Capítulo 135
Com o copo de meio litro de caipirinha, prova e sente o sabor delicioso igual antigamente, não é de beber, devido ao fato de nunca ter agradado, a não ser em momentos especiais de final de ano.
E, depois de adquirir a doença e tomar remédios controlados, deixou esse prazer de lado para sobreviver. O último porre, ou o primeiro, foi na Lapa aos 18 anos.
Foi a melhor sensação do mundo, brincou, dançou e espalhou toda a alegria habitada no interior, que nunca expressou em toda a vida.
Mohammad está com uma garrafa d’água, para intercalar com álcool e não fazer tão mal, porém, seus olhos estão nesse cara.
Alto, branco, cabelo liso preto e olhos castanho-claros.
É o típico padrão que faria qualquer uma desmanchar, não importa o quanto tente se camuflar, ainda é visível para essa quimera.
E sem disfarçar, esse leão exibia um sorriso audacioso para sua fêmea, como se previsse que seria dele mais cedo ou mais tarde.
Explicitando o desejo de fazer tão igual, como fez com tantos que foram surrupiados por ele.
“Filho da puta.”
Por isso, entendeu que aqui se faz, aqui se paga.
Antes foi sua vez de roubar, hoje é a sua vez de degustar o sabor da derrota.
No entanto, como tal não permitirá, é só dele, e de mais ninguém.
E, caso tente, o seu corpo será despedaçado e carbonizado.
“Experimente.”
Ofereceu para experimentar a bebida. A jovem que pediu fraco achou um tanto forte para sua resistência e queria a opinião dele, que estava em alerta máximo.
Puxando o líquido adocicado, sentiu o doce e a presença da cachaça é mínima, igual a suco.
“Está bom, mas não beba de uma vez.”
“Tá um pouco forte.”
“Sim, beba um pouco de água.”
“Ok.”
Gelada, ameniza-se o calor proporcionado pela aglomeração, não está tão sufocante e dá para se movimentar e dançar tranquilamente.
Pelo som animado e as luzes piscantes, não notaram ao seu redor e buscaram se divertir ao máximo.
Gradualmente, de drinque em drinque, o corpo duro foi se tornando maleável demais, o que despertou desejo nele e nos que estavam ao redor.
Nem a água impediu de não ficar bêbada, e não foi necessário beber tanto, cedendo um lado que há tempos foi esquecido.
Bruna, quando mais nova, teve contato com a dança. Sua mãe sempre colocava e incentivava a fazer aulas desse tipo, pois eram gratuitas e, de alguma forma, ajudariam a perder peso.
Desse modo, navegou em vários projetos comunitários que focavam nesse meio.
E mesmo tendo dificuldade, com esforço, acabou se adequando e tornando-se maleável para fazer movimentos que hoje não consegue.
Fez de tudo: dança de rua, balé, jazz, dança africana e dança de salão.
No entanto, os traumas aprisionaram esse dom, e agora ele é liberto quando está sob efeito de álcool.
E o que é contido, foi solto.
E vendo dessa forma, rebolando como tanto, o sistema de alerta foi interrompido para ver esses movimentos.
Por memorizar várias coreografias, sem praticar, acabou imitando.
“Até que a senhorita não é tão ‘sem graça’ assim.”
Comentou Charlie, ao ver o show que deveria ser particular.
Por isso, Mohammad sentiu algo quente descendo pelo nariz e soube imediatamente o que era.
Sangue.
Os dois expelem sangue, por um aumento da pressão arterial pela excitação sexual exagerada que está acontecendo nesse instante.
Assim, algo que não é certo aconteceu, em que o tesão está nas alturas a ponto de querer fazer sexo agora.
Bruna, relaxada e amando a sensação de dançar, olhou em sua direção e viu o caos instalado, fazendo-a parar imediatamente.
Os homens que curtiam o show ficaram chateados pela interrupção abrupta, querendo xingar Mohammad por ser o causador disso.
“Mohammad, cê tá bem? Tá sangrando!”
“Estou bem, só foi um estímulo forte. Falando nisso, então é assim quando fica bêbada?”
“Não sabia que voltaria depois de 14 anos.”
“Porra…”
Portanto, achou um tanto perigoso caso estivesse sozinha. Com ele é tranquilo, mas sem ninguém é presa perfeita.
“Quero ir ao banheiro.”
“Tá bom, segura em mim.”
Eles estavam no miolo, onde rolava toda diversão e putaria, logo, para guiar de volta ao início, grudou suas mãos no pulso dele para guiar e se aliviar.
Só que essa distração deixou suscetível demais, a estrutura mareada pela dança hipnotizante, abriu espaço para outro predador armar toda uma estratégia para separá-los, e funcionou.
Dividir para conquistar é clássico.
Consequentemente, quando a muvuca foi para um lado, a mão que deveria estar unida desprendeu, ocasionando uma divisão onde o homem entrou em desespero ao se desprender de sua amante.
Igual a uma célula, quando perde sua principal função, Mohammad entrou em desespero ao notar que Bruna não estava em seu alcance.
“Bruna!”
“Ahhh!!”
Ao som alto, só pode escutar seu grito e depois mais nada. O silêncio e a diversão reinaram, mas parecia a cena de um filme de terror.
E o carniceiro conseguiu concluir o primeiro passo, agora é pegar seu prêmio.
Perdida, separada dele, está consciente e entendeu que deveria chegar no início e ficar num local fácil de achá-la.
Nisso, tentou caminhar de volta, porém, como foi para perto do palco, foi difícil achar a passagem, parecia tudo igual e, por estarem bêbados, seus corpos são semelhantes a pedras, duros de sair, dificultando ainda mais.
“Ei!”
Sente alguém tocar seu ombro, e pelo volume alto achou que fosse ele, mas ao virar, não é nada disso. Um desconhecido, estranho para falar a verdade, fez seu peito acelerar.
Ainda que seja lindo, dava medo. Então, não deu bola e voltou a lutar contra a maré.
“Calma, gata, espera um pouco.”
“Droga! Hetero top uma hora dessas não dá.”
Voltando, caminhando lentamente e sentindo a leve sensação de sufocamento, foi ligeira com suas pernas curtas. No entanto, o cara não desistiu, e foi aí que percebeu que a temporada de caça está aberta.
E a campanha do ‘não’, não surgiria efeito.
Seus braços são semelhantes aos de uma anaconda, prendendo a vítima, e o desespero de sair aumentou.
“Me solta, porra!”
“Calma aí, vamos conversar um pouco.”
“Conversar é meus ovos, filho da puta!”
“Gosto assim, quando fica bem agressiva, é até mais gostoso.”
“Não!”
O cheiro de bebida é forte, inebriando quem tentava raciocinar, e mesmo pedindo por ajuda, o pessoal estava tão doido e em seus próprios mundos, que não ligaram quando a coitada foi arrastada para outra dimensão.
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