Capítulo 22
Dois meses depois.
– Como o Henry está ? – Richard questiona preocupado.
– Ele continua abatido. Desde que soube sobre a situação do Sr. Solaram, parece que seu mundo desabou. – Adelea suspira e franze o cenho, receosa com a situação.
– Não achei que levaria tanto tempo. O Sr. Solaram sempre foi tão cuidadoso… – Richard desabafa e deixa um longo suspiro sair.
– Bom, dessa vez parece que as coisas não vão se resolver tão rá… – Adelea para de repente ao ouvir um barulho alto vindo da sala. No mesmo instante, Richard volta seu olhar para ela e ambos se encaram surpreendidos.
Após uma breve pausa em silêncio, eles voltam a si e correm em direção a sala. Ao chegar próximo as escadas, Adelea e Richard encontram Henry caído no chão, inconsciente.
– Henry! – ela o chama e se ajoelha, puxando Henry para perto do seu corpo.
– E-eu vou chamar o Percival! – o jardineiro murmura atordoado e corre para fora da casa.
– Henry, acorde… – Adelea desliza os dedos pelos seus cabelos, tirando os fios da frente do seu rosto, e percebe que há um pequeno corte em sua cabeça, deixando a moça ainda mais preocupada.
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Adelea está parada em frente à porta do quarto de Octavian, esperando ansiosa enquanto Percival examina Henry.
– Droga, por que está demorando tanto ? – ela resmunga e começa a roer a unha. Alguns segundos depois, a porta se abre e Percival surge com uma péssima expressão em seu rosto, deixando Adelea apavorada.
– O que ele tem ?!
– Vem, é melhor a gente deixar ele descansar. – Percival a encara com um olhar sério, que a faz recuar.
– C-certo… – ela murmura.
– Vamos para o escritório do Octavian. – o vampiro move a cabeça, indicando a direção do escritório. Eles caminham até lá em silêncio e ao entrarem, Percival puxa uma cadeira para que a moça se sente.
– Obrigada. – ela fala baixo, já com um semblante tristonho, enquanto se prepara para o pior.
– Acho que não há uma forma gentil de dizer isso, então irei direto ao ponto… – Percival coça a nuca e se sente um pouco incômodo com a situação.
– Ainda preciso fazer alguns exames, mas acredito que Henry tem leucemia. – ele fala de uma vez e espera alguma reação negativa, mas Adelea apenas o encara boquiaberta, sem conseguir dizer nada.
– E-ele vai sobreviver ? – ela balbucia com a voz embargada.
– Ao que parece a doença está progredindo rapidamente e de forma agressiva, mas eu vou fazer o possível.
– Sr. Percival, por favor não deixe o Henry morrer. – Adelea o encara com os olhos marejados, suplicando pela vida dele. O vampiro se surpreende e fica sem jeito.
– E-eu vou dar o meu melhor, senhorita…
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Aldrich caminha pelo corredor da prisão subterrânea, composta por diversos túneis e celas apertadas. O cheiro de morte se mistura ao cheiro de sangue e umidade, o que o deixa enjoado.
– Ugh… – ele tira um lenço do bolso e cobre seu nariz e boca. Para uma criatura com o olfato tão apurado, aquilo por si só já era uma tortura.
O vampiro segue até o final do corredor, onde há uma cela mais afastada e ao chegar perto o suficiente, uma mão surge da escuridão e agarra a sua roupa.
– Aldrich, o que porra está fazendo ?! – Krodo, que está escondido na escuridão, resmunga irritado.
– Não fale comigo nesse tom, lacaio! – o vampiro retruca, apesar de estar um pouco assustado.
– Faça a sua parte! – Krodo o segura com mais força.
– Eu estou tentando, mas aquele desgraçado não quer dar o braço a torcer!
– Não importa como, apenas faça a sua parte. Tem mais a perder do que nós… – Krodo se aproxima das grades que os separam, deixando seu rosto visível, e o encara com um olhar mortal, o que faz o vampiro estremecer. Em seguida ele o solta e o empurra para longe da cela. Aldrich range os dentes e sente vontade de arrancar sua cabeça, mas no momento precisava focar em soltar Octavian.
– Maldito…
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– É hora de acordar, Octavian. – Morrigan fala ao entrar na sala onde Octavian estava acorrentado a uma cadeira, completamente imobilizado. O vampiro pega outra cadeira que estava próxima a porta e a leva até o centro, colocando de frente para Octavian.
– Como está se sentindo hoje ? – ele força um sorriso gentil e se senta na cadeira, em seguida tira um maço de cigarros de dentro do seu paletó e acende um.
– Quanto tempo estou aqui ? – Octavian questiona, preocupado com quanto tempo estava longe de Henry.
– Por que está preocupado ? Temos todo o tempo do mundo! – Morrigan ri e traga um pouco de fumaça. Octavian franze o cenho e o encara em silêncio.
– Octavian, só precisa dizer a verdade e tudo vai acabar. – ele fala em um tom sarcástico e sorri.
– Eu já disse tudo. – Octavian responde baixo.
– Mentira! – Morrigan grita, irritado com sua atitude, mas Octavian não se abala.
– Eu sei que foi você.
– Prove, Morrigan. – o vampiro o provoca. Morrigan range os dentes e se levanta de repente, se aproxima e o segura pelos cabelos, puxando sua cabeça para trás.
– Você não me engana, Octavian. Acha que por ser um Solaram vai mentir e se safar ?
– Eu não acho nada, Morrigan. – ele o encara com um olhar desafiador.
– Não adianta negar, eu sei quem é o seu cúmplice. Então apenas admita. – Morrigan blefa, esperando que ele caia, no entanto, Octavian parece não se importar e apenas o encara com um olhar vazio.
Na verdade, não tinha nada que pudesse realmente mantê-lo ali, mas a pressão vinda de cima forçava Morrigan a tortura-lo e continuar insistindo até que ele concordasse em assumir o crime.
– Que teimoso… – o vampiro revira os olhos e o solta, em seguida pressiona o cigarro aceso contra o antebraço de Octavian, que não demonstra nenhum sinal de dor. Morrigan começa a se sentir aflito e decide sair, o deixando sozinho.
Ao ouvir a porta se fechar, Octavian sorri e se sente um pouco aliviado. Mesmo que a oposição tentasse derrubá-lo do seu lugar de direito, os seus planos seriam frustrados e logo ele estaria voltando para casa.
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Capítulo 22
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Nosso Amor Manchado por Sangue
Octavian, um vampiro centenário e de uma das famílias mais influentes no meio político da sociedade vampírica, se recusa a beber sangue humano após um incidente...