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Mais de um milhão de beijos

Capítulo 5.5

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Com o passar do tempo, o bar começou a ficar cada vez mais cheio de clientes. Mesmo sobrecarregado com mais pedidos do que o normal, Yeong-hoo sentiu um alívio interior. Graças a isso, ele podia fingir ignorar  a presença de Andreas. Cerca de uma hora depois, sem sequer olhar para o lado dele, Yeong-hoo voltou para o seu lugar após entregar um whisky puro, e Andreas começou a falar.

“Você parece muito ocupado.”

Yeong-hoo fingiu não ouvir e virou a cabeça. Andreas franziu levemente a testa, mas justamente naquele momento um garçom se aproximou para informar um pedido adicional a Yeong-hoo.

Por um tempo, Yeong-hoo ia e vinha pelo balcão como se estivesse voando. Várias vezes Andreas tentou dizer algo, mas todas as vezes ele fingiu não ouvir e o ignorou. Talvez ele quisesse fazer outro pedido, mas não importava. Se eu não atender, ele pedirá a outro bartender. Quando a onda de clientes que havia chegado como uma enchente começou a se retirar e houve uma breve pausa nos pedidos, Yeong-hoo soltou um suspiro de alívio.

Inevitavelmente, Yeong-hoo sentiu o olhar de Andreas sobre ele. Ele havia mantido o olhar fixo em Yeong-hoo o tempo todo, que continuou o ignorando, fingindo não perceber. Até agora, ele havia conseguido fazer isso sob o pretexto de estar ocupado, mas agora era diferente. Desta vez, vendo Yeong-hoo fingir estar ocupado e se afastar propositalmente dele, Andreas, que observava em silêncio até então, murmurou.

“Assim não vai dar.”

Yeong-hoo não ouviu sua voz baixa. Na verdade, ninguém ouviu. Andreas empurrou o coquetel que estava pela metade e levantou levemente a mão, chamando Yeong-hoo. Incapaz de ignorá-lo por mais tempo, Yeong-hoo se virou com uma expressão relutante, e Andreas sorriu ao dizer.

“Por favor, um brandy eggnog.”

Yeong-hoo piscou, parecendo confuso, mas logo tentou remover o copo com um rosto indiferente, como se nada tivesse acontecido. No entanto, Andreas segurou a mão estendida de Yeong-hoo e sorriu amplamente.

“Deixe esse aqui.”

Yeong-hoo hesitou e rapidamente puxou a mão de volta. Inesperadamente, Andreas o soltou facilmente. Yeong-hoo se virou rapidamente, pegou os ingredientes e preparou o coquetel. Com mãos ágeis, colocou a quantidade exata de brandy e creme na coqueteleira, agitou vigorosamente com o ovo, e Andreas semicerrou os olhos, sorrindo de um jeito peculiar. Quando Yeong-hoo colocou o coquetel no copo e o pôs diante de Andreas, ele sorriu amplamente.

“Obrigado.”

Yeong-hoo acenou brevemente com a cabeça e rapidamente começou a limpar. Andreas, sem sequer tocar no coquetel, apenas observava Yeong-hoo enquanto tragava a fumaça de seu charuto vagarosamente. Lentamente, um cliente ou outro começava a chegar novamente. Mas não estava tão freneticamente ocupado como antes. Foi quando outro bartender tentou limpar os ingredientes usados e arrumar o balcão.

“Yeong-hoo.”

Ao ouvir alguém chamando, Yeong-hoo virou a cabeça inconscientemente. Havia apenas uma pessoa ali que o chamava pelo nome corretamente. Piscando enquanto olhava, viu Andreas semicerrar os olhos, sorrir e fazer outro pedido.

“Um brandy eggnog.”

“…?”

Inadvertidamente, Yeong-hoo olhou para o copo intocado e depois para Andreas novamente. Já havia dois copos diante dele. Além disso, não fazia nem quinze minutos desde que ele havia feito o mesmo pedido. E para completar, aquele primeiro copo sequer havia sido tocado, permanecendo exatamente como Yeong-hoo o havia deixado. Sob seu olhar de questionamento, Andreas perguntou com indiferença.

“Não ouviu? Brandy eggnog.” 

“Sim…”

Yeong-hoo ainda o olhava, confuso, como se perguntasse o que ele faria com os dois copos. Então, Andreas levou o charuto à boca e riu silenciosamente.

“Não preciso mais deste.” 

No que diabos ele está pensando?

Yeong-hoo conteve a irritação que sutilmente o invadia e forçou um sorriso. Andreas o observava em silêncio enquanto ele pegava novamente a coqueteleira e os mesmos ingredientes, preparando-se. Inconscientemente, os movimentos de Yeong-hoo se tornaram mais intensos. Graças a isso, o ondular de sua cintura, que acompanhava o agitar da coqueteleira como pequenas ondas, chamava ainda mais a atenção. Seus movimentos rápidos não transmitiam nenhuma pressa. Vendo seu corpo esguio desenhar linhas elegantes e realizar apenas os movimentos necessários com contenção, Andreas semicerrou os olhos.

“Aqui está o brandy eggnog.”

“Obrigado.”

Yeong-hoo ofereceu a Andreas, que sorria levemente, um sorriso forçado.

 

*

*

 

Duas horas depois.

“Um brandy eggnog.”

Com essas palavras, Yeong-hoo não sorriu mais. Diante de Andreas, incontáveis copos já se alinhavam em uma fileira reta como um exército em formação, lotando o balcão. Se ele pedisse exatamente mais três copos, o balcão ficaria completamente cheio, formando uma segunda fileira. Outros clientes nem sequer conseguiam se sentar no balcão. Yeong-hoo queria perguntar se ele não era maluco por monopolizar  todo aquele espaço do balcão amplo, sentado ali e pedindo continuamente coqueteis que nem sequer bebia.

Mas Andreas era, afinal, um cliente. Não importava o quão estranho fosse seu comportamento, tudo se resumia ao pagamento. A única forma de resistência que Yeong-hoo podia exercer era simplesmente não sorrir. Sua mão que segurava a coqueteleira tremia incontrolavelmente. Yeong-hoo cerrou os dentes e agitou a coqueteleira. Amaldiçoaria para sempre qualquer coquetel que levasse ovo. Como aquilo podia ser tão exaustivo?

“Mais um brandy eggnog.”

Exausto, Yeong-hoo pousou o copo com a mão trêmula, murmurando o pedido.

“Obrigado.”

Andreas disse com o mesmo sorriso. No entanto, Yeong-hoo tentava desesperadamente controlar o desejo de não só cuspir naquele rosto sorridente, mas também de não bater nele com a coqueteleira que segurava. Mais dez minutos se passaram e Yeong-hoo preparou outro brandy eggnog. Agora, restava apenas espaço no balcão para o último copo. Seria finalmente a hora de o exército parar de se multiplicar?

Os clientes lançavam olhares furtivos para o balcão. Vendo-os cochichando, Yeong-hoo se sentiu envergonhado. Andreas, por sua vez, apenas fumava seu charuto com uma atitude relaxada. Que diabos esse homem está pensando? O que ele pretende fazer com tantos coqueteis?

Mas não parou por aí. Quando Yeong-hoo colocou o coquetel e se virou, Andreas finalmente fez o último pedido.

“Um brandy eggnog.”

Com essas palavras, Yeong-hoo explodiu.

“Qual é o seu problema?!”

N/T: Aqui ele usa a expressão ‘도대체 당신 뭐야?’ que é comumente usada quando você está com raiva da outra pessoa, podendo ser expressado como ‘what the hell?; what on earth?; que diabos…?; qual a porra do seu problema?!; etc’. Eu escolhi usar uma versão mais usada aqui no Brasil.

Tendo gritado impulsivamente, Yeong-hoo ficou momentaneamente perturbado e cobriu a boca.

“Bravo! Finalmente uma reação. Já estava me perguntando se eu estava lidando com uma I.A.”

Só então Yeong-hoo percebeu que havia caído na provocação dele. Uma fúria incontrolável lhe subiu à cabeça. Que tipo de homem era aquele? Brincar com as pessoas como bem entendia, quem ele pensava que era, afinal?

No entanto, Yeong-hoo ainda possuía um último resquício de sanidade. Ser demitido ali seria o fim de tudo. Não havia garantia de conseguir um novo emprego, e clientes desagradáveis existiam em qualquer lugar. Desemprego era impensável. Como ele havia chegado até ali? Além disso, o campeonato estava tão próximo. Ele não podia desistir de tudo por causa de um homem como aquele. Desesperadamente, Yeong-hoo se conteve, abrindo a boca com a maior calma possível.

“Fez isso de propósito para me irritar? Não entendo o motivo.”

Não pôde evitar que uma voz áspera escapasse por entre os dentes. Andreas, com uma das mãos apoiando o queixo, observava-o sorrindo com seus olhos semicerrados.

“Foi você quem me ignorou primeiro.”

Yeong-hoo se calou. Que tipo de homem era aquele, afinal? Como podia ser tão arbitrário e arrogante? No entanto, como a afirmação era verdadeira, Yeong-hoo teve que engolir seu ressentimento e se desculpar.

“É porque eu estava ocupado…”

“Agora está até mentindo. Que decepção, usar esses lábios tão sexy dessa maneira.”

Naquele instante, o rosto de Yeong-hoo ficou vermelho. Ele realmente não conseguia entender aquele homem. Como ele podia dizer algo assim em um momento como esse? Que merda se passava na cabeça dele?

Enquanto ele estava perdido, sem saber como reagir, um salvador inesperado lhe estendeu uma mão amiga.

“Ji, já deu por aqui, você poderia arrumar o salão, por favor?”

Com o súbito aparecimento de Theron, Yeong-hoo se afastou apressadamente. Nem sequer ocorreu pensar no porquê de ele estar ali em seu dia de folga, desde quando estava observando ou que tipo de reprimenda receberia depois. Andreas observou em silêncio as costas de Yeong-hoo se afastando apressadamente para o outro lado do salão, aparentemente feliz com a simples ideia de ter conseguido escapar da situação.

“Senhor Charisteas… o que raios…?”

“Devia ser seu dia de folga, Geotas.”

Diante das palavras hesitantes de Theron, Andreas o barrou, ainda seguindo Yeong-hoo com o olhar. Theron, perplexo, abriu a boca para falar.

“Apareci porque ainda tinha contas a acertar. Mas, o que está acontecendo aqui? Ji cometeu algum erro…?”

“Um erro, é…? Bem, suponho que possa se dizer que sim.”

“Hã? O que você quer dizer?”

Theron gritou, pensativo, mas se ele ouvisse o que Andreas realmente pensava, provavelmente desmaiaria espumando pela boca.

O erro foi me deixar tão excitado.

Em vez de responder, Andreas estreitou os olhos e zombou. Theron, que esperava uma resposta observando Andreas em silêncio ainda fitando Yeong-hoo, finalmente abriu a boca com dificuldade.

“Senhor Charisteas… não sei o que aconteceu, mas provavelmente foi um mal-entendido. Ji é um funcionário excepcionalmente dedicado e nunca cometeu erros até agora. O que aconteceu agora há pouco provavelmente foi porque ele não conhece bem o senhor. Eu vou ensinar tudo de uma forma que não haja mal-entendidos…”

Em meio às palavras repetitivas e confusas, houve uma coisa que chamou a atenção de Andreas.

“Ele não me conhece…?”

Quando o olhar de Andreas se voltou para Theron pela primeira vez, este, confuso, continuou a falar.

“Yeong-hoo está aqui há pouco mais de três meses e parece não ter interesse em nada além de coqueteis, então provavelmente não sabe muito sobre a família Charisteas. Por isso, por favor, seja generoso…”

Theron continuava a falar, mas a atenção de Andreas já havia retornado para Yeong-hoo. Afinal, ele também negou conhecer a família Dukakis.

No entanto, Andreas não conseguia acreditar prontamente no que havia sido dito. Existia até mesmo uma revista especializada em fofocas sobre a família Charisteas, Você está dizendo que esse cara nem sequer lê revistas?

Andreas soltou uma risada incrédula. Ele não era do tipo que cairia em tais mentiras. Havia escolhido a pessoa errada. Talvez o ingênuo Nick ou Ferris, mas não ele. Seria estupidez usar um truque tão óbvio com um homem experiente como Andreas. Enganar até mesmo Theron mostrava alguma habilidade, mas não conseguiria enganá-lo.

É possível que ele já conheça Andreas. E talvez esteja apenas fingindo ignorância. Andreas tinha certeza disso.

“Deixa pra lá…”

“Hã?”

Para Theron, que perguntou surpreso, Andreas respondeu calmamente, soltando a fumaça de seu charuto.

“Não precisa ensiná-lo. Apenas deixe-o em paz. Vou observar até onde ele vai.”

“Hein…?”

Theron o observou com um semblante ansioso, mas Andreas não disse mais nada. Ele calmamente tragou a fumaça do charuto, fitando Yeong-hoo que se movia apressadamente.

 

T/N: Tive uns imprevistos e problemas pra acessar o site mas agora já foi resolvido.

 

Tradução: Yani

Revisão: Ana Luiza

 

Comentários no capítulo "Capítulo 5.5"

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Depois de terminar com sua namorada porque a amava, mas não possuía nada, ele vagou por aí e encontrou a Grécia. Yeong-hoo, que começou uma nova vida como...

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