz, estava sendo domado, acariciado com todo cuidado como se estivesse tocando em algo delicado.
Nisso, Mohammad fez perguntas bobas e até inocentes e a jovem contou tudo sem medo, até a negligência de querer mudar o visual agredindo sua própria essência com químicas pesadas.
No final, teve que cortar bem baixo e começar do zero.
“Quem já tocou em seu cabelo?”
“Só a minha mãe e irmã.”
“Ninguém mais? Nem os homens que passaram pela sua vida?”
“De jeito nenhum, não sei por quê, talvez seja coisa de mulher, sei lá, mas odiava que tocassem.”
“Interessante…”
Mesmo não sendo privilegiado em ser o seu primeiro, e muito menos agraciado em tirar sua virgindade, pelo menos nesse aspecto, o qual é proibido, foi concedido.
Bastando por tudo que não pôde ter, sentindo-se honrado.
Estabilizadas as feras debaixo, partiu para a quantidade maior, a frontal.
E, como a última, teve toda a paciência.
Contudo, sendo naturalmente misto, essa peculiaridade dava um ressecamento que poderia evoluir para uma porosidade.
Ainda assim, é tão lindo o formato que cada curvatura proporciona, oferecendo molas diversas que custa acreditar que sejam feios.
Unindo numa unidade singular.
Havia contradições sobre usar o véu islâmico.
Cogita em nome do ciúme, mas quando acontecer, quer ver com essa beleza natural, essa que chega a ser mais sagrada que qualquer um intitulado pelo Alcorão ou o tão famoso véu cristão.
Somente uma grinalda em formato de coroa, com detalhes cravejados de diamantes.
Causará um furdúncio na comunidade islâmica, pois tanto o modelo do vestido quanto o conjunto como um todo são controversos.
Mas é o que desejou e visualizou em meio ao delírio enquanto ouvia ‘Secret Garden’.
E só isso importa, nada mais que os rondas é mais significativo.
“Pronto, agora vamos terminar a frente.”
Indolor, pelas mãos de quem tem doutorado em economia.
“Sim.”
“Já sabe, né? É a única parte que pode ser aplicada perto da raiz.”
“Tudo bem, jogue o cabelo para frente e deixe visível a raiz.”
“Ok.”
Bruna pediu espaço e jogou toda a cabeleira para frente, e depois para trás, como sempre.
E nesse instante, segundos que seriam imperceptíveis para qualquer ser humano, foi mágico para quem apreciou o esplendoroso poder feminino de uma juba forte e bela.
Ao sentir o vento, a concentração do creme ficou mais intensa e cada cacho foi estabilizado em um belo formato de mola mais fechado, ficando lindo quando secos.
E que foi adicionado à sua lista particular, sendo reformulado após ver essa exuberância tomar o lugar de seu uísque e até na frente do sexo.
“É tão lindo.”
“Acha? Quando era menor, odiava porque naquele tempo esses cachos não eram presentes, mostrando somente o lado poroso, e minha mãe teve que ser a especialista em penteados.”
“…”
“Claro, não podem faltar as tranças naturais, que somente ela sabia fazer, sendo umas das minhas favoritas.”
“Tem fotos?”
“Sim, mas nem tanto, na realidade não tenho foto de quando era recém-nascida, somente uma única fotografia aos sete meses. Diferente dos meus irmãos.”
“Quero ver, poderia trazer para dar uma olhada?”
Um desejo freado, saindo da boca pela curiosidade em vê-la mais jovem, e se puder, guardar consigo enquanto estiver longe demais para não conseguir tocar.
“Sério? Tudo bem, mas são muitos, só o suficiente para ficar entediado.”
“Não vou ficar, prometo.”
Pegando um bom bocado e passando nessa parte, espalhou o creme, concluindo o processo sem causar dor ou desconforto, sendo elogiado pelo trabalho eficiente.
E admirando a arte feita, a sinceridade do comentário, de certa forma, deixou-o lisonjeado, que coçou a ponta do nariz para esconder a timidez e vergonha por ser elogiado pela criatura de guarda alta.
Desse modo, fez outro pedido, que veio com certa autoridade suave.
“Não deixe ninguém tocar em seu cabelo, tá?”
“Hum? Como assim?”
Não entendeu a sugestão, em razão de não permitir o ato invasivo.
“Seu cabelo é só seu, e não é qualquer um que pode mexer, permita somente quem realmente confia.”
“Ahn… tá bom, não é uma coisa que permito fazer mesmo. Então, tá de boa.”
“Promete?”
“Claro, não vou deixar que isso aconteça, tá doido…”
“E eu, posso tocar?”
Suavemente, só queria afirmar a autoridade de ser o único a ter acesso à propriedade, e mais ninguém.
Como dizem, o cão é bem articulado.
“Claro, depois de tudo que fez, foi a melhor experiência da vida. Será um prazer ser finalizado por suas mãos. Tem certeza de que nunca fez em ninguém?”
“Não, nunca.”
Recorda detalhadamente todos os tipos de cabelo que passaram por suas mãos, e nenhum deles foi tratado com carinho como o dela, na verdade, era um intuito de dominação, como pegar na crina de um cavalo, e somente.
E mesmo que tivesse a oportunidade, não faria, pois não têm o mínimo de peso e importância que a Bruna tem sobre ele, e por causa disso, nunca tocaria em outro tipo que não seja o dela.
Nem em momentos mais primitivos de desejo mútuo, teria todo cuidado para não machucar e proporcionar um prazer maior no ato.
“Realmente, tem um dom escondido para essa área da beleza…”
“Fico orgulhoso em saber disso.”
Portanto, a pergunta não formatada antes, devido ao clima quente da ocasião, se formou.
“Mohammad, teria coragem de me agredir?”
“Que?”
Pego de surpresa, não sabia como reagir, entretanto, entende o motivo.
Foi pelos ferimentos de seu empregado e sua confissão, sendo natural o questionamento.
Pois, assim como todos, tem medo dele.
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Capítulo 102
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