Capítulo 119
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“Deixa ver a marca da tinta.”
Bruna soltou a cabeleira seca que não era lavada há dois dias, estava volumosa e rebelde.
Tendo que lidar com o cavalo selvagem para pintá-lo totalmente.
A parte complicada é repartir todo esse cabelo que o ameaçava se tentasse algo contra eles. Suspirando, entende que causará certo incômodo por estar embaraçado.
As quatro caixas de tonalizantes pertenciam ao laboratório de sua esposa de uso profissional, cada unidade custa caro e tem duração de 35 lavagens.
Também havia outras coisas para pré e pós-aplicação. E, como pediu, um creme de nutri-reparação de sua preferência.
A cor escolhida é o tom natural.
Bruna estava preparada para a dor e esperava sua gentileza.
De luvas descartáveis, um pente largo e o kit completo para tintura profissional.
Seria a primeira vez fazendo o gesto, mas faria o impossível para não gerar alarde ou um efeito bizarro no final do processo.
Não estavam no quarto, e sim na varanda, privilegiados com a vista panorâmica da praia.
E o calor fez pegar um ventilador portátil em uma das suas lojas que tem pelo RJ.
O sol batia na maior parte, contudo, havia uma área protegida pela sombra e era onde estavam enquanto seu celular era usado para ouvir suas músicas favoritas.
Sendo composta por melodias românticas, ao som que delimita a diferença óbvia entre samba e pagode. E continuando com a vestimenta de manhã, sem nada por baixo.
Por isso, foi bom não ter ninguém perturbando a privacidade.
Seus pés estavam um tanto inchados pela má circulação e ao calor, precisando de um profissional para eliminar esse edema de vez.
Essa é a razão de estarem estendidos na outra cadeira, ajudando a aliviar os sintomas.
Estava animada, só dormiu duas horas e ainda é cedo.
Por isso, o passeio no Cristo continua de pé, e após comer algo rápido, irão juntos ver algo que nunca despertou interesse.
À medida que divide mecha por mecha com o prendedor, apenas sente os puxões, mas nada grave ou insuportável de tolerar.
O esquema é o mesmo adotado em salões, com a quantidade certa para aplicar em toda madeixa, dando uma melhor estabilidade, não sobrando um fio sequer.
Acreditando que rejeitaria o gosto musical, na realidade acabou apreciando.
Nisso, seguiu junto e guardaria em sua playlist especial.
Como nada, a personalidade voltou aos eixos, seguindo normalmente até o dia seguinte e, quando acabar, aquele tipo de mulher só retornará no final do mês, e assim sucessivamente.
Isso incomodava, caso aconteça e não estiver por perto, será um tanto chato saber que estará se aliviando com outro cara.
E não quer, principalmente na presença de um dos seus cachorros que teve a mesma reação. Desse modo, já preparou tudo para sua vinda no final do mês.
Ao contrário de seu autocontrole, os outros não serão o mesmo e enfiarão seus pênis imundos, esvaziando, no final, engravidar.
Só de imaginar, fica rígido e a fúria sobe querendo entrar em ebulição e quebrar a primeira coisa à sua frente.
“Vai lavar minha cabeça também?”
“Quer que faça isso?”
“Quero, pode ser na banheira, ali tem um chuveirinho, né?”
“Sim, não quer que lave seu corpo também?”
“Não, não estou tão incapacitada assim. Faço sozinha.”
“Haha… sempre dificulta o meu lado de tocar por completo.”
“Aonde se come o pão, não se cobiça a carne.”
“Tudo bem, está doendo?”
“Não, só sinto alguns puxões, mas nada doloroso.”
Mesmo não tendo concluído toda a faixa do show ao vivo, é trocada pelo grupo musical famoso nos anos 90 e 2000.
A ‘Eu não Vou’, do Fat Family, é uma das favoritas, com ‘Madrugada’, ‘Sem Parar’ e ‘Gulosa’.
O cargo-chefe faleceu em 2019 devido à complicação do câncer estomacal.
Mas todas as músicas que embalaram o sucesso são memoráveis no coração de cada brasileiro que teve o privilégio de viver essa época.
E, balançando a cabeça suavemente, é atencioso como se estivesse em um salão de beleza, aproveitando a bela vista ao passo que ouve uma boa canção.
Por ser ágil, o serviço estava quase concluído, saindo mais uma vez para acionar o serviço de quarto.
Para enganar a fome, pediu um pote de salada de frutas, dando uma maior saciedade antes do almoço.
Quando o pedido foi entregue, deu imediatamente a ela.
O pote de cerâmica é belo, contendo uma boa quantidade bem cortada e por cima granola.
Sabendo que é muito, dividiria e comeria com a mesma colher.
Com toda a cabeleira dividida, Mohammad sentou-se na outra cadeira para comer o restante deixado.
Bruna viu que, assim que terminou de comer, partiu para outra etapa: pintar.
Ela voltou à posição tradicional, enquanto passava uma espécie de pomada desconhecida na extensão frontal desde as orelhas para evitar manchas na pele.
Colocando a capa ao redor do pescoço para evitar o produto entrar em contato com a roupa e o corpo.
Sentindo-se como se estivesse nas mãos de um profissional, até brincou com todos esses métodos que um estabelecimento disponibiliza.
E, como na divisão, repetiu, de baixo para cima.
Antes da aplicação, passou um tipo de sérum protetor que não permite aos químicos agredirem a fibra capilar.
Formando uma barreira, realçando o brilho e reavivando melhor a cor, suportando várias lavagens sem pesar ou danificar a cutícula.
A unidade custa 100 dólares, sendo muito usada em outros estabelecimentos, pelos resultados na proteção contra química agressiva.
Tudo teve ajuda de Latifah, explicando como faz o procedimento num cabelo crespo cacheado.
A sensação é semelhante a um óleo bem leve e, quando passado, não produz a aspereza ou oleosidade, em razão de que os fios sugam, aderindo naturalmente, dando maciez igual a um algodão-doce.
Rapidamente, deixando-os alinhados e sem frizz.
E aplicando a tintura, a coloração castanha bem escura é facilmente confundida com o preto.
Da raiz até as pontas, finalizando a primeira mecha, a aplicação deve ser feita não só uma única vez, mas duas vezes para uma melhor cobertura, enquanto agiliza para terminar no tempo estipulado.
“Faz aniversário quando?”
Curiosa, uma coisa a ser feita quando se conheceram.
“Primeiro de maio de 88, às 18h. E você?”
“Dia 29 de julho de 92, às 22h. Nasci no Hospital do Andaraí, quando havia maternidade. E você?”
“No Hospital Health, localizado em Riyadh, na Arábia Saudita.”
“Então é mesmo árabe, né?”
“Sim, mas o correto seria ‘saudita’, já que sou de lá.”
“Entendo… Mas o nome Health remete a uma coisa que vi no começo do ano, acho que ligado à cura da diabetes, o tal…”
“Está falando sobre a glândula sintética criada pela instituição?”
“Isso! Fiquei sabendo que foram criadas apenas dez unidades e que nove delas já foram vendidas a preço astronômico, tipo, coisa de quase um bilhão.”
“Entendo.”
Esse lema de que ‘vida vale ouro’ é a melodia ornamentada para seu bolso ganancioso.
“Só que, por motivo desconhecido, tiraram o último modelo que valeria bem mais que outros. Até agora, não se pronunciaram sobre isso.”
“Sim, acho que daqui a alguns dias saberá o motivo.”
“Verdade. Tá em que parte?”
“Estou na terceira camada, vai demorar um pouco, está incomodando?”
“Não, tá tudo bem, só vou tirar minhas pernas nesta posição, quero colocar no chão.”
Ao remover as pernas, afastou um pouco e voltou à posição original.
Não estavam tão inchados, olhando de relance, não nasceu para climas quentes, pés inchados, alergias de pele, tudo isso vem com o clima úmido.
Até agora, não reclama de nada, e quando foi à sua casa, viu o que relatou no passado, fazendo uso atualmente.
O problema são os banhos quentes, o que não é bom em nada, principalmente para as alergias.
Quando terminou, para não encostar, foi preso com os bicos de pato usados durante o primeiro passo.
Enquanto reclamava da sede, Mohammad tirava as luvas descartáveis manchadas, reunindo tudo para jogar fora.
A jovem foi até o minibar, viu itens interessantes, como uísque, conhaque, licor, champanhe e cerveja.
Fora outras não alcoólicas, como refrigerantes e água com gás e sem.
Queria tomar refrigerante, logo recobrou que depois do café só tem as frutas, e apesar de ser refrescante, é adocicado, potencializando a sede, sendo mais seguro beber água.
Com toca metálica, apenas permaneceu até a conclusão do procedimento.
Seu celular estava em cima do sofá e, por um segundo, esqueceu como foi parar ali, mas, buscando bem, recordou que jogou para ‘brincarem’.
E falando nisso, esse tema o sufoca, como pode reagir sem algum tipo de vínculo?
“Como???”
Questionando o que realmente é, o que acha que é.
“Mas também tem esses dias em que minha libido é alta, talvez seja por isso que devo ter sentido prazer… mas não faz sentido.”
“Talvez devesse experimentar ficar com outra pessoa, só pra confirmar mesmo….”
Refletindo alto, não imaginou que seria ouvido, logo um que é um tanto possessivo, transformando-se numa porção fatal.
“Ficar com quem?”
Uma voz fria atravessou a atmosfera quente, e um ligeiro arrepio atingiu quem não esperava essa abordagem.
“Que susto! Como assim, ficar com quem?”
“Ouvi da sua boca que queria tentar ficar com outra pessoa, com quem pensa fazer isso?”
“Não… é só uma coisa que passou pela minha cabeça.”
“Foi pelo que aconteceu?”
Se lamentou em colocar para fora, nem queria fazer isso, pois não é do seu feitio sair com várias pessoas.
“Sim, só estou um pouco confusa, não é algo que estava esperando, sabe? Fora que não sinto nada por você, e achava que fosse algo, agora não sei, estou confusa.”
“E por que essa ideia?”
“Sim, mas… não sei…”
“Entendo, mas indico não fazer. Acredito que não gostará do resultado.”
“Quê? Que doideira, tá tudo bem, sou adulta e aprendi com meus erros, é claro que não vou me apaixonar pelo primeiro carinha que beijar, só é um teste. E também estou solteira, e tá tudo bem.”
“Sim, é verdade, mas se fosse, não faria.”
“Mas…”
O telefone tocou, é pelo WhatsApp, de um número desconhecido.
Durante isso, Mohammad implorava para não atender e falar com quem seja, por acreditar que o resultado não seria nada legal.
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Capítulo 119
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...