Capítulo 43

Um dia antes do festival.

– Bom dia, baby… – Ambrose murmura sonolento e o puxa para mais perto do seu corpo.

– Bom dia. – Desmond puxa a coberta e apoia sua testa sobre o peitoral de Ambrose.

– Sabe que precisamos levantar, não é ? – ele acaricia seus cabelos dourados e sorri. Desmond sempre era manhoso na hora de acordar.

– Só mais cinco minutos… – Desmond murmura.

– Okay… – Ambrose beija o topo da sua cabeça e o deixa dormir. Não queria que sua Rainha se sentisse cansado durante o dia.
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– Quero que deem banho nela e escovem o seu pelo. Quero que ela fique linda para amanhã, entenderam ? – Desmond fala animado enquanto acaricia Nara, que ronrona como um gatinho.

– M-mas senhora…! – um dos empregados protesta hesitante.

– Algum problema ? – ele ergue uma das suas sobrancelhas.

– Ela não deixa que nenhum de nós se aproxime…

– Desmond, somos os únicos que ela aceita. – Nanber suspira e esfrega os olhos.

– Nara, por que está sendo tão rude com eles ? – Desmond esbraveja e cruza seus braços.

– Sabe que estou ocupado e que não posso te dar banho ou te alimentar todos os dias! – ele a encara com um olhar furioso e o animal abaixa suas orelhas, lhe mostrando um semblante triste.

– Os rapazes vão dar banho em você e alimenta-la. Não quero nenhum tipo de má criação, entendeu ? – Desmond ergue uma das suas sobrancelhas e recebe uma lambida no rosto como resposta.

– Muito bem, agora deixe os rapazes cuidarem de você! – ele ri e a acaricia.

– Nanber, fique de olho. Preciso entrar agora.

– Sim, senhora. – ela acena com a cabeça e se aproxima do animal, que se aninha em seu corpo.
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– Entre. – Ambrose fala de forma fria ao ouvir alguém bater à porta.

– Oi, está ocupado ? – Desmond o questiona ao pôr apenas o seu rosto para dentro do cômodo.

– Para você ? Não! – ele sorri e estende sua mão. Desmond também sorri e corre animado em sua direção, se sentando em seu colo.

– Como estão indo os preparativos ?

– Já está tudo pronto, só a Nara que estava me dando um pouco de trabalho hoje… – ele suspira e revira os olhos.

– Qual o problema ?

– Ela não quer deixar os rapazes cuidarem dela, então eles não estavam conseguindo dar banho e alimenta-la. Estão com medo dela, acredita nisso ? Nara é apenas uma gatinha!

– Gatinha ? – Ambrose ri e acaricia o seu rosto.

– Ela é maior do que você. Quase do tamanho de um lobo!

– Idai ? Continua sendo apenas uma gatinha! – ele cruza os braços e fica emburrado.

– Certo, certo… ela é o seu bebê. – o Rei o abraça e o segura com força.

– Está me sufocando, idiota! – Desmond ri e tenta se soltar, mas ele o segura com mais força e afunda seu rosto em seu pescoço, o beijando e mordiscando.

– Es-espera…ah! – ele murmura e seu corpo perde as forças.

– Quer mesmo que eu pare ? – o Rei sussurra.

– Sim… precisamos ir almoçar. – Desmond murmura com o rosto corado.

– Okay! – Ambrose o solta e ergue suas mãos, mostrando as palmas delas.

– Vamos comer. – ele se levanta de repente e sai apressado. O Rei se levanta e o observa com um sorrisinho em seu rosto, era divertido provoca-lo.
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– Ah! Já terminou com o trabalho ? Geralmente você chega bem tarde. – Desmond fala surpreso ao entrar no quarto e ver Ambrose sentado na cama.

– Sim, eu preciso falar com você. – ele estende sua mão e sorri.

– Algum problema ? – Desmond se aproxima e segura sua mão um pouco hesitante.

– O período de cio está chegando, e acho que seria melhor para você evitá-lo. – ele fala com certa tristeza e não consegue encará-lo.

– Ambrose, isso… – Desmond hesita confuso. Não sabia o que dizer.

– Não é para sempre, é só até que as coisas se acalmem e que você se sinta confiante em fazer isso… – Ambrose beija o dorso da sua mão e logo depois a leva até seu rosto.

– Tudo bem, eu farei o que for preciso. Concordo com a sua decisão.

– Certo… – ele suspira aliviado e volta seu olhar para Desmond, que o observa com um sorriso gentil.

– Você parece mais aliviado do que eu esperava! – ele ri e se senta em seu colo.

– Não quero que passe por tudo aquilo de novo. – Ambrose sussurra e beija o canto de sua boca.

– Eu sei… – Desmond acaricia o seu rosto e apesar de entender as preocupações de Ambrose, se sentia chateado por algum motivo.

– Então, vamos tomar banho ? Quero descansar logo!

– Sim. – Ambrose o segura com força e se levanta de repente, indo em direção ao banheiro.
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Desmond acorda um pouco desorientado ao ouvir vozes dentro do quarto, ele se levanta ainda sonolento e caminha em direção a porta, onde Ambrose cochicha algo com alguém.

– Ambrose, o que… – Desmond murmura e logo percebe que ele está em sua forma de lobo, o que era estranho, já que estavam durante o período da troca de pelos.

– Faça o que eu disse e encontre Lyter, entendeu ? Agora vá! – o Rei fala parecendo ansioso e logo o guarda some no corredor.

– O que foi ? – Desmond tenta se aproximar, mas Ambrose o agarra pelos ombros e o encara assustado.

– Desmond, preciso que me escute com atenção, entendeu ?

– Tudo bem, mas por que… ?

– Eles estão aqui, Desmond. Você precisa sair do palácio pela passagem que te mostrei, vá para Aiyra e fique seguro, okay ? – Ambrose segura seu rosto com as duas mãos e o beija.

– O que ? Ambrose, eu não…! – ele murmura confuso e assustado.

– Você precisa ir, entendeu ? Tem que se manter seguro! – o Rei o encara assustado, com os olhos marejados. Não importava o que acontecesse naquela noite, se Desmond estivesse seguro, então tudo valeria a pena.

– Tudo bem, eu entendi. – Desmond acaricia o seu rosto e sorri, em seguida o beija e o observa por alguns segundos. Aquela poderia ser a última vez.

– Um guarda vai seguir você pela passagem e te ajudar a atravessar. Faça o que combinamos e tudo ficará bem. Eu preciso ir agora.

– Espera! – ele agarra o seu braço com força.

– Prometa que não vai morrer! – Desmond fala com a voz embargada.

– Eu não vou. – Ambrose beija sua testa e sai apressado, levando sua espada.

– Porra! – ele esbraveja e atira um dos vasos contra a parede. Não queria perdê-lo.

– Senhora, temos que ir agora! – o guarda fala ao bater à porta, o fazendo voltar aos seus sentidos.

– Preciso me recompor… – ele limpa suas lágrimas e pega uma calça, a vestindo rapidamente. Em seguida pega sua adaga e uma capa com capuz, se veste e sai.

– Vamos logo.

– Sim, senhora. – o lobo saca sua espada e lhe indica o caminho para o túnel.