Capítulo 132
Seria a primeira vez dormindo junto, não conta os dias anteriores, mas o agora, uma noite inteira, na verdade, três dias intensos.
Onde não haverá preocupação no horário de partida, ou voltar mais cedo para não alertar o pai, nada disso vale, só os dois nesse quarto perto da natureza.
Portanto, depois de outro banho, se aconchegou nesse refresco que o ar-condicionado traz.
E dentro da coberta, mora o corpo quente e agarrou para ficarem juntos como deveriam ser.
***
Os barulhos dos pássaros são o despertador ideal para quem ama o ar livre.
Isso é comum para Bruna, que mora numa reserva, mas, oposto à sua morada, não é acompanhada com as melhores sintonias dos forrós da atualidade.
E sim, puramente cru.
Escuro, abriu os olhos lentamente e o sono gostoso foi se dissipando, formando uma fina camada de preguiça. Não sabe quantas horas apagou, mas acredita que foi por um longo momento.
O esqueleto doía e precisava urgentemente levantar para esticar toda a estrutura, fazendo entender que é hora da ação.
Os flashes fracos dos raios solares diziam que seria mais um dia de calor.
Não suportaria viajar para outro estado, para ficar à mercê da chuva e do mau tempo.
É um dia para relaxar, curtir e comer.
Portanto, quando desvinculou-se do braço dele, não viu despertar ou fazer qualquer barulho, estando tão cansado quanto ela.
Na realidade, é um fato inédito devido a Mohammad nunca apagar. O seu sono é leve e sempre se manteve alerta a tudo, igual a um predador diante de uma selva perigosa.
Porém, a presença dela e o calor tornaram-se seu sonífero, no qual relaxou e, mesmo sem a presença, manteve igual.
Bruna olhou, não acreditando que dormiu a noite inteira com um cara tão bonito, por isso, pegou seu celular velho e imortalizou dentro de sua pasta.
“Ai!”
O pé atingido pela louça de porcelana arde, e o curativo garante a proteção dos agentes externos.
Ainda assim, sorri, indo em direção ao banheiro para escovar os dentes e lavar a cara.
Por mais que navegasse no sonho, Mohammad notou que o calor foi embora, e fazia um tanto que experimentava o toque do lençol e mais nada. Depois disso, despertou e rapidamente seus sensores funcionaram.
O som de algo daria pista, onde estivesse.
[Hoje, em Minas, o dia será ensolarado, estamos enfrentando uma massa de ar seco que engloba todo o sudeste e centro-oeste. O norte do país sofre com intensas chuvas, enquanto no sul….]
O noticiário do canal principal está ligado, o cheiro suave de um desinfetante estranho circulava pelo nariz, junto ao ar frio e ao verde.
Nada dela soava, assim, levantou meio zonzo, ao ter uma noite ótima, procurando de onde vinha esse barulho. E no outro cômodo, a viu sentada no sofá com um rosto sério, e ao lado, o seu celular.
Alguma coisa aconteceu para mantê-la silenciosa, e foi até lá para entender o que de fato aconteceu.
O sofá não é grande, tomando espaço ao sentar e pegar o aparelho. Mirou se havia prova incriminatória e lá, a uma chamada de um número desconhecido com o código telefônico de seu país.
E o que tenha acontecido, não foi uma boa ideia e entende que não pertence à Latifah.
“O que aconteceu?”
“Não queria atender, desculpe, mas… ficou insistindo e atendi para não perturbar. Só que, assim que falei, uma mulher histérica começou a me xingar e falar vários absurdos. Por isso, desliguei.”
“Hum….”
“Mohammad, não disse que Latifah sabe sobre nós?”
“Claro.”
“E, por que me xingou? Como consegue falar fluentemente?”
“O que?”
“Sim, disse ser sua esposa e falou que me acharia e acabaria com minha vida. Tem certeza, ou está mentindo de novo?”
“Não.”
Com o sistema, verificou pelo identificador de voz quem era tal intrusa, e só de escutar a voz melódica perguntando seu nome, já soube quem era, a cobra da família, a mulher que nunca deveria ter enfiado o pau.
Hana ibn Fadel.
“Droga, piranha filha da puta.”
Não sabe como conseguiu seu número privado, mas essa puta o persegue desde antes do casamento com sua irmã.
E depois do breve envolvimento sexual deles, continua no seu encalço, igual a um encosto enviado por uma divindade maligna.
E teve que engolir até então.
“Bruna, essa mulher não é minha esposa.”
“Então, quem é?”
“É irmã mais nova de Latifah, Hana. É casada com um banqueiro e tem duas filhas.”
“Por que daquele absurdo? Parece que era sua esposa, sério, jurei que fosse a Latifah.”
“É uma longa história.”
“Não acredito que passou a vara na sua cunhada.”
“Infelizmente, sim. E me arrependo até hoje.”
“Conte, conte tudo.”
“Vamos tomar café, aí faremos isso com calma, lembrar disso, me embrulha o estômago.”
Com a promessa, apenas vestiu um short enquanto o outro se aprontava para degustar algo bom, mas contar um passado chato.
No fundo, Bruna não estava chateada, e sim, curiosa, pois queria saber como ambos se envolveram a ponto de chegar nessa bizarrice.
Por isso, seu lado fofoqueiro a consumia, e estava faminta pelo trágico momento familiar dos Haroon e Khalid.
Isso faz voltar ao passado, um período de ouro onde desfrutava como um bom solteiro prestes a noivar.
Tudo começou em 2013, em Londres, faltavam meses antes de retornar para sua terra-mãe.
Acostumado ao clima chuvoso de Londres, não sabia como tolerar o calor e o clima seco novamente, contudo, seu pai se transformou em um moribundo, restando pouco para ter a cadeira e o eliminar para sempre.
“Ahhh… Mohammad… devagar… vou gozar….”
“Ah……”
Um dia de cada vez, portanto, aproveitava o fato de não estudar e ter uma vida intensa antes de focar no trabalho e prender essa besta na gaiola.
Nisso, enquanto fodia com uma loira, rapidamente entrava uma morena, era caótico e maravilhoso.
“É verdade que vai casar?”
A antiga auxiliar, agora professora de sua universidade, o cercou. Já é graduado e não tinha o que fazer, e sempre esbarrava nesse bar perto da vizinhança.
Ao olhar, viu que usava um lindo corset negro, onde seus seios maravilhosos são iguais a letreiros e seu corpo fenomenal. Não sabe quantas vezes se afundou nisso nos intervalos na mesa do tal professor que prestava serviços.
Era o desejo de consumo dos alunos, mas acabou caindo em sua mão e aproveitou para meter fundo e subjugar em várias posições divertidas.
Além disso, era com ela que conseguia entrar em várias casas de swing e derramar todas as suas energias em várias casadas.
Desse modo…
“Uhhhhh… Que delícia! Ahhhhh…..assim…..mais……ahhhh”
Quando a energia é forte demais, o primeiro lugar para esvaziar era dentro de seu carro.
Pelo tamanho, dizem ser impossível, mas nunca foi um problema, tudo era uma solução quando é para saciar seu desejo e vontades.
Seu corpo suava, enquanto montava freneticamente em seu pênis, igual a um trampolim, e isso era esplêndido.
Lentamente, Londres vai se despedindo da melhor forma possível.
Até chegar essa, a súcubo do inferno.
Estava almoçando em um dos restaurantes favoritos, era uma mesa cheia e queria acumular energia depois de passar pela academia, sozinho e bebendo um delicioso vinho.
Todo santo dia, o antigo secretário de seu pai enviava notícias do estado de saúde de seu velho e isso era motivo para comemorar.
Por isso, a comida era deliciosa. Finalmente, depois de anos envenenando, chegou o fim trágico.
Mais um pouco… só um pouquinho…
Já possui poder como presidente adjunto, e nada podia impedi-lo de colocar suas garras e fazer algumas mudanças.
Quando retornou para casa, bem tarde, num domingo chato em que não queria ter ninguém, ela estava ali.
Vinte anos, sem hijab e um rosto angelical. Quase fatal.
Logo no horário que surge, e não sabe como conseguiu invadir o sistema e está de frente ao seu apartamento.
“Quem é você?”
“Eu….”
Sem se importar, passou por ela e jogou de lado, fazendo cair no chão e colocando a chave para abrir.
“Me chamo Hana, e sou uma grande admiradora. Queria conversar…”
“O que?”
Esse desdém, sem tempo para brincar de conto de fadas, queria se livrar desse estorvo e tomar um banho, mas seus tentáculos foram mais fortes e ofereceu algo que não conseguiu resistir.
Mesmo num domingo, sendo sagrado, não recusou comer uma buceta virgem em uma bandeja de prata.
“Ahhhh….. Tá doendo…… dói……”
“Relaxe… foque em mim, desse jeito…”
O beijo, para relaxar um corpo tenso, fez afrouxar o aperto, fazendo seu pênis entrar por completo, assim, a noite inteira seguiu em nome da luxúria.
Enquanto recitava em árabe palavras românticas, o homem só queria terminar e gozar de uma vez.
Não podia amar, na realidade, não queria ninguém e mesmo supondo, algo impedia, fazendo voltar ao carnal.
Como se uma promessa antiga fizesse acorrentar o sentimento e liberasse todos os ruins, igual à caixa de Pandora.
E agora, depois de anos, enfrenta as consequências dessa desgraçada invadindo seu futuro, a única que aceitou ser sua. O seu amor.
***
Ouvindo toda a história, ficou chocada, é realmente a consequência a se levar, agora tem uma mulher tão obsessiva quanto ele. E não levou para o coração, e seu passado não a incomoda mais.
O importante é o agora, o que vive.
“Tá tudo bem, já passou.”
Pacifica, fez ver o quanto é diferente, se fosse outra, se roeria de ciúme, só que a face é suave como todo o resto.
Assim, teve vontade de beijá-la e ser completamente seu.
“Esse doce de leite é maravilhoso, prove.”
Com a mesma colher de plástico, pegou um pouco de seu prato e colocou em sua boca. Sim, é doce, mas um doce de qualidade. Deve ser por isso que Minas é elogiado pela culinária.
“Seu beijo é melhor.”
“Para.”
Sem graça, o tempo está cumprindo o prometido, não havia nuvens e está tão quente que uma camada fina de suor formou-se, e mesmo com roupas leves, ainda é atormentador.
“Quer pular na cachoeira? Ou quer fazer uma pequena trilha?”
“Sim, pra isso que viemos.”
Vestindo um vestido praiano e, por baixo, um short mais curto, não poupou as mãos levadas de invadirem por baixo. Os seguranças acompanhavam à distância, apreciando a paisagem enquanto seguiam pela trilha da área.
Havia um bom público, junto às crianças que faziam o mesmo, e não acostumada a parar quase toda hora, conseguiu chegar no destino e tirar várias fotos. No entanto, ao ver a cachoeira, o medo tomou conta.
“Vem comigo, não soltarei.”
“Não…”
Mesmo cristalino, ainda é aterrorizante, sente um medo absurdo dessas coisas e até em piscina plástica fica paralisada.
“Está tudo bem, confie em mim.”
“Verdade?”
“Sim.”
E, entrando na superfície rasa, seu coração acelerou, é real e vivido, a ponto de retroceder, fazendo tremer. Logo, toda vez que via o nível subindo, a vontade de voltar é enorme.
E toda vez que olha para trás, parece distante da margem, até que Mohammad a pegou com jeito, fazendo grudar suas pernas e seus braços em si.
Podia sentir o pavor, tão intenso, uma fobia grave.
Com isso, tentou passar todo o calor e não saiu desse ponto até sentir que se acalmou, não queria fazer chorar, não depois de tudo.
“Estou aqui, ok? Não soltarei.”
“Por favor… não quero morrer.”
“Jamais, tá?”
“Tá bom.”
E gradualmente, o medo foi dissipando, não há ponto de confiar totalmente, ainda restava e, aos poucos, com permissão, foi avançando enquanto distraía com outras coisas, fazendo sorrir e esquecer que está num território perigoso.
Comentários no capítulo "Capítulo 132"
COMENTÁRIOS
Capítulo 132
Fonts
Text size
Background
As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...