Capítulo 151
A pergunta que nunca se calará é: qual será a reação do indivíduo que receberá o prêmio milionário do jogo de azar mais famoso do mundo.
A ação de fazer o jogo da sorte e ganhar acima dos 20 ou até 300 milhões, transforma as emoções daquele sortudo em bom ou ruim.
O dinheiro, além de facilitar, pode ser seu maior carrasco.
A história do rei Midas explicita ambos os lados, onde, com toda riqueza, com apenas o toque de sua mão, traz a felicidade desejada e tudo que possa ter, mas, se perde coisas valiosas que jamais terá.
Ao transformar a filha em estátua de ouro, fez com que toda riqueza — a que sempre aspirou — se tornasse em maldição e, para não matar ninguém, viveu sozinho até o fim de sua existência.
É desse jeito que se olha o prêmio da loteria.
Que, com o prêmio, pode dar tudo, porém lhe traz a solidão e possivelmente a morte. Devido a que, ao seu redor, todos cobiçam tanto quanto o próprio a receber tal dádiva.
Fazendo da solidão, sua melhor amiga.
Agora, Bruna é uma mulher rica, na realidade, milionária, e por conta dessa condição que somente bem poucos têm, está processando o que lhe foi dado.
Vendo um filme qualquer, no calor de seu parceiro, imagina o lado benigno de ter tudo, como ajudar em casa ou reformar a estrutura inteira do jeito que desejava.
E não sentirá o gosto da pobreza a que está acostumada.
Portanto, questionou a única pessoa que vive nela desde a concepção.
“Por mais que tenha ciência da pobreza, não tenho noção de como vivenciá-la, se tentasse, com certeza falaria que vivo num planeta diferente do seu.”
Sim, ricos vivem em um universo próprio, afastado da lógica do restante da população.
O conceito de felicidade, amor, confiança e humildade difere dos que não têm esse poder aquisitivo. Tornando-se tão boçal e mesquinho, que os que têm o diagnóstico.
Cada decisão é pensada no quanto ganhará futuramente, em que, antes de fazer o acordo com sua esposa, foi visualizando os lucros futuros, e como tomar poder caso a mesma faleça ou faça algo danoso para si.
Que é citado no ‘Galãs Feios’, ‘quando juntam dois endinheirados, que se casam, não existe matrimônio, e sim patrimônio‘.
O amor só é válido para aqueles que não têm isso, sendo até mais puro que a joia mais cara do mundo. Tudo é milimetricamente planejado para se ter mais grana, se não, nem valeria o preço de ter essa propriedade.
O amor, para os ricos, é perda de tempo, o dinheiro não, é sempre bem-vindo.
“Entendo, então, acredito que ficarei sem a resposta.”
“É a mais bondosa que já conheci, e é essa a minha preocupação, pensa demais nos outros e esquece de si própria.”
“Igual à música ‘Colorida e Bela’?”
Desconhecendo a canção de Pedro Mariano, citou uma das favoritas com as quais se identifica muito.
Quando ouviu pela primeira vez, seu peito se culpou por descrever tanto, que beirava ao realismo.
Sorrindo, pelo desprezo forte a tudo que conhece, a jovem canta uma parte e foi ali, que percebeu que a letra descreve Bruna sem ao menos conhecê-la.
“Seja um pouco egoísta, não é ruim, mas para o crescimento de algo que tanto lhe impede.”
“É, todos os sentimentos são válidos para moldar a criatura evoluída.”
“Verdade, e tudo bem ser assim, faz ter segurança do que ganhou.”
Nos ensinam que certas emoções e vontades são prejudiciais, pelo longo passado fundamentado sob as religiões que ditam o que seja certo e errado.
Desse modo, a inveja, egoísmo e até orgulho são os protagonistas de algo venenoso ao ser humano.
Claro, só é ruim quando há exagero.
A raiva exagerada se transforma em ira, a tristeza em depressão, o nojo em TOC, o medo em fobia, a felicidade em toxicidade.
Tudo que é do lado oposto do paraíso é ruim, portanto, não são somente esses reagentes as periculosidades fundamentadas há tantos séculos.
A tarde se tornou rapidamente noite, mesmo não gostando de pipoca, o que ele fez é tão saboroso quanto o que a irmã ama fazer.
Às vezes, se questiona se sente incômodo em saber fazer tudo, se não fica entediado e que ama a dificuldade do problema para dar emoção ao que lhe falta.
Igual a Saitama, que é triste por ser forte a tudo e a todos.
E pergunta, se hoje será um desafio, um problema que pela primeira vez terá que ralar para ter um bom resultado. Ou, tirar de letra, idêntico ao mestre com profundo conhecimento na área.
Queria dar essa dificuldade que tanto almeja, trodavia, o seu corpo, que foi tocado e lambido, se rendeu sem ao menos resistir.
“Estou com medo da dor.”
“Quê?”
A resposta, sem pergunta, deixou confuso, tanto que criou uma névoa espessa em sua mente avançada.
“Sei que não sou virgem, e isso pode ser lido como piada, mas tenho medo que doa e de não sentir nada.”
“Está falando de sua sexualidade?”
“Sim, ainda é difícil diluir, que não sou igual a todo mundo.”
“Agradeço por ser diferente, ser somente minha.”
Bruna mirou em seus olhos, se questionando se é certo, que nasceu para ser somente de uma única pessoa, e mais ninguém.
Onde sofreu pela falta de reação e os inúmeros fingimentos que outrora eram desconhecidos e horríveis.
Será que é tão bom pertencer a uma única célula?
“Vamos subir.”
Sem dúvida, confronta-se a uma tarefa que somente generais sabem lidar, e ainda assim, com a possibilidade de dar 100% errado.
“Tá.”
O tempo aguardado por muitos será revelado hoje, o amor e o puro desejo se confrontarão numa cama confortável que estreará a dádiva desse embate.
Em que o desejo dela lutará contra o amor dele.
Uma coisa rara a ser vista, nem em novel ou qualquer literatura conta, já que exalta o amor profundo da mocinha pelo protagonista. Mas nunca o oposto.
***
Tudo é mais gostoso quando é proibido, mas quando é conhecido, se torna engraçado.
É assim que encara a situação à frente, impedida de ver a suíte mestre, foi apresentada à sua frente com todo o ar romântico desconhecido por ele.
Tão meloso quanto.
Bruna, que deixou de acreditar em signos e entre outras coisas, ao saber que é uma falsa ciência que cada ser é distinto um do outro, mesmo nascendo no mesmo horário e dia, compreendeu que Mohammad tem todas as características relatadas sobre tourino na revistinha semanal do Bidu.
O que era desejo se virou apático e engraçado.
Pétalas de rosas, um champanhe caro desconhecido, tudo para criar um clima em que uma virgem sonha constantemente.
E que agora é desperdiçado numa buceta usada por três homens.
Se Hana, que deu sua virgindade em nome do amor, foi rejeitada. Bruna, que não tem essa qualidade, é ovacionada e aceita por esse coração de pedra.
No entanto, não tem como enganar, ama cada detalhe, e pegando o morango, uma fruta de que não é chegada, morde, o doce invade com o azedo na medida certa.
“Gostou?”
“Sim… bem romântico.”
“Ama jogar água fria em tudo que queira fazer.”
“Sei que vai continuar, mesmo jogando uma caixa d’água.”
“Sim, mil vezes sim. Vem, vamos nos banhar antes de pegarmos fogo.”
O sorriso, solto numa gargalhada gostosa, é o prelúdio de toda felicidade vencida com o tanto de desgraça acentuada.
E agradece por insistir nisso, mesmo que parta, fará alegre em saber que sentiu prazer e foi intensamente amada.
***
“Eu te amo.”
Uma palavra, que nunca pensou em falar.
O momento de sua gentileza foi quando Hana engravidou, não sabe o porquê. Mas sente tesão em grávidas.
Quando foi anunciado, a casada, que carregava gêmeas, fez o coração desse monstro pulsar. Não há ponto de se envolver sexualmente, mas de permitir sem reclamar que fique em seu território.
Cada vez que a barriga tomava forma, mais desejava, sendo o melhor momento, que depois de ter as meninas, queria engravidar novamente para ter toda essa ação sobre si.
Onde seu grande amor foi paciente e generoso, entretanto, não importa como, não conseguiu ter a dádiva, e aguentou o habitual desprezo.
“Queria tanto que me olhasse do mesmo modo em que carregava essas criaturas…”
Desejou, como todos os dias.
“Sr. Khalid, conseguimos coletar seus óvulos, agora faremos o próximo procedimento.”
“Claro.”
O único momento em que estão juntos é de frente para o médico, que fará contemplar novamente o que sempre almejou.
“Sei que o antigo não deu certo, mas com a tecnologia atual, garanto, com a probabilidade que temos, que engravidará de um menino.”
“É tudo que espero.”
Sua face impassível não deseja conceber desse cara e sim de Mohammad, o seu verdadeiro amor.
Que agora, faz o ritual que tanto desejou, o qual só teve o corpo e não o coração.
Enquanto ela? Terá tudo que lhe é de direito. Formalizando que o amor não é para todos.
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...