Capítulo 96
O elevador esvaziou, não havendo outros hóspedes.
Esperando chegar à sexta parte, o desejo de deitar em qualquer superfície confortável é igual ao de onde dorme.
Tombando para o lado, encostando a cabeça nele, percebendo o extremo efeito danoso dos sedativos.
“Estamos chegando, aguente um pouco.”
Preocupado, fez só um ‘hum’ arrastado.
Fazia anos que desconhecia esse efeito.
E pior, ficar suscetível a um cara desse — que não seria incriminado — sendo até acusada por seduzir um homem branco, hétero e rico.
Pelo simples fato de ter aceitado o convite e sua condição financeira, não ajudaria muito nessa hora.
E quando fez o barulho característico, abrindo as portas, é apresentada a um ambiente conhecido através da internet, não havia ninguém, para sua desgraça.
Implorando para acreditar na fidelidade de suas palavras, deu o próximo passo na esperança de não ser jogada em mar aberto.
“Quero dormir…”
“Tudo bem.”
“Hum…”
O espaço rico é totalmente o oposto da sua humildade, recepcionando com uma bela arquitetura, que foi paga após o rompante de fúria na sexta passada.
E, como se não acontecesse nada, entrou grudada ao responsável por guiá-la até o trono do seu descanso.
Se arrastando, chega ao destino e, com toda delicadeza, senta na cama alta e pega os itens separados.
Bruna estava um tanto confusa, olhou ao redor no qual é considerada a melhor do mundo e ficou um tanto surpresa pelo tamanho cuidado com o hóspede VIP.
Sendo o grande sonho a ser realizado, caso só dormisse nessa enorme e muito confortável cama.
Em uma mesinha tinha os objetos de trabalho, que se resumiam a um iPad e um MacBook, e mais nada.
Como se a profissão fosse uma mentira para enrolar os mais desavisados e ignorantes.
Crê que muitas devem ter passado por aqui, e que só é um delírio do ser divino ansiando experimentar uma carne diversificada e dura.
E quando viu com duas camisas de algodão bem confortáveis em seu braço, imaginou algum tipo de ritual fetichista.
“Qual?”
Em dúvida do ser e do ser.
“Não estou entendendo, pra que isso?”
“Escolha qual camisa vai querer usar.”
“Hum… não sei… esse aqui?”
Apontou para uma gola-polo da Ralph Lauren, achou que era da Lacoste e não soube distinguir o certo, porque seus olhos ardiam demais.
“Vai ao banheiro, troca essa camisa e põe essa aqui.”
Pegando o tecido macio, mirou de forma questionável, sorriu e garantiu que não é para remover as peças íntimas. Relatando o motivo dessa bizarrice.
“Para não sujar quando for comer alguma coisa, e não causar estranhamento nos seus familiares quando chegar em casa.”
“Ah… tá.”
Levantou, foi até o banheiro, trocou de blusa e aproveitou para tirar o top, potencializando o conforto.
O motivo real não teve nada a ver com a resposta, isso só é uma desculpa esfarrapada para induzir a usar sua camisa enquanto estiver aqui.
Sendo notório, quando a viu sair, com a peça maior que a modelo, junto também o top esportivo.
“Você tirou o top…?”
Quase sem fôlego, ao perceber que seus seios naturais estavam em contato com o tecido, fabricando um tipo de tara diferenciado.
“Claro, qual mulher em sã consciência dorme com isso?”
Ao caminhar até a cama, joga sua roupa no chão como se fosse sua casa e se lança nesse móvel com o colchão mais macio do universo e se cobre com o grosso edredom.
“Ligue o ar, estou com calor.”
“Tá bom. Espera um pouco, entregarei outra coisa.”
“…”
Ao se ajeitar no travesseiro, sentiu-se no paraíso, é a melhor coisa do universo para dormir.
Revelando uma parte do que poucos têm.
E, Mohammad pegou uma máscara para os olhos e seu celular com os fones de ouvido.
“Pra que isso…?”
“Vai precisar, trabalharei aqui dentro e as luzes ficarão acesas, e o telefone é para escutar alguma música e não ser incomodada com barulho externo.”
“Ah… obrigada.”
Ao plugar, selecionou uma música que se repetirá infinitamente.
E com a máscara, bloqueou a visão, simulando a escuridão de uma noite limpa, e rezou para acordar com os órgãos no corpo.
“Tenha um bom descanso, vou te acordar às 13h.”
Entendendo mais ou menos, se ajeitou na posição habitual e apagou ao som de ‘Dreamcatcher’, de Crepúsculo.
E não soube de mais nada.
Vendo todo o processo, queria deitar ao seu lado, observando o ato.
Parece que foram anos, só que foi tão rápido vir aqui, usando uma de suas camisas, e no futuro se repetirá com frequência.
Claro, não ficará de short.
Devido a isso, foi stalkear outras coisas.
Ao sentar na poltrona, pegou a sacola e tirou um por um, aprofundando um pouco mais nela.
Os produtos para cabelo, pele e também o traje íntimo.
A calcinha de tamanho médio, que não é vista em outras regiões do planeta, somente em certos países como o Brasil, é de baixa qualidade e não apropriada para a região íntima.
Com uma camada fina de forro de algodão, sendo inútil a curto prazo.
O que lhe chamou atenção foi a coloração e o modelo escolhido, um tom rosado pálido, com um minilacinho de cor mais fechada, dando um ar fofo.
Acostumado com minúsculas ou até imperceptíveis, surpreendeu-se por usar uma que remete à juventude, como se andasse constantemente menstruada.
Não é enorme a ponto de ocultar a bunda, mas o suficiente para mostrar sem revelar o que envolve essa área, e como qualquer tarado, cheirou o forro branco.
Só por esse ato obsceno, seu pênis enrijeceu imediatamente.
Seus olhos incandesceram, pesados de desejo, passando a mão pelo membro que implorava para ser usado.
Limpo, com sabão e amaciante concentrado, ainda assim, conseguia distinguir o cheiro natural.
Pode não parecer, mas a área íntima de algumas mulheres se torna única, mesmo estudos desassociando essa qualidade.
Mohammad discorda dessa afirmação.
Seu olfato aguçado distingue o cheiro da vulva sem o sexo oral.
Eram variados, causando um certo sabor imaginativo em sua mente, e ao sentir, é suave igual à folha de laranjeira, atiçando além.
Queria descobrir como ficaria em sua intensidade máxima quando instigada ferozmente.
Provavelmente, o aroma cítrico afloraria por todo o cômodo, deixando-o mais louco do que está.
E, colocando em seu colo, explorou outras particularidades, vendo o tipo de creme de pentear, associando essa fragrância como sua.
O xampu contra caspa, o creme de massagem de cheiro adocicado saboroso e todos os produtos de banho que deu.
Incluindo um sabonete íntimo barato, que nunca ouviu falar e chutou o motivo do preço sugerido para uma área sensível.
O odor era agradável, um floral, e compreende que era meramente ilustrativo, já que não fixa nessa parte.
O resto é toalha velha e roupas, e um elástico de cabelo feito de lycra, perfeito para uma madeixa longa e cheia como o da Bruna.
Após ver todo o conteúdo, colocou-o em seu devido lugar.
A jovem, que dormia alheia ao seu redor, estava sendo invadida por um louco apaixonado.
A próxima vítima foi seu celular, que repousava tranquilamente em cima da cama, sem se importar com a mão intrometida, pegando para desvendar mais coisas.
A tela é bloqueada, a imagem pertencia ao próprio aparelho que mudava conforme clicava no botão ao lado, havendo vários remetentes a doces, declarando ser uma formiga ambulante.
Ao ver o tipo da chave, riu nitidamente por ser tão óbvia, com apenas uma tentativa conseguiu acessar o conteúdo oculto.
E bem de cara, é recepcionado pelo gosto pessoal em apreciar o conteúdo gay das obras asiáticas, mas dessa vez o tipo é a criação de um artista ocidental do gênero ‘bara’.
Mesmo sendo um homofóbico ferrenho, Mohammad achou engraçado o conteúdo do casal à sua frente.
Inclusive esse momento de descontração, como um casal real em seu próprio mundo particular.
Entretanto, chamou muita atenção.
Tecnicamente, sem ter noção ou ao menos perceber, escolheu uma que os assemelhava, não pelo fato de estar delirando por causa desse amor louco que cobre quase 90% do seu cérebro, mas pelo comportamento desse casal.
O olhar carinhoso e amoroso do ser demoníaco para seu parceiro é o mesmo lançado para ela, enquanto o outro tem o mesmo jeito de seu afeto.
Expelindo fortemente a confiança para com ele, montando descontraidamente um artefato que assemelha ao que vê nela.
E isso deixou mais encantado e derretido pelo que têm e que acontecerá.
Saindo do abstrato e vagando para o concreto.
“Está cruzando o seu destino ao meu, cordeirinho.”
Após sair, observa outros pontos até chegar ao ‘X’ do tesouro.
O calendário menstrual é considerado o mais importante que qualquer coisa.
Será dali que terá noção do período fértil.
Ao clicar, a resposta demorou, aguardando segundos para surgir.
O que é preocupante, por demonstrar que essa linha chegou ao fim e que necessitava ser trocada por outra, talvez faça acontecer.
Assim, a imagem, muito fofa e feminina, mostrava o tempo para a próxima menstruação.
Faltando seis dias.
“Interessante…”
E, detalhadamente, o período fértil é bem cronometrado.
Com duração curta de cinco dias.
A naturalidade de um ciclo varia de um espaço pequeno para frente ou atrás, mas não tão certeiro como esse.
Onde inicia no dia 1, estendendo-se até o dia 5.
Mas checando a fundo, o sistema age igualmente desde agosto do ano passado.
E por saber dessa informação, já entendeu os dias certos para insistir numa relação intensa, havendo maior fecundação e consequentemente engravidá-la.
E continuava mais intenso, como a cada três dias antes da menstruação.
Uma anotação em letras garrafais, de ‘ODEIO ESSE DIA’, e assim sucessivamente, e no último, antes de iniciar o período menstrual, há caso intenso de diarreia.
Um sintoma dentro dessa faixa degradante é, segundo o relatório feito por Takano, uma observação revelando acesso a sites pornográficos e do mesmo modelo.
Nessa, o acesso era no intuito de se aliviar, e no dia seguinte o mesmo até o início menstrual.
E por relacionar o que está explícito no calendário, cogita que sofra de alta libido.
O que não costumava acontecer durante o período fértil, que seria ideal, sendo assim o mais receptiva.
Já ocorreu de perceber com quem teve contato, e até gostava de fazer sexo, pois ficava mais disposta e o orgasmo com maior intensidade.
E todos esses detalhes foram guardados na mente.
Portanto, mesmo num espaço gelado, queimava como se tivesse horas debaixo do sol escaldante, alcançando o incômodo, como se aquela mesma situação do dia 14 atingisse com força.
E sua vítima estava ao seu alcance, disponível fragilmente, é só aproveitar, mas não seria divertido e até causaria um certo pânico da parte dela.
Assim, tinha que se aliviar naturalmente, como qualquer um que não tem contato com uma buceta há anos.
“Talvez precise da sua calcinha…”
Quando concluiria o pensamento, ouviu batidas.
No relógio, recordou que enviou a mensagem para o secretário e isso, de certa forma, o chateou, mesmo que o culpado seja ele próprio.
Ao largar a peça íntima em cima da poltrona, saiu do gelado e foi suportar o clima quente que é semelhante a um inverno rigoroso.
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Capítulo 96
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Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...