Capítulo 165
E, como se Morfeu ouvisse sua clemência, uma criatura que vestia a mesma camisa com que dormiu desfila tranquilamente por todas as portas que esse andou e o mesmo olhar de seu passado foi direcionado a si.
Mas, todos viraram o pescoço e imediatamente vieram em sua direção.
Sentindo o odor característico, as fases não podiam cruzar a linha invisível que impedia de ter o que queria.
E sem pertencer a tal arco, abriu uma a uma até chegar no final, o qual está procurando por um longo período, e assim que girou a maçaneta, a imagem à sua frente é a que deseja, o seu futuro.
E por estar de costas, foi pego de surpresa ao sentir o calor de seus braços curtos no tom habituado.
“Oi, lobo mau, até que enfim te encontrei, pensei que não voltaria.”
O frio de antes, foi embora, voltando a calidez e pelo questionamento nem parecia que tinha sumido Por isso, olhou a pequena criatura que virou sua vida de cabeça para baixo sendo tudo que sempre quis.
“Onde estava, cordeirinho? Te procurei e não achei.”
“Ué, estava no quarto, fui ao banheiro, aí quando voltei, tava tudo destruído e não estava presente.”
Foi aí que percebeu o significado desse sofrimento, revelando que sempre a procurou, porém, como não morava no mesmo plano, seu corpo, desde o primeiro contato sexual, já ansiava por ela.
Ficando no banheiro por 36 anos.
Só agora resolveu sair e finalmente o pertencer. Como sempre quis há muito tempo.
“Demorou, estava fazendo o quê? Foi abduzida pelo vaso sanitário?”
“Oh, ha, ha, ha. Não tem graça, estivesse sempre ali, foi você que resolveu andar pelo mundo menos no Brasil.”
“Desculpe, não queria fazer isso, prometo que daqui pra frente vou recompensar pelo tempo perdido.”
Igual à volta de um familiar, encheu de beijos, arrancando gargalhadas, por ficar sensível demais depois de conhecê-lo, causando quentura no baixo-ventre.
Essa é a risada que queria escutar, a mesma que ouviu antes de dormir e vir parar nesse limbo com pedaço do paraíso.
“Para… peraí… Mohammad, falta uma última porta.”
“Qu…?”
Quando chegou era a última, não havia outra explicitando que era o fim, mas ao virar uma nova surgiu e reconheceu esse objeto.
Branca, feita em madeira e bem detalhada.
Fez parte de sua infância até adolescência, quando saiu de casa aos 17 anos para cursar economia em Londres, e quando o seu pai começou a dar sinais sutis do envenenamento.
Sim, essa pertencia ao seu antigo quarto.
E se for do jeito que pensa, não é para existir tal coisa. Sem envolvimento sexual, apenas um pequeno encontro ‘curioso’ com a antiga empregada, que tinha 23 anos e ele 12 anos.
Só que…
“Vamos lá, Mohammad. Quero saber o que tem ali.”
“…”
Depois de conhecê-la, soube o que é medo e não seria diferente agora.
Nessa época, era um ser cruel e fazia tudo pelo bem de seus objetivos, não queria mostrar esse lado, não queria deixar presenciar algumas dezenas de animais mortos para testes na fabricação de vários venenos.
Se não, odiará e fugirá para sempre.
E não quer isso, deixando sua estrutura petrificada, por querer evitar que sofra e veja um lado que não quer mostrar, não para ela.
“Mohammad… olha pra mim, vai ficar tudo bem. Dessa vez estou com você, não precisa ter medo, não fugirei mesmo que seja algo doloroso demais. Ficarei ao seu lado, como tem ficado comigo. Ok?”
“…”
“Pode confiar, não vou lhe abandonar.”
A mansidão afaga com sua mão para relaxar e enfrentar essa barreira.
Tremendo, confiou e seguiu em direção ao que revelará o obscuro do profundo, e ao tocar na maçaneta feita de ouro puro, puxou para baixo querendo impedir e pegar em seu colo.
Contudo, ao abrir, foram recepcionados com a vista de seu quarto.
A jovem, que não teve muito contato com a nobreza, ficou fascinada com o tamanho por m².
“… É do tamanho da minha casa, minha casa cabe perfeitamente aqui.”
“Hum.”
É igual a antes: cama, poltrona, mesa de estudo, mesa de jantar, TV e videogame.
Alguns brinquedos velhos e um belo piano, na verdade, um Steinway & Sons de Fibonacci, que na época custava meio milhão de dólares, o que é considerado o preço atual.
No entanto, não é a coisa mais linda e sim, um garotinho de apenas dez anos trajando a vestimenta árabe sem adorno na cabeça.
Está na residência sem a necessidade de usar aqui.
Recorda que o motivo de estar ali era por estar chateado com algo que não sabia o motivo.
Não importava, logo, ficou no piano tocando relaxadamente, formando uma melodia sem cor e cheiro.
Apenas para extravasar essa chateação que habita em seu peito.
Essa idade evoluiu muito, devido à anomalia, a testosterona alta fazia ter a adrenarca precoce, mesmo o rosto juvenil, seu corpo era de um adolescente de 13 anos.
A depilação era constantemente, pelo crescimento rápido e abundante, tinha que fazer a cera, deixando tão liso quanto pele de bebê.
E pelo salto precoce, era o centro das atenções por ser o mais belo.
Seus olhos dourados encantavam homens e mulheres de sua idade e até mais velhos.
Já perdeu a conta de tantas declarações das adolescentes, o convidado para sair, achando que era de sua idade, e quando sabia, não ligava, porque sempre teve esse porte de autoridade igual a um adulto.
E meninas amam homens maduros, não importa se a idade diz o oposto.
“Que coisa mais linda! É você, Mohammad?”
Ouvir esse comentário de outras era entediante, chegava a ser irritante e já agrediu muitos por ficarem desse modo, porém era inevitável.
No entanto, ouvindo dessa boca sobre sua melhor qualidade, deixou-o vermelho como se atraísse a atenção da mina mais gata do colégio.
“Tinha dez anos, nesse dia estava chateado com alguma coisa, então, vim para meu quarto e comecei a tocar aleatoriamente.”
“Que legal, não me falou que tocava piano, eu amo piano.”
“Clair de Lune?”
“Sim! E logo avisando, não tem nada a ver com Crepúsculo. E sim, o Google.”
Essa é fácil de tocar, a melodia está gravada similar a algo recente e não de tantos anos atrás. Talvez coloque um piano nessa mansão e tocará no dia de seu aniversário no iate.
“O que o Google tem a ver com essa melodia?”
“2013, não lembro a data, mas sei qual sensação tive ao escutar. O Google homenageou com essa composição, acredito que faria 150.. Não… 149..? Não sei, mas amei e procurei no computador.”
“Acredito que estava completando 151 anos, sendo no dia 22 de agosto.”
“É! Gosto mais de instrumental do que a voz cantada de fato, mas detesto música clássica. Meu irmão gostava do personagem conturbado com síndrome de rei, odiava. Quando tocava, queria fugir para o mais longe possível. Ugh!”
O nojo é predominante ao recordar disso, sendo tão horrível quanto o semblante expressado.
Não tendo meio de sair dali, apenas observaram enquanto relatava certas curiosidades ao seu respeito.
Se nesse tempo já é uma criatura medonha, quando mais novo não existia tanto controle, sendo dez vezes pior.
Qualquer um que cruzasse seu caminho era removido igual a uma folha rasgada num papel, gostava do silêncio e de ficar só para digerir todo esse veneno produzido e usar ao seu favor.
Desse modo, outro barulho de fechadura é ouvido.
Mohammad, que possui audição sensível, soube que vinha do antigo banheiro. Não só o atual, quanto o passado, virou seu pescoço na direção certa e é nítido o pensamento.
“Quem está ali?”
Assim, era proibida a entrada nesse espaço íntimo, quando fazia a limpeza diária era sempre sem sua presença, tendo o tempo estipulado para tal.
Se houvesse um invasor de coragem exorbitante nesse domínio que só interessa, sairia ferido ou pior, morto.
Todavia, sabe que não havia ninguém consigo, ficou no quarto tocando as teclas do piano até decidir tomar banho e… aquela maldita febre.
O dia termina desse jeito.
Mas, ao ver quem era, seu peito acelerou de tal forma que o que tinha para revelar é improvável que aconteça.
Braços finos, pulso de circunferência menor ainda, negra clara…
Bruna observou para descobrir o visitante, e quando mirou, seu coração parou na garganta como se conhecesse bem essa pequena criatura, que abria a porta de madeira maciça com toda força que podia.
Ao avistar seu antigo eu, ficou apavorado, pois não queria que fizesse mal à pessoa que está se revelando. Caso, aconteceria o famoso ‘efeito borboleta’, e Bruna desapareceria imediatamente.
Porém, quando tentou evitar, foi em vão, atravessou igual a um fantasma. Seu rosto queimava de fúria, pronto para matar quem ousasse pisar em seu território.
“Matarei quem foi o filho da puta que resolveu entrar onde não devia!”
O ódio de antes retornou o triplo, algo que não deteve já está longe o suficiente.
Não tinha como reconquistar, era isso sua revolta, não ter conseguido algo que queria com toda força. Sem ninguém para impedi-lo, só restava ver o final, e não quer presenciar, não ao seu lado.
No meio de tanta crueldade e frieza, num rosto tranquilo, finalmente sua mão entrou em contato com a porta do banheiro. A força descomunal, é idêntica a um lobo pronto para abocanhar sua vítima.
“Não…!”
Totalmente aberta, a pequena mão foi para trás por tamanho susto pela brutalidade.
Seu rosto assustado revela o medo.
Mohammad, que veio carregado de sentimentos negativos, instantaneamente paralisou, como se tivesse visto algo inacreditável na realidade, surreal.
Então, voltou ao acontecimento há duas semanas.
Comentários no capítulo "Capítulo 165"
COMENTÁRIOS
Capítulo 165
Fonts
Text size
Background
As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...