Capítulo 1
– Proponho um brinde. – Fenrir se levanta e ergue sua taça de champanhe. Em seguida, seus irmãos, que agora já são todos adultos, também se levantam com suas taças na mão.
– Em comemoração às bodas de porcelana! – ele fala um pouco alto, com um sorrisinho em seu rosto, e estende a taça.
– Feliz bodas! – todos falam juntos em um tom alegre e brindam, em comemoração ao casal.
Ambrose agarra Desmond pela cintura, o puxando para mais perto do seu corpo, e beija suavemente sua nuca.
– Eu te amo… – ele sussurra próximo ao seu ouvido, deixando Desmond um pouco envergonhado.
– Eu também te amo. – Desmond também sussurra, com as bochechas coradas, emocionado por comemorar mais uma boda ao lado da sua família.
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Após terminar o jantar de comemoração, todos estão na sala bebendo e conversando, enquanto Ambrose e Fenrir organizam a cozinha e cuidam da louça suja do jantar.
– Está tudo bem ? Você passou a maior parte do jantar calado. – Ambrose o questiona de repente, rompendo o silêncio.
– Sabe que eu sempre fui do tipo calado. – Fenrir sorri, tentando mudar de assunto.
– Eu sei, mas ainda sou o seu pai. Sei quando algo está te incomodando.
– Não é nada, só o de sempre. O conselho, a economia, as relações diplomáticas…
– Filho, se estiver precisando de ajuda, pode falar comigo ou com seu pai. Estamos aqui para o que precisar. – Ambrose dá um tapinha em suas costas e sorri, tentando demonstrar o seu apoio.
– Obrigado, pai.
– Ei, até quando pensam em ficar escondidos aqui ? – Conan aparece na cozinha repentinamente e os questiona em um tom descontraído.
– Venham logo, o pai está esperando vocês.
– Diga a ele que já estamos indo. – Ambrose responde e põe o último prato no lava louças.
– Okay!
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Dia seguinte.
– Precisa mesmo voltar hoje ? Poderia ficar mais uns dias. – Desmond questiona um pouco tristonho.
– Não posso deixar o trono vazio por muito tempo e logo terei uma reunião importante com o país vizinho. Realmente preciso ir. – Fenrir segura sua mão direita e acaricia o dorso dela.
– Prometo que volto para outra visita assim que puder.
– Bom, já que não tem jeito… – Desmond suspira e acaricia seu rosto. Seu menino agora era um homem responsável por uma nação inteira e já não podia mais ficar ao seu lado como antes.
– Faça uma boa viagem de volta, garoto. – Ambrose acena com a cabeça e lhe mostra um sorrisinho.
– Obrigado. – ele também acena e se despede dos dois. Fenrir segue em direção ao carro, que já estava a sua espera, e vê Shahid parado ao lado do veículo.
– Como foi lá ?
– O mesmo de sempre. – Fenrir suspira. Gostava da sua família, mas todo aquele barulho o deixava com enxaqueca.
– Ah, e a Galena perguntou por você. – ele fala com um sorrisinho astuto.
– Sério…? – Shahid balbucia envergonhado e coça a nuca. Fenrir ri e pensa em quando eles finalmente vão ficar juntos.
– Podemos ir ? Preciso ir em um lugar antes.
– Ah! Sim, sim.
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Fenrir caminha de volta para o carro ao lado de Shahid, quando acaba se chocando contra um garoto jovem, que corria apressado pela calçada. Ao se chorarem, seus olhares se cruzam por alguns instantes e Fenrir sente um cheiro familiar no ar, o que o deixa atordoado.
– Ei, segurem ele! – um homem, que também estava correndo, grita furioso e aponta para o garoto desconhecido, mas antes de que Fenrir pudesse reagir, ele já estava longe.
– Você está bem ?! – Shahid questiona preocupado.
– Você viu o rosto dele ? – Ambrose pergunta sem desviar seus olhos da direção para onde o rapaz havia ido.
– Vi, mas o que isso…?
– Vá atrás dele. – Fenrir gira seu rosto e o encara com um olhar sério, não deixando espaço para questionamentos.
– E não volte para casa sem a sua caça. – ele fala em um tom intimidante e segue em direção ao carro, o deixando para trás.
– Maldito mimado… – Shahid resmunga e deixa um longo suspiro sair, enquanto observa Fenrir ir embora com o carro, logo depois tira seu celular do bolso e liga para um dos números na agenda.
– Onde vocês estão ? Preciso de ajuda para localizar uma pessoa.
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Algumas horas depois.
– Merda… estou todo suado! – ele resmunga ofegante e segura sua camisa pela gola, balançando o tecido na tentativa de amenizar a sensação de calor. O rapaz respira fundo, recuperando o fôlego, e tira uma carteira de dentro do bolso de sua calça.
– Vamos ver, tem trinta, cinquenta… – o rapaz murmura enquanto conta o dinheiro.
– Ótimo, isso vai dar para hoje e amanhã. – ele joga a carteira perto de uma pilha de lixo e segue em direção a saída do beco, no entanto, ao se aproximar vê um homem parado bloqueando a passagem.
– Merda… – O rapaz rapidamente entende a situação e começa a caminhar para trás devagar até estar a uma distância segura, logo em seguida começa a correr para o outro lado do beco. De repente, algo salta na sua frente, também bloqueando seu caminho.
– Grr… – o barulho do rosnado ecoa pelo local e os olhos brilhantes do animal o encaram fixamente.
– Puta merda… – ele murmura assustado, estava fodido.
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Reino de Neverhand.
O rapaz abre seus olhos repentinamente e se levanta, se encolhendo em um canto da cama, assustado e confuso com o que havia acontecido. Ele olha ao redor e vê alguém sentado próximo à janela, mas com a pouca luz não conseguia identificar quem era.
– Quem é você ? – ele questiona irritado, mas tenta se manter calmo e não demonstrar medo. Não reconhecia aquele lugar e nem o cheiro daquela pessoa.
– É bom ver que finalmente acordou. – Fenrir fala de forma tranquila e bebe mais um gole de vinho.
– Quem diabos é você e onde eu estou ? – ele questiona novamente, impaciente.
– Sei que já faz alguns anos, mas ainda sim, me sinto ofendido. – o lobo põe o livro sobre a mesa e se levanta, se aproximando da cama e acende o abajur, deixando seu rosto parcialmente visível. Ao vê-lo, o rapaz o reconhece no mesmo instante.
– Você…
– Olá, Sekani. É bom reencontrá-lo.
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Capítulo 1
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O Lobo e o Ladrão
Após um longo e próspero reinado, Desmond e Ambrose deixam Neverhand nas mãos de Fenrir, seu primogênito, e partem para a sua tão esperada aposentadoria.
Enquanto Fenrir tenta se...