Capítulo 120
Mesmo morando na mesma área, fazia séculos que não falava com seu amigo de infância e, quando ficou doente, foi o único a visitá-la esporadicamente, trazendo alegria no mundo caótico dela.
Por isso, não pensou duas vezes e atendeu.
E, para afastar-se desse clima pesado, foi para a varanda.
“Wellington? Como conseguiu meu número? Com a minha irmã? Hahaha… que saudade…”
Durante a conversa, Mohammad ficou parado na sala e, pelo andar da carruagem, não agradou em nada.
Tentava se controlar para não fazer uma loucura, mas caso decidisse seguir seu coração… melhor adotar outro plano.
“No sábado? Festa à fantasia? Sabe que não tenho saco pra isso, não tô muito afim não.”
[Vai ser divertido conhecer um povo diferente, sei lá, lembrar daquela época que curtimos, sabe a Lapa? Então, vai ser lá, vamos ir numa casa noturna onde todos vão fantasiados.]
“Não, não. Quero ficar em casa, a idade chegou pra mim e também não tenho grana, sabe que não estou trabalhando, e a coisa tá totalmente diferente dos nossos 18 anos…”
[Leva alguém, talvez tenha um cara nos contatinhos que vai amar bancar sua noite.]
“Convidar alguém….”
Bruna imediatamente pensou em alguém, e essa estava lá dentro, tendo o pior tipo de humor, ficando receosa se faz ou não.
O bom era que não gastaria com nada, sendo tudo de graça, só que…
“Olha, vou tentar. Daqui a pouco envio uma mensagem confirmando ou não, tá bom?”
[Ok, enviarei o endereço junto com a data e hora caso mude de ideia.]
“Tá, tá…”
Quando encerrou, recordou-se das vezes que ia à sua casa e é grata por tudo, principalmente nesse período difícil.
Talvez tirar um dia para curtir não seria complicado.
E com um cara rico, a experiência triplicaria.
O clima glacial continuava, sentado no sofá, num misto de raiva, ódio e impotência.
Por que esse sentimento deixa incapacitado, porém, não larga?
“Está chateado com alguma coisa?”
“Sim, estou.”
“É sobre o que falei antes?”
“Sim.”
“Entendo, não vou menosprezar seus sentimentos. É só uma dúvida, uma hipótese, sabe? Não é nada concreto. Além disso, pode parecer pouco, mas faço consultas mensais no grupo de mulheres.”
“Por que quer ficar com outra pessoa? Acha que não pode ser o que acreditava ser, só pelo fato de ter sentido prazer comigo?”
“Com certeza.”
“…”
“Nos conhecemos há menos de 15 dias, e tudo aconteceu rápido, igual antes. E por passar por alguns relacionamentos, é normal se questionar sobre o fato. Pense, o único que senti prazer foi meu primeiro namorado.”
“Talvez não queira aceitar que está confiando, na realidade, seu corpo demonstra isso. Pode ser delírio, mas aqueles que passaram na sua vida não foram o que quis.”
“…”
“Talvez comigo seja diferente, só que é orgulhosa demais para não perceber.”
Relembrando, doeu de um modo sem explicação.
O seu defeito era criar expectativa sobre algo, crendo ser dos ‘sonhos’, e no final, a queda causava um dissabor.
E tudo tem limite, onde encerrava o ciclo só para se afundar mais uma vez até perceber que não aceitaria qualquer coisa, que possuía um sistema diferente.
Talvez o que estejam tendo seja o que sempre desejou durante a fase em que estava ‘disponível’ para isso.
No entanto…
“Eu não te amo.”
“Tudo bem, nem tudo é igual a uma literatura romântica ou muito menos um conto da Disney. Somos reais, existem processos que podem nos trazer coisas boas e ruins. Portanto, compreendo que não me ama como desejo.”
“É só que….”
“Me escute.”
“Ok, fale.”
“Como adultos formados, podemos tentar e nos conhecer melhor, mesmo que rolem coisas assim. É natural que dois corpos que se desejam e confiam rolem algo mais íntimo.”
“…”
“Bruna, isso não significa que estou pressionando, só espero que abra seu coração mais uma vez. Talvez, pode dar certo.”
“Não sei, é estressante. Porque não envolve só isso, mas todo um processo que já não tenho mais saco pra fazer. Ficar se arrumando, depilação…”
“Desde quando anda arrumada? Do começo até agora, só se arrumou na despedida da sua mãe, fora isso, nada.”
“Você…”
“E sobre a depilação, não me importo com isso, ou esqueceu de que mais cedo te chupei por horas? Fora que está mais cabeluda que a floresta não devastada da Amazônia. E, por falar nisso, gostei e quero fazer mais vezes.”
Silêncio… e…
“Por que sempre encarna o Sr. Darcy, quando tenta me elogiar? Dessa característica, só queria a grana mesmo.”
“Só estou falando a verdade, não me importo se anda desse jeito. O importante é que quero ficar com você, e está tudo bem, e não ligaria de lhe chupar ou fazer sexo com sua buceta raspada, ou com pelos.”
“Francamente, Mohammad, só você mesmo pra me fazer chorar em chinês.”
A atmosfera pesada foi se dissipando, e havia aquela dúvida sobre o que fará daqui para frente, saber o que resta nessa tentativa.
Levantando-se do seu lugar, foi até ela, esperava o efeito da tintura terminar para colocar algo no estômago.
E, de frente para o outro, o leve ardor do ciúme se esvai enquanto tocava sua face, e depois as áreas mais sensíveis, causando um arrepio gostoso e uma certa fraqueza muscular.
“Por que esse filho da mãe tinha que ser tão bom no que faz?”
“Nem tente.”
Deteve as intenções maliciosas desse lobo, que quer devorar tudo que há em si.
“Só um pouco… temos dez minutos, podemos aproveitar e ficar nos beijando…”
“Hummm….”
Ao ganhar a batalha, não pensou e atacou, ao pegar por baixo, encaixou as pernas dela ao seu redor e levou até a pequena mesa de madeira, beijando intensamente.
Mesmo sem experiência, soube compreender que esse era bom no que fazia.
Com certeza, na sua vida profana, deve ter feito vários milagres e aberto muito o mar de inúmeras mulheres.
“Droga, tô começando a cair no papo desse cara, tô fudida!”
Igual a uma palavra mágica, o que iniciou em cima acendeu embaixo, sentindo o aperta e soltar, e o suco descer.
A blusa meio que ‘magicamente’ foi tirada por suas mãos travessas, e sua perna abriu igual ao abridor de latas.
Logo, se viu nos memes das fujoshis, onde existem os verdadeiros abridores de latas.
As mãos subiam por dentro de sua coxa, para alcançar o local da felicidade e fazer essa rainha cantar bastante.
Entretanto, para chegar nessa parte, tem que passar por vários obstáculos, e um desses inclui a agilidade dela ao fechar, e por ter coxas grossas, impediu os dedos de chegar até lá.
“Realmente é osso duro de roer.”
“Sou carne de pescoço, nem pense que terá a mesma chance porque estavam sob efeitos fortes de tesão.”
“Sim, claro. Realmente sabe mentir com os lábios, mas seu corpo é totalmente verdadeiro.”
Mostrou seus dedos melados com lubrificação íntima, não tendo como se defender, já que esse é um completo vendido a esse demônio.
“Isso é normal. Já aconteceu diversas vezes com os caras com quem fiquei.”
Os risos são pela audácia, achando graça à sua versão, claro que é uma reação normal, qualquer mulher com ou sem desejo sexual terá uma quantidade expressiva de lubrificação.
Contudo, compreende quando estava com desejo, aceitando a carícia, e isso influência muito na quantidade liberada.
Assim, tem ciência da mentira em negar os seus toques, só pelo fato de ser tão abundante como uma cachoeira em época de cheia.
“Quer mesmo tentar enganar o mestre, aluna? Não julgue o livro pela capa, não peguei oito mulheres em oito anos. Foram milhares em oito anos, então reconheço muito bem quando há fingimento e não.”
“Tá bom…”
“E seu corpo diz o contrário, principalmente suas pernas que se abrem com facilidade toda vez que lhe beijo e atinjo pontos certos como sua orelha…”
Recomeçando pelo ponto covarde, logo, ficam mais mansas, possibilitando que os dedos ociosos cheguem até o ponto certo.
Fazendo gemer fracamente, quando mais fundo entravam, mais tremia, dando espaço para esse ser esperto explorar um pouco mais.
Toc… Toc…
Duas leves batidas são ouvidas, e por viajar no prazer, não percebeu que havia alguém do outro lado, somente ele que interrompeu o ataque, querendo saber qual imbecil estava a fazer o ato sem a autorização.
“O que aconteceu agora?”
“Vai para o quarto, me espere no banheiro, resolverei um assunto chato.”
“Que saco.”
Bruna não queria se intrometer nos assuntos dele, que não têm nada a ver com ela, e deslizando pela pequena mesa, foi em direção à única porta que dá acesso ao quarto desse cara.
“Não é para sair, entendeu?”
“Tá, vou tomar banho. Não demore, estou com fome.”
“Tudo bem.”
Mohammad foi em direção à porta, para saber quem foi o incompetente.
Quando abriu, viu a imagem desse empregado.
O secretário estava sublime, não revelando nenhuma expressão, igual a um robô do jeito esperado.
Porém, nesse instante, sua presença era incômoda, na verdade, bem mais intensa que isso.
“Desculpe, presidente, por interromper seu lazer, mas um assunto urgente surgiu.”
“Entre.”
“Sim, com licença.”
O secretário, que habitou ao cheiro de nada, agora era bombardeado com inúmeras fragrâncias.
E, por notar, rapidamente capta informações, e, com certeza, estavam fazendo algo bem além do que compartilhar o espaço.
Francamente, a teoria que retrata a impenetrabilidade da matéria é uma falácia quando se trata desses dois.
Duas personalidades, condições sociais e financeiras diferentes, mas tinham a mesma química, o mesmo desejo e futuramente o mesmo amor.
Sim, dois corpos podem habitar o mesmo espaço, eles são prova viva da desqualificação dita por Newton em sua teoria mais emblemática.
“Conte.”
“O alvo fugiu, deixando o corpo do tio na antiga mansão da família.”
“Hum.”
“Além disso, depois que saíram, houve uma explosão, danificando totalmente o imóvel. O intuito era ocultar e matar quem entrasse ali.”
“Ora, ora… que sementinha do mal.”
Como presumiu, o tio era só uma mula de vingança em nome do pai que morreu pelo bastardo.
E o envolvimento com o pesquisador-chefe era para usar nisso tudo em razão de ficar irrastreável.
O problema foi se envolver com a pessoa errada.
“É só um pivete, não acredito que possa está dando tanto trabalho.”
“Perdão, presidente. Christian já o localizou e terminará o serviço.”
“Pode se retirar.”
“Com licença, senhor.”
Agora, era terminar o que iniciou aqui.
Por isso, foi removendo a camisa, pois aquele espaço ficará pequeno com tanto fogo que habita neles.
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Capítulo 120
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