Capítulo 39 – Trilha de Zhen Hun Parte 1
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— Mmm, acho que se não quisermos virar uma história trágica, vamos ter que encontrar uma saída logo — disse Xia Ge.
Ah Tang sorriu suavemente:
— Jovem senhor, suas palavras são bastante inspiradoras.
Xia Ge respondeu com completa seriedade:
— Sim, eu sei.
Enquanto conversavam, Xia Ge continuava a caminhar devagar.
A nova passagem de pedra ainda era iluminada por uma pérola noturna a cada três passos, mas as paredes estavam nuas. Sem murais, sem matrizes.
— Ah Tang, como era aquele cervo azul que você mencionou? — perguntou Xia Ge, casualmente.
— Era um cervo-sika, coberto de flores de ameixeira azuis — o tom de Ah Tang era suave e agradável. — No outro dia, eu estava bordando meu vestido de noiva, mas fiquei cansada. Adormeci e sonhei com uma criança cantando: “O cervo se perdeu, não sabe como voltar…” Então, em meu sonho, vi o cervo azul… e acordei. Mas, ao abrir os olhos, já estava naquela câmara de pedra.
Se perdeu, não sabe como voltar…
Talvez Ah Tang também tivesse assuntos inacabados de uma vida passada?
Xia Ge perguntou:
— Você viu o cervo em mais algum lugar?
— Esta humilde serva é naturalmente medrosa… — a voz de Ah Tang soou melancólica — Sempre tive tanto medo de fantasmas e espíritos malignos que nunca me afastei de casa.
— Ah…
Xia Ge ficou em silêncio, mantendo o passo lento enquanto carregava Ah Tang nas costas.
Aquela passagem de pedra parecia interminável. Xia Ge já andava havia muito tempo e ainda não tinham chegado ao fim.
Glu-glu…
Xia Ge parou, o rosto travado:
— Ugh… fome.
A fome a atingira de repente, e agora tudo o que Xia Ge sabia era que estava muito, muito faminta.
Os olhos de Ah Tang se arregalaram:
— Jovem senhor…?
— Estou bem. Vamos continuar.
Em silêncio, Xia Ge seguiu adiante. Ah Tang parecia leve como uma pluma, mal se fazia sentir em suas costas.
Mas o sistema começava a se preocupar:
— Hospedeira, está tudo bem? E se não conseguir encontrar a saída…? [¹]
Ah, eu vou encontrar.
Xia Ge suspirou consigo mesma. Afinal, ainda precisava conquistar uma das posições principais no exame de entrada de Danfeng.
Trabalho duro traria bons resultados, e promessas feitas a outros deviam ser cumpridas.
E é por isso que estar vivo é tão cansativo.
— Jovem senhor, veja… acho que chegamos ao fim desta passagem — disse Ah Tang, um tanto surpresa. — Há uma parede à frente.
Xia Ge ergueu os olhos e viu que era verdade. Uma parede de pedra bloqueava o caminho, com um mural incompleto, porém colorido, espalhado sobre ela.
A pintura mostrava uma mulher em trajes verde-claros de pé no topo de uma montanha, envolta em nuvens e névoa, com a roupa esvoaçando ao vento. Seu olhar era frio e resoluto, e suas mãos, brancas como jade, seguravam uma flauta de osso que tocava suavemente. Os cabelos negros flutuavam à sua volta. Em suma, a mulher parecia um talento sem igual, incomparável no mundo. No entanto, a parte inferior do mural estava ausente — as montanhas verdes terminavam abruptamente no meio, sem revelar o que havia abaixo.
Ao lado do mural, em caligrafia ousada e elegante, havia um verso:
Ainda segurando Ah Tang, Xia Ge contemplou a mulher no pico da montanha:
— …essa ancestral estava tão alto… e usando roupas tão finas… será que não estava com frio?
Sistema: […]…
Sem a aprovação do seu puppet mesquinho, Xia Ge, pesarosa, passou a ler cuidadosamente o verso pintado ao lado do mural:
— “Os ossos dos mortos lamentam e a música da flauta é interrompida, uma canção triste… o fim de Zhen Hun.”
As pupilas de Xia Ge se contraíram.
—— Zhen Hun?! [²]
Coincidência… ou não?
— Jovem senhor… onde exatamente estamos? E quem é aquela dama no mural? — Ah Tang falou suavemente, mas com leve curiosidade. — Esta humilde serva está intrigada… o jovem poderia me dizer?
— Este é o túmulo do grande ancestral da Seita Lingxi — respondeu Xia Ge —, então esse mural deve retratar a ancestral Lingxi… não imaginei que ela tocasse flauta, mas suponho que era alguém bem versada e talentosa.
Já que tocar flauta era algo que Xia Ge não sabia fazer, ela teve que reconhecer o talento de sua ancestral.
— A primeira ancestral da Seita Lingxi — disse Ah Tang, aparentemente convencida. — Nesse caso… o jovem senhor conseguirá encontrar uma saída a partir daqui?
Xia Ge olhou de lado para a parede, um tanto sem jeito:
— …hmm, com o perdão da ancestral, mas acho que eu poderia cavar um túnel por aqui?
Sistema: […]…
Ah Tang forçou um sorriso:
— …por que o jovem senhor não considera métodos menos… drásticos?
Colocando Ah Tang com cuidado, Xia Ge a fez se apoiar contra uma das paredes de pedra. Então começou a bater na parede com sua foice, ouvindo sons de du-du.
O que indicava que aquela parede era apenas uma parede comum, e não rocha sólida. Subitamente confiante, Xia Ge se virou para Ah Tang e declarou:
— Não precisa se preocupar. Em um minuto, tudo vai estar resolvido.
Assim que terminou de falar, Xia Ge cravou a foice bem na cabeça da ancestral retratada no mural!
— Jovem senhor, por favor, tenha piedade!! — exclamou Ah Tang.
Sistema: Hospedeira! Não engane seus mestres nem destrua seus ancestrais—— [³]
Mas antes que Xia Ge pudesse desferir outro golpe na pintura, um filete de luz dourada brilhou pela fenda aberta na parede. Imediatamente depois, uma poderosa onda de energia a lançou para trás no ar——
Notas desconhecidas de flauta começaram a tocar, num tom melancólico. No fundo de um túmulo subterrâneo, o som não parecia assustador. Pelo contrário, era relaxante e pacífico.
As pupilas de Xia Ge se contraíram ainda mais, e graças ao {fantasma e sombra}, ela reposicionou o corpo no ar e caiu de pé com firmeza.
A luz dourada enfraqueceu, e a parede de pedra se estilhaçou em fragmentos!
O volume da música da flauta foi diminuindo cada vez mais, e os últimos fios da melodia se dissiparam com os escombros de pedra caindo ao chão.
Notas explicativas:
[¹] Sistema: refere-se ao “sistema” que acompanha Xia Ge, um tipo de entidade artificial ou consciência auxiliar típica de histórias de cultivadores com elementos de sistema de jogo.
[²] Zhen Hun (镇魂): literalmente “Pacificação das Almas” ou “Apaziguamento Espiritual”. O nome pode fazer referência a uma técnica, arte espiritual ou até mesmo um título com peso simbólico na história.
[³] “Não engane seus mestres nem destrua seus ancestrais” (欺师灭祖): expressão tradicional chinesa usada para criticar comportamentos que desrespeitam as origens, mestres ou linhagem. Aqui, o sistema zomba da atitude de Xia Ge em vandalizar um mural ancestral.
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Love from the Male Protagonist’s Harem
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