Capítulo 147
Para a mesma jogada, a mesma desculpa.
A ex do seu marido é literalmente um demônio, não pelo fato da competição entre atual e ex, mas pelo simples fato de ser uma narcisista.
Diane Fonseca dos Santos conheceu o pai de seus três filhos na adolescência, uma época florida que equilibra o amor e o desejo.
E foi isso que os uniu, tendo relacionamentos conturbados, principalmente ela, que se envolveu mais nova com um bandido. O que não gerou problema no futuro, mas é guardado a sete chaves.
Até hoje, não sabe se era virgem quando se perdeu com Breno, mas não importava, agora era sair desse campo florido e encarar o amargor da realidade, o primeiro filho veio sem pedir para nascer.
E Breno teve que se virar para sustentar duas criaturas que necessitavam da força de seus braços.
Desde a prevenção de contraceptivos e a camisinha, a maioria não usava como atualmente, fazendo o grupo pobre sofrer com o alto índice de natalidade.
Em que os menores não tinham como se autossustentar, passando essa carga para os mais velhos, que em sua maioria são mães solteiras que sofreram também sob esse efeito.
E o fato de o aborto não ser legalizado garante a eficiência dessa massa, perfeita em época de eleição. Água e luz, a 0800, se tornam uma estratégia valiosa para ganhar uma candidatura.
A necessidade quebra as pernas da liberdade e fica cativa daquele que possui poder.
Nisso, em pouco tempo, quando Pietro ainda entendia o que era ser gente, a garota engravidou novamente.
Fazendo-os tomar a responsabilidade de que não estavam preparados, e agora, outro que não pediu, nasceria.
É fácil criticar, a ignorância não se limita a ser analfabeto, mas a entender os fatos da vida, uma boa educação sexual é crucial para barrar essas consequências.
E toda adolescência que deveria ser vivida se transformou em adultos com duas crianças pequenas.
Por causa desse salto gigantesco, a mulher que não curtiu a hora devida explodiu mais tarde, deixando os menores à mercê da vida, enquanto seu ‘marido’ tentava lidar com a sobrevivência, crianças e uma casa.
Serviço doméstico, roupas, comida e cuidado com os dois não eram feitos por ela, fazendo Breno se dividir em dois.
Por ouvir a tola opinião dela, não colocaram na creche, o que dificultou, fazendo o mais velho entrar para auxiliar o pai a cuidar de outro menor.
E o suado salário conquistado, dado a tal, era gasto em farra, onde explicitava o quão ‘otário’ era seu antigo cônjuge.
Tornando os dez anos num inferno.
Quando finalmente Diana engravidou pela terceira vez, houve desconfiança, já que a ‘união’ não ia bem, e ela estava em ‘relacionamento sério’ com seu atual marido.
Se desligando de vez, à medida que fez a caveira de Breno, desviando o ódio para ser direcionado para ele.
No final, quando o último fiapo se rompeu, a história teve um ‘fim’.
Sim, era para ser o fim e cada um, pacificamente, entender o quadrado do outro e viver em harmonia pelo bem das três crianças. Só que Diana, mesmo não tendo nada, gostava de manter seu ex na palma da mão.
Não existe motivo, mas o que dá para entender é o fato de querer ser ‘adorada’ o tempo todo e a atenção e amor devem ser direcionados somente a si.
Só ela pode curtir, ser amada pelos filhos e pelo mundo, enquanto o resto se rebaixa para que sua vida seja perfeita.
Quando soube que o ex conheceu uma nova mulher, o mundo caiu, pois o que foi construído para contribuir na desgraça e na necessidade dele foi arrancado.
Não autorizando, sendo a única a conquistar essa relíquia. Fazendo de seus filhos os maiores rivais do próprio pai.
Tornando seu ex-amante no pai ideal.
Nas redes sociais, comenta-se muito a situação da mãe solteira e o quão complicado é ter um parceiro ‘fantasma’ ou ‘aproveitador’, deixando toda a responsabilidade nas suas costas.
Que, porventura, continua sendo a maior porcentagem, e a razão de maior atenção, entretanto, não há tanto relato da outra versão.
Em um número menor, ou até pífio, quando um pai é forçado a não ter essa função e usado como ‘banco’, devido a ser rentável.
Breno não tem função de pai há anos, desde que se juntou à atual. A ex o impede, fazendo os filhos ficarem presos em sua teia, à medida que espalha mentiras sobre algo que não existe.
Tudo pelo fato de seu reinado estar ruído e os filhos gostarem deles.
Assim, por tudo que acumulou, aos olhos de Diana, é prejudicial, usando truques sujos e fazendo presença na vida deles como um encosto maligno.
Apesar disso, não inibe os defeitos de seu ex-marido, que priorizava a maior parte do relacionamento, a sua família de sangue.
Acumulando o lodo, fazendo transbordar nas laterais.
Em que, a atual, infelizmente estava tendo o mesmo problema.
Logo, esse ciclo alimentava sua vontade de deixar o pó do que um dia a amou tanto.
“Breno, as crianças vão comer e depois, vai ligar para aquele cara buscar eles.”
“…”
Beatriz, que enfrenta esse vórtice desde a união, não aguentava o fato dele se submeter às chantagens de sua ex.
Desde que chegou, já recebeu o impacto de não ser totalmente aceita na família.
Pelo longo casamento do passado, a presença de outra causou um choque que durou um tempo para dissolver.
Filha caçula, a mais mimada, que teve um lar privilegiado, Beatriz não foi vista como ‘mulher’ e sim, uma ‘garotinha’. O que fez provar o oposto, e agora, superando tantas coisas, o último chefão está sendo duro de liquidar.
“Falei para não postar isso no Instagram, sabe o que aconteceria.”
“Ué, por que não posso postar minhas fotos no Instagram? Por que estou proibida de mostrar a minha alegria, a nossa alegria?”
“…”
Breno continuou andando, querendo chegar em casa. Estava com saudade deles, que não se veem desde o ano passado.
Depois do outro ataque dela, não puderam visitar novamente.
“Fala, Breno!”
Sem uma resposta, cansada, resolveu encarar a questão e dizer algo entalado.
“Sabe o que não entendo. É que nunca podemos fazer tudo às claras, quando saímos, não me trate como sua esposa e se afaste de mim. Ou fica receoso, quando posto uma foto, pelo medo da opinião da sua ex.”
“…”
“Me fala uma coisa, por que estamos casados se continua a me tratar como amante?”
“Quê? Que doideira, de onde…”
“Não vem dizer que é loucura, é a realidade, quase sete anos me tocando que era amante. Todos os gestos, o medo da Diana, tudo aponta que falta muita coisa para nosso relacionamento melhorar.”
“…”
“Nosso compromisso começou depois que terminou, mas não sei, parece que habita entre nós, igual a um parasita.”
“Você sabe, os meus filhos…”
“Nada disso, ela usa seus filhos para benefício próprio, fez isso pelo fato de nós estarmos felizes. E não deseja isso, o prazer dela é te ver na miséria, na palma da mão, sobrevivendo das migalhas.”
“…”
“E saber que está prosperando, é horrível. Então, por favor, me escuta e pare de agir desse jeito.”
“…”
Pensando, não dando uma resposta conclusiva, é a mãe de seus filhos e, como convive com ela, todo poder e manipulação estão a seu favor.
Assim, acaba jogando seu jogo, não sabia que, quando a conheceu, o amor cultivado se transformaria nesse inferno, onde três vidas inocentes estavam no meio.
Portanto, é uma decisão complicada, retirar a Diana é o mesmo que tirar seus filhos, mas entende que isso está durando muito tempo, no qual deveria ser dedicado aos filhos e ao seu casamento atual.
Porque, se não, está arriscado perder ambos e experimentar a solidão, enquanto a outra curtirá sob sua derrota.
“Quando lancharem, levarei os três para casa.”
“Não é isso, deve criar coragem e esclarecer o que de fato está acontecendo, para de aceitar ser o vilão e tome o papel que é seu por direito. Você é o pai, não aquele cara.”
As palavras que não vieram com gritarias, deixaram dormente, é igual receber uma porrada muito forte, e deve-se levantar sozinho e continuar lutando, até o último se render.
E depois de vários assaltos, em que era derrotado em prol dessas vidas, chegou o momento de ganhar, ser um vencedor e revelar o que foi ocultado.
***
Às vezes, quando crianças e até adolescentes, não entendemos certos posicionamentos de nossos pais, até que isso se volta contra nós, e na fase adulta seremos nós a enfrentar o dilema.
Bruna, que só tem 31 anos, não sabe o gosto ou o ardor de ter filhos.
Nada tentou nascer de si, e agradece cada segundo por isso, mas, vendo entrarem pela porta com uma feição que não condizia com o comum, entendeu que o tempo havia chegado.
Há hora que aquelas crianças saberão a resposta que tanto procuravam.
Vai doer, e sabe disso, machucou um pouco quando soube pela boca da mãe que não era filha de seu pai, e que o indivíduo nunca a procurou, deixando o amargor na falecida.
Mas, diferente deles, que têm um pai vivo e estão dispostos a assumi-los, lutar, chorar pela atenção e carinho merecido, entende que será doloroso, onde finalmente saberá a verdadeira face de sua querida mãe.
E o papel pelo qual se prestam.
“Aonde quer ir?”
Eles desceram pela Borda, o carro estava localizado na parte alta, desse modo deveriam esperar até o segurança fazer a volta para levá-los aonde quisessem.
“Vamos dar uma volta.”
“Tudo bem.”
Nunca veio nessa parte, que é perfeita para festivais ao longo do ano.
Entretanto, está quente, céu estrelado, mas nenhum vento, tornando tudo pegajoso demais. Mohammad, que vestia algo casual e fresco, não tolerava a sensação do suor acumulando em sua pele.
Assim, Bruna permaneceu em silêncio, como dois estranhos, o que de fato são, dando uma insegurança.
Desse modo, lembrou de Lauren, quando andava ao seu redor, o sentimento em não ser correspondido e um amor que não tem volta, feito sozinho, no escuro e vazio.
Amar dói, a ponto de suportar a dor física, sendo tão cruel, fazendo gritar.
Nisso, longe de tudo, onde chegaram após a usina elétrica, no breu, a pegou e ergueu, fazendo suas pernas envolverem-se em si.
“O que?”
“Não faça assim.”
“Assim, o quê?”
Observou o rosto confuso, não entendeu qual é o problema, mas não existia, é somente sua inquietação agindo.
“Não me deixe amando sozinho.”
“Só que…”
Silêncio, não queria ouvir a resposta, logo um beijo desesperado pode calar essa flecha venenosa e acalmar seu peito.
Os sentimentos vazados foram jogados nessa ação, sentiu amor, desejo, medo e tristeza, uma coisa somente vista em filmes românticos.
Diante disso, quando a mente retorna aos eixos, falou algo preso para manter o exterior íntegro.
“Acha que seria uma boa mãe?”
Ao escutar, compreendeu que o motivo desse distanciamento é o medo da maternidade.
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Capítulo 147
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...