Capítulo 31 - T2
10 anos depois.
– Você vem amanhã, não é ? – a mulher murmura com uma voz doce e desliza a ponta do seu indicador pelo peitoral de David.
– Sim, eu prometo. – ele sorri, satisfeito com a amante sexy e jovem que conseguiu, e lhe dá um beijo apaixonado.
– Boa noite, meu amor. – David se despede e acaricia seu rosto, logo depois segue em direção ao seu carro, que está estacionado do outro lado da rua. Ele tira a chave do bolso da calça e abre a porta, entrando no veículo em seguida.
– Boa noite, Sr. Edwards. – uma voz masculina o cumprimenta. David salta assustado e rapidamente desvia seu olhar para o retrovisor, tentando descobrir quem estava sentado no banco de trás.
– Quem é você ? – ele questiona de forma calma, tentando esconder seu nervosismo, e ganhar tempo para alcançar a arma que estava embaixo do banco.
– Está procurando isto ? – Lucian ergue a mão, mostrando a arma. David engole seco e sente um arrepio percorrer sua espinha, estava em um beco sem saída.
– O que você quer…? – ele murmura.
– Dirige.
_______________
Elena acorda de repente e se vira para o lado, conferindo as horas no relógio que está sobre a mesa de cabeceira. Ela deixa um longo suspiro sair, pensando que aquela seria mais uma noite sozinha, enquanto seu marido se diverte com a amante jovem, até que ouve um barulho na cozinha.
A mulher se levanta e veste seu robe, logo depois sai do quarto e segue em direção a cozinha. Ao chegar no corredor, estranha o fato de David estar na cozinha com a luz apagada.
– David ? – Elena o chama e desliza seus dedos pelo interruptor, acendendo a luz da cozinha.
– Boa noite, Elena. – Lucian, que estava parado próximo a bancada, a cumprimenta e lhe mostra um sorrisinho. A mulher o encara com os olhos arregalados, incapaz de falar ou se mover.
– V-você é… – ela murmura, completamente apavorada, e se segura na parede para não cair.
– O que fez com o David ?
– Não é óbvio ? – Lucian abre seus braços e sorri. Suas mãos e antebraços estavam cobertos de sangue seco, além dos respingos em seu rosto e nas suas roupas. Não precisava explicar, era nítido o que havia feito.
– Meu Deus… – Elena sussurra e cobre sua boca, confusa com um misto de alegria e choque.
– Você parece feliz.
– N-não, eu não… – ela tenta disfarçar, com medo de que fosse a próxima na sua lista.
– Não se preocupe, não vim aqui te matar.
– Então o que você quer ?
– Fazer uma proposta.
– Qual ?
– A chance de mudar de vida. Vou te mandar para longe desse lugar, com uma nova identidade, uma casa e um trabalho, o que acha ? – Lucian a observa fixamente, esperando por sua resposta.
– E por que você faria isso ? – Elena questiona hesitante.
– Digamos que você me fez um favor, e eu estou tentando devolvê-lo.
– E-eu não…
– Qual a sua resposta ? Não tenho a noite toda. – ele a interrompe.
– Eu aceito… – a mulher murmura e o encara com um olhar esperançoso.
– Tem um carro estacionado lá fora, ele vai te levar. Não precisa fazer as malas, vai ter o que precisa quando chegar.
– O-obrigada… – Elena acena com a cabeça e segue em direção a porta principal, mas antes de sair, acaba voltando para a cozinha.
– Killian está bem ? S-sei que não tenho o direito, mas…
– Ele está bem. – Lucian a interrompe novamente e a encara irritado. Ela realmente não tinha o direito.
– Certo… – ela murmura e sai. Lucian se aproxima da janela e a observa enquanto a mulher corre em direção ao carro, sem hesitar ou olhar para trás.
Ele deixa um longo suspiro sair e segue em direção às escadas, subindo para o segundo andar. Lucian entra no quarto de Killian e suas narinas são invadidas pelo cheiro dele.
– Killian… – ele sussurra e segue em direção ao seu guarda roupa, pega uma das suas camisas e cheira, enchendo seus pulmões com o seu aroma delicioso.
– Que saudade. – Lucian agarra o tecido com força e o encara com um olhar tristonho, mas logo depois devolve a camisa para o guarda roupa e foca sua atenção no que precisava fazer.
Ele volta para o andar de baixo e vai até um armário na sala, onde há várias bebidas alcoólicas expostas, Lucian pega uma garrafa e sobe novamente, dessa vez indo para o quarto dos pais de Killian. Ele derrama o líquido de cor marrom sobre o colchão, logo depois tira o isqueiro do bolso esquerdo da sua calça e o acende, jogando o objeto em direção a cama, o que rapidamente começa um pequeno incêndio.
_______________
Igreja Sanctae Crucis, 02:30 da madrugada.
Killian deixa um longo suspiro sair, estava sofrendo com insônia mais uma noite e por isso se sentia inquieto.
– Esses pesadelos… – ele resmunga e decide se levantar para buscar mais um copo de água e tomar seus remédios.
Killian caminha pelo corredor em direção a cozinha e pega um copo de água, em seguida retorna rapidamente ao seu quarto, mas ao entrar, se depara um com um homem parado em frente a janela, observando a paisagem.
Devido ao susto, ele acaba deixando o copo cair no chão, que se estilhaça, espalhando cacos de vidro e água.
– Q-quem…? – Killian murmura assustado e com o corpo paralisado. O homem se vira, com a cabeça baixa e se aproxima dele, caindo de joelhos aos seus pés.
– Me perdoe, Padre, pois eu peguei… – Lucian murmura e se agarra às suas roupas. Devido ao choque, Killian não consegue reagir ou se afastar, e ver todo aquele sangue em suas mãos não ajudava.
– O-oque você fez ? – ele balbucia nervoso.
– Eu matei um homem. – Lucian responde com a voz embargada e ergue sua cabeça, olhando fixamente para o seu rosto. Ao ouvir sua voz e ver seus olhos, Killian sente um frio na barriga e acha seu rosto estranhamente familiar, além da repentina simpatia que sentia por aquele homem.
– Acha que posso ser perdoado, Padre ?
– Claro, todos merecem uma segunda chance. – ele sorri, com um olhar cheio de compaixão, e acaricia seus cabelos.
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Capítulo 31 - T2
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