Capítulo 2.2
Depois que uma agitada onda de trabalho passou como uma tempestade, Yeong-hoo, fez uma pequena pausa e saiu rapidamente.
‘Ufa’, ele suspirou, enquanto estava no jardim do hotel e olhava para o céu, uma emoção tardia agitou seu coração.
Eu consegui.
A festa ainda estava no começo, mas ele não conseguia conter a excitação. Ser elogiado como ‘incrível’ pelo bartender chefe… Antes mesmo da festa começar, Theron pareceu incrédulo quando lhe mostrei todos os tipos de coqueteis que ele havia pedido, feitos na hora. Mas depois de prová-los, ele olhou para Yeong-hoo com um rosto ainda mais surpreso. De repente, Yeong-hoo se lembrou do dono do bar que lhe ensinou coqueteis pela primeira vez. Sem o ensinamento dele, ele não teria chegado tão longe. Estava alegremente procurando um cigarro, pensando que definitivamente queria cumprimentá-lo, mesmo que fosse tarde.
Ah, droga…
Yeong-hoo parou abruptamente ao perceber que não sentia nada em seu bolso fino. Ele simplesmente os havia deixado lá quando trocou de roupa. Não havia cigarros em lugar nenhum. E ele não podia ir comprar agora.
O tempo de descanso era de apenas 10 minutos. Ele não tinha relógio, então não podia verificar com precisão, mas pensou que teria tempo suficiente para fumar um cigarro. Ir comprar era impossível. Como ele havia se ausentado, o bar estaria ainda mais cheio. Se atrasar era impensável. Mas ao perceber que não podia fumar, Yeong-hoo sentiu uma falta desesperadora do cigarro. Sua mente já estava cheia de cigarros e, inconscientemente, ele franziu o rosto em uma expressão sombria e agarrou seus cabelos. Enquanto isso, o tempo passou rápido, e Yeong-hoo teve que voltar para o salão de festas com o rosto pálido.
*
*
“Você está chegando agora, Andreas?”
Andreas, radiante e sorrindo, beijou a bochecha de Delphi e lançou um olhar rápido ao redor. As pessoas reunidas em grupos de três e cinco para conversar eram todas membros de famílias renomadas ou convidados VIPs. Ninguém ousaria faltar à celebração do aniversário do filho mais velho e herdeiro da família Charisteas. Era natural que houvesse mais pessoas do que o esperado. Andreas, que procurava o rosto do aniversariante entre eles, ignorou os olhares furtivos das pessoas e perguntou a Delphi.
“E o Ferris?”
“Provavelmente ele está com o pai…”
Delphi também tinha uma expressão de quem não sabia. Ela lançou um olhar rápido para a modelo esguia que estava agarrada ao braço de Andreas e depois olhou para Andreas novamente.
“Está tudo bem o dono aparecer tão tarde? E se algo der errado?”
Andreas riu do comentário sarcástico.
“Com o meu pai e o Ferris aqui, não há com o que se preocupar. O meu papel é aproveitar a vida.”
Delphi resmungou, puxando-o para mais perto pelo pescoço para sussurrar em seu ouvido.
“Você tem batom nos lábios, idiota.”
“Caramba.”
Andreas sorriu maliciosamente. Ao olhar para o lado, fez contato visual com uma mulher que o olhou com expectativa. Andreas lhe deu um pequeno conselho enquanto ela fazia beicinho sedutoramente.
“É melhor você retocar a maquiagem, querida. Não espere.”
Ao ouvir aquele doce sussurro, ela corou levemente, então se afastou com pesar e foi embora com passos elegantes. Delphi, que estava olhando para suas costas, lançou um olhar de soslaio para Andreas, zombando.
“Quantas ‘queridinhas’ você tem, Andreas? Parece que muda a cada vez que vejo. Você sequer se lembra dos nomes delas? Ou será que você as chama de ‘querida’ só porque não consegue lembrar de seus nomes?”
“Não conseguir memorizar é diferente de não precisar saber.”
Andreas, que respondeu casualmente, logo virou a cabeça como se tivesse perdido o interesse e disse, olhando para o bar.
“Tô afim de tomar uma bebida. Topa?”
“Eu passo. Vim com o Nick.”
Andreas olhou para a irmã, que falava com o rosto levemente corado, como se entendesse o que ela estava dizendo.
“Ah, não, preciso avisar a meu precioso amigo Nick para não beber demais. A temível Artemis está à espreita, procurando uma oportunidade para caçar o cervo inocente.”
“Andreas! Quem você está chamando de temível? Se você disser algo assim para o Nick, eu nunca vou te perdoar!”
Quando Delphi gritou com o rosto vermelho, Andreas riu com indiferença, acenou brevemente, virou-se e foi direto para o bar.
* * *
Quando Yeong-hoo voltou, todos, incluindo Theron, o receberam com alegria como se tivessem encontrado um salvador. Apressando-se para terminar o que faltava e receber os pedidos, Yeong-hoo pensou que ainda bem que não se atrasou. Ele estava com abstinência de nicotina, mas não havia o que fazer.
No entanto, a falta de nicotina causou um obstáculo muito mais sério do que ele imaginava. Yeong-hoo ficou cada vez mais ansioso e quase cometeu erros várias vezes. Ele pensou que, estando incrivelmente ocupado, esqueceria os sintomas de abstinência, mas estava enganado. Uma vez que ele percebeu a falta, a situação mudou. Sua mente ficou completamente cheia de pensamentos sobre cigarros. Se ao menos ele pudesse fumar um só.
Tão absorto em seus pensamentos, a concentração de Yeong-hoo caiu drasticamente. Foi somente quando sua mão que se estendeu para remover um copo vazio, o empurrou por engano para longe que ele voltou a si.
“Ah…”
Yeong-hoo tentou pegar o copo pesado que rolava lentamente pela superfície do balcão, mas foi tarde demais. Quando ele prendeu a respiração, esperando o barulho alto do copo caindo no chão, alguém, com uma breve exclamação de admiração, segurou levemente o copo que estava prestes a cair na beirada do balcão. Yeong-hoo ergueu os olhos para os dedos longos e elegantes que seguravam o copo, então notou o braço longo e bem torneado, ombros equilibrados e, finalmente, descobriu um rosto de beleza estonteante, paralisando-o completamente.
Era ele. O homem que ele havia encontrado no bar pela primeira vez. Mais de um mês havia se passado, mas Yeong-hoo o reconheceu imediatamente. Para ele, que não era bom em lembrar rostos ou nomes, isso era surpreendente o suficiente. Enquanto olhava para o homem que havia deixado uma impressão tão forte, com os olhos arregalados, o homem, vestindo um elegante smoking preto e com um sorriso cínico nos lábios sensuais, colocou o copo que segurava no balcão. Ignorando a reação de Yeong-hoo como se não fosse da sua conta, o homem apoiou um braço na mesa e disse.
“Dry Martini.”
A voz grave e rouca dele pareceu percorrer a espinha de Yeong-hoo, que sentiu um arrepio. Tentando recuperar a compostura rapidamente, ele preparou o martini quando viu o homem tirar um charuto por trás. As pessoas pararam para observar enquanto ele cortava a ponta e acendia o charuto com um gesto lento e habilidoso. Ele saboreou o momento, queimando a ponta do charuto com calma, como se apreciasse os olhares que atraía. Yeong-hoo, que de relance viu algumas pessoas suspirarem, como se enfeitiçadas por aquela cena natural e sedutora que parecia saída de um anúncio, fingiu não notar e colocou o dry martini com azeitona na frente do homem.
“Aqui está, Dry Martini.”
Ao ouvir a fala de Yeong-hoo, ele lançou um olhar de soslaio e levou o charuto à boca, tragando a fumaça com maestria. ‘Não é hora para isso, preciso me concentrar e trabalhar.’ Era o que Yeong-hoo pensava, chicoteando a própria mente enquanto se virava.
“Você é bartender?”
Uma voz calma cortou o ar. Sem pensar, Yeong-hoo se virou e viu que o homem nem sequer havia tocado no martini, mas o observava enquanto falava.
“Eu conheço todos os bartenders deste hotel, mas é a primeira vez que vejo você. Como isso aconteceu?”
Yeong-hoo piscou e o encarou. Apesar da correria, ele não podia ignorar um cliente que havia se dirigido a ele. Tentando não demonstrar seu nervosismo, Yeong-hoo forçou um sorriso consciente e respondeu com uma atitude aparentemente calma.
“Comecei a trabalhar há um mês. Nos vimos brevemente uma vez, mas parece que o senhor não se lembra.”
Ao ouvir as palavras de Yeong-hoo, ele franziu os lábios e sorriu.
“Impossível. Eu nunca esqueço um rosto bonito.”
O que ele deveria pensar da resposta que recebeu à sua observação feita em tom de brincadeira? Yeong-hoo ficou confuso com a reação inesperada e piscou por um momento. De repente, ele ficou curioso sobre a identidade desse homem. Ele parecia ser alguém ligado ao hotel, isso era certo.
“Com licença, por acaso o senhor é algum tipo de associado do bar? Que tipo de trabalho…”
Diante do seu questionamento corajoso, o homem olhou para um lado, como se subitamente se lembrasse de algo. Yeong-hoo acompanhou o olhar, mas viu apenas um grupo de pessoas elegantes trocando cumprimentos. Ele piscou ao notar um homem bonito e atraente no centro do grupo, e então o homem respondeu displicentemente.
“Motorista.”
“O quê?”
Yeong-hoo perguntou de volta imediatamente após as palavras inesperadas. Era para ele acreditar nisso? Mesmo para os olhos leigos de Yeong-hoo em moda, dava para perceber que o smoking que ele vestia era de altíssima qualidade, e ele estava fumando um charuto tão sofisticado… Um motorista?
Ao virar a cabeça novamente, o homem semicerrou os olhos, como se estivesse perdido em pensamentos, e levou o charuto à boca. Um instante depois, o aroma do charuto roçou a ponta do nariz de Yeong-hoo, que inalou sem perceber. Naquele momento, todos os pensamentos sobre o homem ou o bar desapareceram da mente de Yeong-hoo, restando apenas um desejo ardente por nicotina.
“Haa…”
Sem se dar conta, ele fechou os olhos. Com uma sensação de alívio, Ele abriu os lábios ligeiramente e inclinou a cabeça, aproximando o rosto. Seu peito se encheu de nicotina. Quão ansiosamente ele desejava isso.
Seguindo a fumaça naturalmente, Yeong-hoo inspirou profundamente sem perceber. Ao despertar tardiamente para a realidade e abrir os olhos em sobressalto, viu o homem franzindo a testa e o encarando bem de perto. A expressão do homem era estranhamente ambígua. Certamente o acharia ridículo. Em um instante, o rosto de Yeong-hoo corou intensamente, e ele levantou a cabeça rapidamente.
“Olha, isso… hum, não é nada.”
Ele precisava inventar uma desculpa, mas nenhuma palavra lhe vinha à mente. Envergonhado pelo erro absurdo que havia cometido, Yeong-hoo gaguejou apressadamente: “Bem, estou ocupado”. E tentou se afastar rapidamente, mas o homem foi mais rápido.
“Você gosta de charutos?”
Ao ouvir a pergunta feita com um tom de brincadeira, Yeong-hoo, ainda com o rosto corado, desviou o olhar e respondeu honestamente.
“…Nunca fumei, então não sei dizer.”
Então o homem disse calmamente, como se entendesse.
“Você tem que fumar o charuto lentamente para saborear seu aroma. Não é muito eficiente quando se está ocupado. Além disso, sentir o aroma ao lado de alguém é mais eficaz do que fumar você mesmo.”
Era difícil distinguir se o tom estranhamente sedutor era imaginação de Yeong-hoo ou um jeito de falar habitual do homem. Em suma, o que o homem disse é que apenas pessoas com tempo de sobra para apreciar o aroma podem fumar charutos. Aquele homem, que parecia transbordar riqueza por todos os poros, provavelmente estava falando de alguém como ele. Diante de Yeong-hoo, que apenas piscava, o homem olhou de soslaio para uma mulher atraente que olhava ao redor, e então colocou o charuto no cinzeiro.
“Espero ter a oportunidade de te deixar apreciar o aroma algum dia.”
Com um tom lânguido, o homem sussurrou. Enquanto Yeong-hoo o observava surpreso, ele hesitou ao tentar pegar um cartão de visitas da carteira, logo o guardou novamente. Em vez disso, rabiscou um número de telefone em um guardanapo e o deslizou levemente no bolso da camisa de Yeong-hoo.
“Me liga.”
O que é isso? O que significa? Enquanto Yeong-hoo piscava, confuso, o homem tomou um gole do martini, virou-se e disse, como se jogasse as palavras ao vento.
“Está faltando gim.”
Deixando para trás Yeong-hoo, cujos olhos estavam arregalados diante do comentário inesperado, o homem se afastou com passos fluidos e elegantes, desaparecendo na multidão.
* * *
Tradução: Yani
Revisão: Ana Luiza
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Capítulo 2.2
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