Capítulo 36 – Tumba Ancestral – Parte 2
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Imediatamente, Xia Ge colocou a pérola noturna de volta no lugar de onde a tinha tirado. Em seguida, virou-se para o fim do corredor de pedra, juntando as mãos como em oração:
—Por perturbar o descanso do ancestral tão tarde da noite, esta discípula pede humildemente desculpas. Poderia este ancestral conceder algum divino dan secreto a esta discípula? Assim, esta discípula poderia usá-lo para alcançar riqueza com facilidade… digo, para glorificar a seita e trazer honra aos ancestrais——
—……
O corredor de pedra permaneceu completamente silencioso, as palavras de Xia Ge ecoando no vazio.
Nem uma brisa, nem uma pena caindo.
Xia Ge: “……”
Ah, qual é, não devia aparecer alguma coisa mágica agora? Tipo uma luz sagrada? Ou algum sinal de bênção divina? Isso não servia, era decepcionante demais. No mínimo, deviam existir mecanismos ocultos e armadilhas apontadas para os invasores. Era esse o padrão das tumbas ancestrais da Seita Lingxi? Como eu vou me gabar disso depois?
Desanimada, Xia Ge abaixou as mãos e examinou melhor um mural iluminado por uma pérola noturna.
Havia uma mulher em trajes leves retratada sentada no topo de um pico, com longos cabelos pretos caindo como uma cascata, e uma flauta branca pendurada à cintura. Ela encarava os primeiros raios da alvorada, com uma mão apoiada no joelho, postura relaxada, exalando preguiça, e ainda assim com um ar romântico e livre. Nuvens e névoa envolviam a cena, obscurecendo os traços de outra mulher que estava atrás dela, abraçando-lhe delicadamente o pescoço. A cabeça da mulher oculta repousava contra o ouvido da primeira, vestia uma túnica amarela com um dragão dourado de cinco garras bordado na manga — feroz e dominante.
Os olhos de Xia Ge se arregalaram de choque.
……Porra, mesmo que ela nunca tivesse visto com os próprios olhos, Xia Ge sabia que, naquela época, só existia uma pessoa sob os céus que podia usar uma roupa com um dragão de cinco garras!!
Mas será que a mulher da flauta era a primeira ancestral da Seita Lingxi?
E……conseguiu fisgar uma rainha também… caramba!
Como Xia Ge levava a vida à deriva havia algum tempo, passou muito tempo no Pavilhão Siguo. Sempre que se entediava, folheava histórias não-oficiais e romances fantasiosos para se distrair, e com isso acabou aprendendo o básico da história desse continente.
Centenas de anos atrás, havia uma 【Dinastia】 com um imperador de sobrenome Chu. O imperador era um idiota inútil. Bárbaros do sul invadiam as fronteiras, enquanto ao norte havia nômades ferozes como tigres. Além disso, os impostos estavam nas alturas, deixando o povo sem meios de sobrevivência. Resultado: constantes rebeliões.
E embora houvesse muitos cultivadores naquela época, eles seguiam o princípio de que o mundo mortal tinha seu próprio destino, e que, como cultivadores, deveriam se concentrar no divino, não nos assuntos terrenos.
Xia Ge entendia isso muito bem.
Em resumo, os cultivadores viviam nas nuvens e não moviam um dedo por aqueles que consideravam inferiores. Estavam ocupados demais cultivando a imortalidade, tornando-se mais poderosos. Não eram como as pessoas comuns, eram superiores, ok? Ah, o país está em apuros? Então implora.
Mas implorar é inútil, porque eu não ligo, hehehe…
Hmm? O país vai ser destruído? Ainda não ligo… o importante é refinar pílulas.
Naquela época, um cultivador… provavelmente era esse tipo de babaca.
O país enfrentava bárbaros predadores por fora, cultivadores inúteis por dentro, e um imperador totalmente incapaz. Obcecado com a imortalidade, ele faliu o tesouro nacional, afundando o povo em miséria.
No fim, um ataque bárbaro foi perto demais, e o imperador cara-de-pau teve a audácia de casar uma de suas filhas com eles.
Essa filha se tornou uma imperatriz que guerreou em todas as frentes, unificou o continente e passou a governá-lo. Seu nome era Chu Shi, e ela foi reverenciada como a Rainha da Guerra.
Quanto à transição de Chu Shi de princesa casada para rainha fundadora de um Estado, os livros não diziam muito. Sempre que o assunto era tocado, tratavam como tabu, e os detalhes se tornavam especialmente vagos. Xia Ge morria de curiosidade, mas nunca conseguira descobrir.
—…essa ancestral era realmente incrível. — Xia Ge passou a mão no queixo e, inconscientemente, lembrou alguns dos ensinamentos da ancestral. — E meio excêntrica também.
—…… Cale a boca! Você não tem a menor qualificação pra fazer esse tipo de julgamento!!
Adiante havia mais murais, e como Xia Ge não tinha nada melhor pra fazer — e também não sabia como sair dali — resolveu olhar o resto.
—Tsk, tsk, tsk, essa ancestral da Lingxi vivia mesmo no maior conforto.
Xia Ge suspirou.
Todas as cenas nos murais transmitiam uma vida tranquila e descomplicada. Na maioria, a mulher da flauta branca bebia, cheirava flores ou se apoiava na mulher de amarelo recitando poesia. As expressões da mulher da flauta eram sempre serenas e despreocupadas, retratando alguém completamente à vontade.
Era até meio fofo.
Até que Xia Ge chegou ao último mural — que cravou uma faca no peito do espectador sem qualquer aviso.
Agora a imagem mostrava a mulher de amarelo segurando um vestido numa das mãos, enquanto a outra, pálida, acariciava uma lápide, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
A mulher da flauta branca não estava em lugar nenhum.
Tomada por um sentimento opressivo, Xia Ge se sentiu traída:
—…o que aconteceu?
Por que a primeira ancestral de repente virou um monumento?
—……Isso.
Tragédias sempre chegam de repente.
Mas Xia Ge não gostava de ver uma história de amor doce se desenrolar só para o artista enfiar um “X” no final.
O artista não podia oferecer uma transição emocional mais suave? Que sufoco, as pessoas iam acabar achando que a mulher de amarelo era a protagonista! Cadê o respeito pela ilustre ancestral da Lingxi?!
No canto da última imagem que empurrava a tragédia goela abaixo, havia um verso em letras grandes:
“Dez anos de admiração e afeição jamais serão esquecidos, acompanhada por uma bela mulher, dotada de tristeza.”
Xia Ge: —É impressão minha ou esse verso tá meio… convencido?
—Acho que você interpretou mal. De qualquer forma, não teria sido escrito por sua ancestral da Lingxi.
Xia Ge: “……” É mesmo?
Tentando ser delicada, Xia Ge perguntou gentilmente:
—Mas é o túmulo dela, né?
—……Você pode ver no mural que ela morreu. Ela não poderia ainda estar escrevendo poemas pra si mesma, poderia.
—Mm, puppetzinho, acho que você devia dizer “faleceu” em vez de “morreu”… soa melhor assim.
Especialmente quando se está presa na tumba fria de alguém.
Era inevitável sentir arrepios.
Xia Ge voltou a olhar a última imagem e encontrou algo estranho:
—Então esse é o túmulo da ancestral Lingxi? E é um túmulo de terra? Ei… peraí, então por que tem essa tumba de pedra aqui?
—Os descendentes podem ter movido o corpo dela, ou isto pode ser apenas um cenotáfio.[1]
—Oh…
Mesmo que fosse só um cenotáfio, pelo menos era um daqueles de alto padrão.
Acho que essa primeira ancestral Lingxi era mesmo digna de ser minha ancestral, pensou Xia Ge.
Depois de ver os murais, Xia Ge continuou pelo corredor de pedra com cautela até chegar a uma área mais espaçosa.
Era uma grande câmara de pedra, com um caminho de pedra do outro lado levando ainda mais fundo. No chão, havia círculos de encantamento pintados, que Xia Ge não conseguia entender. Sentindo-se incomumente prudente, ela parou na entrada, sem se aventurar mais. No entanto, esticou o pescoço para tentar ler uma estela posicionada no meio da câmara.
—Tem algo escrito ali…
Com um clang, Xia Ge separou o cabo de sua foice em três seções:
—Talvez eu consiga agarrar aquilo, puxar pra perto e ler melhor.
—……Espere, acho que há uma forma mais segura… danificar uma relíquia histórica não é certo.
No momento exato em que atirava a foice como um gancho, Xia Ge comentou:
—Hã? Que abordagem mais segura?
Clunk!
As correntes da foice se estenderam, a lâmina curvou-se em torno do meio da estela.
Xia Ge manteve uma expressão solenemente respeitosa:
—Não vou destruir uma relíquia histórica, só quero puxá-la um pouco pra poder ver melhor.
—……
Focada em demonstrar suas intenções nobres, Xia Ge puxou delicadamente a estela em sua direção.
A foice cortou a estela como se fosse tofu, com um corte suave demais, e a metade superior tombou sobre os círculos de encantamento.
Xia Ge: “……”
—…… Hehe.
Xia Ge recolheu a foice com naturalidade, deu dois “mm” e então declarou:
—……Eu não fiz isso, não vou assumir a culpa.
—Foi você! Foi você! Compense! Pague pelos danos!
Nota explicativa:
[1] Cenotáfio — monumento funerário erguido em homenagem a uma pessoa cujo corpo não está ali enterrado.
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