Capítulo 123
Já é quinta, o primeiro dia do segundo mês.
Os três piores momentos terminaram, e notou que dividir o empecilho é bem melhor do que se atormentar sozinha.
Só que não deu conta de que essa ‘brincadeira’ se arrastaria por mais tempo.
E menstruaria hoje, e sem penetração, pode ficar despreocupada.
Certo de que viria, até porque esse lobo tem a percepção ótima e um maravilhoso olfato, alertando-a.
E lubrificada, não escapou da pequena prova no dedo indicador. É marrom-claro, indicando que o ciclo iniciaria tarde.
“O que foi?”
“Vai menstruar daqui a pouco.”
“Como sabe?”
“Marrom-claro e um leve odor de ferrugem, indicando que não vai demorar tanto.”
“Seu doutorado é em economia, mesmo?”
“Haha. Entendo seu espanto, mas lido com a área de saúde e é normal ter uma noção sobre o corpo humano.”
“Ou…”
Ouvir desse cara, sendo mais um empresário que um profissional da saúde, pelo fato de brincar com seu buraco, foi estranho.
Se arrependendo por deixar fazer sexo oral antes, nisso, sentiu-se tão pequena e com certeza seria taxada de porca ou egoísta por pensar no seu prazer, do que na condição do outro.
“Falei que não é pra ter colocado a boca aqui. Agora tô me sentindo mal, por ter engolido meu sangue menstrual.”
“O quê? Não, estou falando que continua no início, só dá para sentir com os dedos, não tem força para escorrer para baixo. Então, está tudo bem, não chupei seu sangue.”
“Não… me limpe, não quero fazer isso.”
Ao navegar pelo prazer, encolheu as pernas e fechou completamente para ninguém ter acesso.
E isso fez lamentar pelo fato de ter uma língua grande, e quando estava chegando lá, o fio foi rompido e sabe que não retornará.
“Tudo bem, espera aí, pegarei alguns panos.”
Cogitou a insistência, mas não, foi cavalheiro, indo ao banheiro molhar alguns panos para higienizar a parte melecada.
Quando retornou, pediu com gentileza para abrir novamente, nunca presenciou, porque sempre desmaiava após alcançar o orgasmo, e ver deixou com o coração quente.
Ninguém fez isso, e fez querer beijá-lo.
E o impulso forte domou novamente e foi em sua direção, abraçando-o, com uma bitoca na sua bochecha direita.
“Por que é tão bom comigo? Nunca tive isso na vida, sabia?”
Mohammad, que nunca ouviu isso, ficou um tanto tímido, seu rosto pintou momentaneamente de vermelho e, como resposta, abraçou de volta, bem apertado para não escapar.
“É porque eu te amo, e faço isso por você, só para você.”
“Quem diria que um lobo selvagem fosse ser tão fofo com alguém, né?”
“Sou assim com você, para ninguém mais.”
“Que meigo.”
Logo, nesse simples gesto, imaginou se seria a hora certa para aceitar seu calor.
***
“Vai mesmo dormir aqui?”
Embalando-a em seus braços, a ergueu com facilidade.
Estava no meio do caminho para abrir a porta, devido a ter feito o café da manhã.
Sim, fez bolo de aipim e cenoura, pão de queijo e tudo que um bom café da manhã deveria ter.
Tão semelhante aos vistos em cenas de novela.
“Sim, já deixei tudo esquematizado. Meu amigo confirmaria sobre minha ida e sobre o horário que retornaria.”
Igual a adolescente enganando os pais.
“Às 20h, não é?”
“É, falei que ficaria na suposta casa da amiga dele, que rolaria um churrasco e uma festinha, voltando só no dia seguinte.”
“Por que não fica aqui até domingo?”
“Já forçou, só porque me deram a mão não significa que tenho que querer o corpo todo.”
“Se consegue mentir por um dia, consegue por dois.”
“Já disse que não vai rolar.”
“Tudo bem.”
Deixou um selinho em sua boca.
Como sairia na sexta, o secretário viria para concluir o fechamento da semana, pois não quer fazer nada no sábado.
Bruna não se preocupou em vestir um short, apenas colocou a mesma calcinha.
Além disso, a blusa cobria muito bem as partes que não poderiam ser vistas.
Caso não estivesse aqui, ou tivesse dormido, tudo bem, mas como ficaria no mesmo espaço, a ideia chega a dar gastura, por controlar a vontade de não punir caso faça alguma gracinha.
Na realidade, deixou-as claras na reunião de segunda-feira.
Por ser um assunto deveras importante, acendeu um cigarro e colocou meio copo de licor para passar a informação com temperança.
Deixando gravado em cada mente presente.
Ao ouvir a batida, Mohammad autorizou a entrada, faltando apenas um que estava em missão.
Os dez entraram um atrás do outro com seus instintos domados, e cada um de cabeça baixa para assimilar melhor a ordem.
E junto estava o secretário, de cabeça tão baixa quanto, pois acabou cometendo o erro de se masturbar em pensamento nela.
O jeito e o tipo dado não desgrudaram, e caso percebesse que sequer desejou a sua posse, com certeza não estaria aqui parado no meio dos outros cachorros.
“Creio que saibam o motivo de ter chamado todos, não é, Oliver, Sam e secretário?”
“Sim presidente.”
A maioria não teve oportunidade de presenciar o show entre o casal, foram informados em primeira mão pelo maior linguarudo da equipe e que, até o momento, estava atordoado com a imagem dela.
“O que acharam do acontecimento de hoje mais cedo? Gostaram?”
“…”
Os três permaneceram calados, não souberam o que dizer, uma única resposta mudaria o rumo de todos os presentes.
“Sejam verdadeiros, fale Dmitri, que está me acompanhando por um longo tempo, bem mais que seus irmãos, comente, qual sua opinião sobre o relato dito pelo filhote?”
Todos miravam o único que se comportava como um deficiente mudo.
Através dele, sairia uma punição ou uma bênção, a única proibição era falar mal da senhorita ou demasiadamente, beirando ao sexualismo.
“Comparado com as antigas parceiras que o presidente teve, creio que a senhorita se destacou mais.”
“Muito bem, sim, realmente, e pode falar qual foi o motivo desse destaque?”
“O presidente fez sexo oral, durante o tempo que o sirvo, nunca fez o gesto. É por causa disso que se destacou mais do que as outras.”
“Isso mesmo. É isso que queria, foi tão complicado responder à minha pergunta?”
“Não presidente, nos perdoem.”
“Logo, os que ouviram esse ato histórico, qual foi a sensação de sentir o odor cítrico saído da sua parte íntima? Secretário.”
Droga!
Ao cair em tentação pela primeira vez e, selecionado a responder, daria o seu melhor.
Uma que não prejudicasse a si e aos outros, que dependiam de sua inteligência e sagacidade nesta situação delicada e horrível.
“É um odor agradável, presidente, fico honrado em saber que conseguiu esse item raro e muito desejável.”
“Haha… é, espero que esse tipo de odor não tenha manchado, masturbando seus paus imundos, não é?”
“Não presidente.”
O calor da cidade maravilhosa trazia um mormaço forte, a ponto de fazer aqueles que não tinham nada a ver com a história suarem intensamente.
“Porque, se pegar alguns de vocês fazendo isso, usando-a para saciar seus desejos sujos, terei a honra de empalar o culpado. Alguém se candidata ao cargo?”
A ponta do cigarro queimava lentamente, e a fumaça soprada para fora fez o ambiente se transformar no inferno particular dos condenados.
Todos sabiam que a palavra desse patriarca não é em vão e sim, uma clara visão do futuro caso ouse desobedecer.
“Não presidente!”
“Um último aviso, daqui por diante, relacionando a Bruna, serão cegos, mudos e surdos. Seus deveres serão apenas proteger e acatar suas ordens, entenderam?”
“Sim presidente!”
“Muito bem, vejo que não são tão indisciplinados como esperado. E.. Sam, Nathaniel, Joe, Smith e Dominique…”
“…“
“Fiquei sabendo que foram a um bordel e lá tem uma prostituta muito bonita, que é bem requisitada e, sabendo dessas características, me veio uma certa pessoa que está comigo… Isso não soa familiar para vocês também?”
“Sim senhor, o que deseja ser feito?”
“Mate-a.”
??!
Todos se questionaram se era real ou uma pegadinha de mau gosto, para depois punir.
Pelo fato, o mais importante na lista dele é nunca, nunca, ferir ou matar crianças e mulheres negras.
Portanto, desse erro fatal, Takano perdeu o olho.
Não sabem o motivo, acredita-se que é pelo fato de a linhagem Haroon ser extremamente racista, contudo, é um absurdo escutar o que ordenou e, pela falta de resposta, perguntou, presumindo serem surdos.
“Desculpe presidente, faremos como pediu.”
“Acho que essa pequena reunião foi bem produtiva, não acharam, senhores?”
“Sim presidente.”
“Podem sair, voltem aos afazeres e repassem a informação para os seus irmãos, não tolero falar o mesmo duas vezes.”
“Sim senhor, com licença.”
Todos os presentes se curvaram e, logo, seguiram o caminho da porta, e Oliver deixou o recado para Sam, que faria a missão importante pela primeira vez.
“Sabe o que tem que fazer, né?”
“Sim, líder.”
“Entende que terá que retalhar o rosto antes de finalizar, ok?”
“Claro, senhor.”
“Não será um bicho de sete cabeças, é o mesmo quando matou aquela tailandesa, ok? Só pense que quer roubar sua moto.”
“Ok, líder. Seguirei seus conselhos.”
“Todos os materiais estão no carro de Joe, e leve uma garrafa de bebida, vai precisar. E quando terminar, vamos nos reunir no quarto do Dmitri para jogar poker, esse valendo dinheiro.”
“Valeu, líder.”
Temendo, concluirá por isso, os olhos brincalhões deram origem a um sanguinário pronto para saborear o sangue da vítima.
***
Sem querer desgrudar, a jovem pede, em meio aos risos devido às cócegas dos beijos em seu pescoço que seu parceiro lança sem parar.
Pareciam siameses, se desgrudam, morrem, mas não é bem assim, é apenas o ciúme dele agindo.
Não queria que recepcionasse seu empregado, por isso, com a ordem, estava fazendo para ‘suavemente’ explicitar seu papel.
Já que consegue ver além de que esse tipo de olhar é tão igual ao seu para com ela.
“Mohammad! Hahaha… Para, o menino está esperando… Hahahaha… Senhor!”
Quando escapou dessa prisão deliciosa, fez o sinal com a mão, interrompendo o ciclo e impedindo seu avanço, e com dor no peito, vendo abrir a porta para outro, a face enrugou.
Quando abriu, o secretário, com suas coisas em mãos, viu a pequena criatura à sua frente vestindo uma blusa grande e larga, e sabia a quem pertencia, porém, sua face era o oposto de segunda, similar à água e vinho.
E o jeito alegre voltou, e a voz é a mesma que acostumou a adaptar.
“Oi, secretário. Entre, fique à vontade.”
Deu espaço para entrar em um lugar sem pedir autorização, como um visitante importante.
“Com licença, bom dia, senhorita, onde est…”
Assim que concluiria, a visão já choca com ele com uma feição nada feliz, mas não é expresso para lhe punir, por isso, sua cabeça automaticamente abaixou para não causar constrangimento entre o casal.
“Bom dia, diz que não tomou café.”
“Não senhorita. Obrigado pelo convite.”
Por algum motivo estranho, mesmo com a presença desse demônio, o ar ao redor fica respirável e o terror não reina.
Logo, consegue ser o mesmo e tem todo o abuso ao olhar em seus olhos e sorrir.
O que deixa Mohammad puto é que a dama saiu na frente e foi para o quarto onde estavam as coisas.
O intuito era fazer um café na varanda, algo chique e bem atemporal, mas o calor impediu. Usarão a mesa no quarto perto do ar-condicionado.
“Está quente, né?”
“Sim senhorita. Mas nada tão difícil de suportar, em Dubai chega a ser pior.”
Falando um português engraçado, ainda dava para compreender o que dizia.
“Sim, lá predomina o clima árido, né? Fiquei sabendo que usarão drones para estimular chuvas.”
“Verdade, mas o sistema impede que os cidadãos e turistas passem por isso, e não é recomendável visitar entre abril e setembro, é aterrador.”
“Hahaha, não moraria ali nem me pagando, já tenho problema com o clima tropical daqui, imagina em um desses?”
O empregado mirou com pesar, por ser um destino que não deve ser remediado. Como casará, terá que ficar onde estiver.
Então, enfrentará o calor insuportável dos Emirados.
A sorte é a mansão ser equipada com tudo que pode imaginar e não passará por dificuldades, ainda assim, o presidente, por ser superprotetor, não deixará sofrer.
Desse modo, não concordou e só sorriu para impedir um desentendimento com seu chefe.
Enquanto a atmosfera agradável estava presente, Mohammad apenas observava da entrada da suíte seu escravo, expressando algo que não foi dito para fazer.
Apesar do respeito obrigatório, havia outro sentimento que arrancou de seu peito e agora surgiu bem diante de si com a presença de sua mulher.
Felicidade.
Algo desnecessário para um robô, de alguma forma, bloqueado — mesmo que todos os seus alarmes falem para arrancar isso — esse sintoma desagradável vai tirar o que tem mais apreço.
“Gosta de bolo?”
“Sim.”
“Que bom, fiz duas travessas grandes porque, apesar de não comer muito, Mohammad parece um devorador, e fiz muita coisa, espero que goste.”
“Tudo que fizer, vou gostar.”
“Que nada, seja verdadeiro e não faça para me agradar, assim melhoro na próxima vez.”
“Se é assim que deseja, farei.”
Ignorando o deus raivoso, ambos passaram pela porta em um mundo cheio de nuvens agradáveis, pegaram as coisas da mão do funcionário e colocaram em cima da poltrona.
O que já é um perigo, sendo desnecessário com um animal, e tudo estava sendo anotado por ele.
“Tá tudo bem, senta onde quiser. Vamos, Mohammad, sente-se também, estou com fome.”
“Que porra. Quero socar ele.”
De frente para o outro, e o pobre cordeiro no meio, é a cena rara entre dois predadores distintos cobiçando a mesma presa, que não se sentia bem diante disso.
O suor, de nervoso, escorreu da têmpora, descendo suavemente pela face e pingou na clavícula gorda. Poderia ser agradável, mas o chefe não permite, lançando espinhos e com uma expressão aterradora.
O de mesma cadeia apenas se acomodava no calor e no território dela para não ser penalizado.
“Vamos comer…”
“Sim…”
“Por que a música ‘Felicidade’ de Seu Jorge preenche minha cabeça, vendo que o conflito é tempestuoso?”
Sem tirar os olhos do escravo, pegou o pão de queijo caseiro e mordeu um pedaço.
Nervosa, pelo critério abordado com tudo que ingere, rapidamente notou que sua pupila expandiu em um clássico elogio.
“Está gostoso, cordeirinho.”
“Ufaaa.”
“Obrigada. Coma, secretário.”
“Com licença.”
E assim, o clima foi se ‘estabilizando’.
“Será?”
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Capítulo 123
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