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RENASCIMENTO DA ILUMINAÇÃO

Capítulo 25

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Duas semanas depois, chegou a carta de aceitação, para a qual Hu Yu havia aguardado com grande expectativa todos os dias. Não apenas uma, mas duas cartas chegaram.

Quando seus olhos caíram sobre os quatro grandes caracteres no topo de um dos envelopes, ela engoliu em seco, as mãos tremendo enquanto abria o envelope.

Universidade de Yan!

Lin Jingzhe realmente havia alcançado seu objetivo aparentemente impossível! Ele se tornou o primeiro estudante de Liyun, desde que Hu Yu começou a lecionar, a ser aceito na Universidade de Yan.

Ainda mais surpreendente foi a carta de Gao Sheng. Ele também foi aceito pela Universidade de Wutong!

Esse ano, as provas do vestibular foram difíceis, e muitos candidatos da província, especialmente das pequenas cidades, tiveram dificuldades. Em uma cidade vizinha, focada em educação, mais de um terço dos alunos do terceiro ano decidiu repetir o ano para tentar de novo. Nesse cenário, as grandes universidades não podiam manter os critérios de pontuação dos anos anteriores, e Gao Sheng, que havia escolhido um curso com baixa procura, passou com apenas dois pontos acima da nota de corte, parando de forma milagrosa sob a árvore de Wutong.

No segundo simulado, Zhou Haitang teve um desempenho ainda melhor, ficando sete pontos à frente de Gao Sheng. Ele também recebeu sua carta de aceitação da Universidade de Wutong.

Quanto a Deng Mai, ele foi aceito por uma faculdade técnica em Yan, no curso de… educação infantil? No entanto, ele já havia decidido que não iria para a universidade, poupando assim algumas crianças do caos. Isso causou inúmeras discussões na família Deng. Seu pai, Deng Fengshou, recebeu uma promoção em junho, passando de vice-diretor a diretor do departamento, um passo crucial para sua carreira. Esse veterano policial, com um futuro promissor, queria que seu filho fosse para a academia de polícia ou se alistasse no exército, para que, após a formatura, pudesse servir ao povo, permitindo ao pai prestar algum apoio.

Mas essa ideia ia contra os planos de vida de Deng Mai.

Deng Mai era um rapaz determinado e, embora por vezes excêntrico, ele raramente mudava de opinião quando decidia algo.

Deng Fengshou estava prestes a enlouquecer de raiva; as discussões eram diárias, e a mãe de Deng Mai, incapaz de acalmar os dois teimosos, só podia chorar. Deng Mai, sem alternativas, passou a fugir para a casa de Gao Sheng em busca de paz.

“Ahh…” Deng Mai suspirou, despejando o conteúdo de várias xícaras de chá e da chaleira esmaltada em sua caneca, bebendo tudo de uma só vez. “Por que eles não entendem? Eu realmente não gosto de estudar.”

Lin Jingzhe, sem paciência para mais chá, empurrou o pequeno bule de cobre na direção de Deng Mai, pensando que ele seria melhor servido com água.

Gao Sheng, sentado num banquinho baixo, lia desatento os livros que Lin Jingzhe trouxera de Shenshi, prestando pouca atenção às reclamações de Deng Mai.

Deng Mai falou, reclamando por tanto tempo que o próprio Lin Jingzhe entendeu: ele realmente odiava estudar, ao ponto de preferir morrer a ter que abrir um livro.

Lin Jingzhe não achava que deveria interferir. Algumas pessoas não foram feitas para estudar, e forçá-las seria inútil. Não havia nenhum desejo de aprender em Deng Mai. Ele era inteligente, com uma habilidade para se adaptar socialmente, mas aplicava isso nas interações cotidianas, e não nos estudos.

Durante a escola, ele conseguira ganhar a lealdade dos rapazes mais problemáticos da turma. No passado, ele até administrara alguns bares na cidade, tudo sem sair dos limites da lei. Em Shenshi, enquanto Lin Jingzhe estava ocupado, Deng Mai organizava as atividades dos amigos, mostrando-se confiante, sem um pingo de insegurança, e garantindo que os companheiros estivessem sempre bem alimentados e entretidos.

Para alguém como ele, estudar não era a única saída. Nos anos 90, oportunidades não faltavam, e suas chances eram provavelmente maiores do que as de Gao Sheng e Zhou Haitang.

Lin Jingzhe comentou: “Sem pressa, isso leva tempo. Mudar a mentalidade das pessoas é um processo.”

Deng Mai, com os olhos marejados, apoiou-se no joelho de Lin Jingzhe: “Irmão, você é o único que me entende de verdade.”

Lin Jingzhe pensou que, tecnicamente, ele era mais novo que Deng Mai. Nesse momento, Hu Yu entrou com uma carpa fresca, lançando um olhar desaprovador ao ouvir o comentário.

“Para com isso!” repreendeu Hu Yu, olhando para Lin Jingzhe. “Não encoraje isso. Qualquer coisa, menos desistir dos estudos! Vocês não entendem agora, mas um dia vão perceber o quanto estudar é importante.”

Lin Jingzhe apenas sorriu, sinalizando para Deng Mai se calar. Ele compreendia que, do ponto de vista de Hu Yu, sua postura fazia sentido, e, como não havia acordo possível, o melhor era evitar o confronto.

Deng Mai, confiando que seu irmão Lin tinha um plano para libertá-lo, pegou um dos livros de negócios que Gao Sheng estava lendo e começou a folheá-lo.

Hu Yu suspirava, enquanto preparava a carpa.

Não por sua própria situação; agora, com a estabilidade do emprego e o bônus da Secretaria de Educação pelo excelente desempenho de Lin Jingzhe, suas condições financeiras haviam melhorado muito. Com Lin Jingzhe ficando em sua casa, ela comprava de tudo, desde tartarugas a carne de carneiro, preparando refeições elaboradas para nutrir o garoto.

O que a preocupava eram os futuros desses jovens.

Eles estavam prestes a ir para Yan, uma cidade tão distante que nem ela, uma adulta, jamais visitara. Esses meninos sabiam se cuidar sozinhos?

Será que comeriam bem? Dormiriam bem? Conseguiriam se manter longe de problemas? E se fossem maltratados?

Além disso, embora estivesse satisfeita com a escolha de Lin Jingzhe, não compreendia o curso de Gao Sheng e Zhou Haitang.

Computação?

Ela se arrependia de não ter interferido antes. Pensara que a escolha deles era apenas uma brincadeira, e se soubesse que essa escolha se tornaria realidade, teria tentado impedi-los.

Computação? Isso não significava estudar computadores? Que utilidade tinha estudar isso? Até então, computadores eram algo distante. Mesmo o ex-diretor, Tao Fangzheng, que queria instalar um computador no escritório, desistira ao ver o preço, que beirava os dez mil yuans.

E então, o que havia para aprender com aquilo? Isso dava emprego ou era comestível?

O óleo fervia. Hu Yu deslizou a carpa na frigideira, dourando a pele até ficar crocante.

Embora desgostosa com o curso, ela não conseguia ignorar o prestígio da Universidade de Wutong. Jamais imaginara que seu filho, com suas notas medianas, passaria em uma universidade renomada.

Ela suspirou, enquanto adicionava vinho amarelo na panela. “Bom, se eles foram aceitos, que seja.”

Ao menos, com um diploma da Universidade de Wutong, eles teriam oportunidades em Liyun ou, quem sabe, na capital da província.

Ela desligou o fogo, serviu o peixe no prato e polvilhou cebolinha por cima.

Do outro lado, Lin Jingzhe arrumava o tabuleiro de xadrez quando ouviu a voz de Hu Yu: “Hora do almoço!”

Enquanto mastigava as ovas de peixe, Lin Jingzhe de repente se lembrou que já fazia alguns dias que as ações de Shenshi provavelmente estavam subindo.

Em Shenshi, na corretora de valores, Tian Dahua estacionou seu carro às pressas na calçada e correu para o prédio.

Lá dentro, o espaço estava lotado de investidores acompanhando as cotações. Ele se espremeu pela multidão e, ao olhar para o painel, seu coração acelerou.

Subiu de novo! Mais uma alta!

Sentiu-se como se tivesse engolido uma panela de óleo fervente, o calor subindo pelo estômago. Mordeu os próprios dedos, alternando expressões de excitação e arrependimento, difícil de descrever.

Com os olhos fixos no painel, pegou seu telefone portátil e ligou para um conhecido. Assim que a ligação foi atendida, disparou:

“Conseguiu? Conseguiu comprar?”

Do outro lado, o contato respondeu com hesitação: “Irmão Tian, está tudo subindo sem parar, ninguém quer vender. Não é por falta de esforço, mas simplesmente não consigo comprar!”

“Ahhh!” Tian Dahua gritava de frustração, suando e batendo os pés. “Dá um jeito! Faz alguma coisa!”

“Vou tentar o meu melhor. Assim que alguém vender, eu compro para você. Mas, Tian, você sabe, o mercado não está sob meu controle. Não posso garantir nada.” Após uma pausa, o conhecido acrescentou: “Ah, você devia ter comprado antes. Quem comprou cedo já está rico agora.”

Tian Dahua desligou o telefone e praguejou, rangendo os dentes: “Não precisava você dizer!”

O coração de Tian Dahua parecia estar preso a uma barra de ferro incandescente, sendo torturado pelo arrependimento e pela ansiedade. Ele enxugou o suor da testa, olhando impotente para os outros investidores ao redor, que também contatavam freneticamente seus conhecidos, tentando sem sucesso concluir uma compra. Sentia uma espécie de camaradagem com eles, unidos na frustração.

A sensação era como ver pilhas de dinheiro crescendo pernas e asas, voando para longe, quase escapando das mãos. E qual empresário conseguiria suportar isso?

Ele não pôde deixar de pensar no jovem com quem negociara recentemente, alguém que lhe deixara uma forte impressão. O rapaz comprara 500 mil em ações da Era da Tecnologia no primeiro dia da bolsa, ocupando cerca de um décimo de todo o volume de transações daquela manhã. Tian Dahua sentia agora um misto de respeito e amargura. Aquele jovem, com seu rosto sempre limpo e sorriso afável, era claramente um estrategista de primeira linha, alguém capaz de antever o futuro com uma precisão quase mística. E, além disso, fizera a compra e desaparecera logo em seguida, sem hesitar.

Inicialmente, Tian Dahua pensara que aquele era apenas um herdeiro rico, alguém que não se importava em gastar 500 mil. Mas agora percebia que o jovem provavelmente já antevira esse cenário.

Uma semana antes da abertura da bolsa em Shenshi, o mercado começou a subir de forma gradual e ordenada. Mais e mais pessoas comuns tentavam entender o mercado de ações, e nos dias seguintes, os jornais de Shenshi se encheram de notícias sobre o tema. Tian Dahua acompanhava a curva ascendente, e sua incerteza diminuía a cada nova alta. Finalmente, um dia, a manchete do jornal trazia elogios de um alto líder nacional, apoiando a bolsa de Shenshi com palavras de incentivo.

Ao mesmo tempo, outra notícia importante chegava: uma nova bolsa de valores logo seria aberta na zona econômica especial. Era uma declaração velada do Estado, sinalizando que o desenvolvimento do mercado de ações era uma prioridade nacional. O mundo financeiro inteiro entrou em êxtase. Pessoas de fora de Shenshi, de cidades como Yan, começaram a inundar a cidade, ansiosas para comprar ações. Grandes investidores procuravam contatos influentes, enquanto os pequenos investidores amontoavam-se com o próprio dinheiro, em uma multidão que bloqueava completamente o espaço da bolsa.

Tian Dahua não podia mais hesitar. Decidiu finalmente mergulhar nesse mercado.

Mas, quando tentou, o “tanque” já estava cheio de concorrentes, e não havia mais peixe para pescar.

As ações da bolsa de Shenshi eram limitadas, e, com essa busca desenfreada, os preços subiam vertiginosamente, quase em linha reta, mas ninguém queria vender.

A quantidade de transações despencou, e tudo que Tian Dahua podia fazer era assistir, impotente, enquanto tentava conseguir ações de investidores menores, mas os recursos deles não eram menores que os seus. Todos estavam fazendo o impossível para conseguir ao menos uma ação. E enquanto isso, as ações de 500 mil que Lin Jingzhe comprara na Era da Tecnologia já haviam triplicado de valor.

Esses 500 mil agora valiam mais de um milhão, e isso em pouco mais de duas semanas! Que outro negócio poderia gerar esse lucro, exceto aqueles que colocavam a vida em risco?

Vários trabalhadores chegaram a pedir demissão para se dedicar exclusivamente a monitorar as ações. Um novo setor parecia ter surgido da noite para o dia. Observar o mercado era um misto de prazer e agonia para Tian Dahua, que agora se arrependia de sua indecisão. Mesmo assim, ele voltava todos os dias, determinado a testemunhar aquele momento histórico.

Em Qunnan, em Liyun, o frenesi da bolsa de Shenshi já tinha se espalhado.

No entanto, para a maioria das pessoas comuns, aquilo parecia algo distante e repleto de armadilhas. Assistiam a tudo com curiosidade, mas não se atreviam a participar.

Lin Jingzhe, que não costumava ler o jornal, só ficou sabendo do boom da bolsa cerca de um mês depois. E seus 500 mil já haviam se multiplicado algumas vezes, ultrapassando os dois milhões.

Ele folheou a notícia e logo deixou o jornal de lado. Estranhamente, não sentiu qualquer empolgação com o valor atingido. No momento, organizar sua bagagem parecia mais importante.

O pai de Zhou Haitang havia tirado folga da fábrica e estava sentado à mesa com o pai de Deng Mai, Deng Fengshou, ambos fumando os cigarros que Lin Jingzhe trouxera de Shenshi. Cada um tragava com cuidado, como se cada baforada fosse preciosa.

Deng Fengshou, de olhos semicerrados, examinava o jornal, admirado: “Veja só, parece que o mundo lá fora está realmente abraçando o capitalismo.”

O pai de Zhou balançou a cabeça: “Até na nossa cidade teve gente que foi para lá, dois trabalhadores da mina de carvão. A fábrica soube e os demitiu na hora. E pensar que eles perderam o emprego.”

Deng Fengshou assentiu, pensativo: “Nós devemos manter os pés no chão, seguir passo a passo. Essas coisas são incertas.”

Ao ouvirem isso, Gao Sheng e Zhou Haitang, que estavam dobrando roupas, trocaram olhares e desviaram o olhar para Lin Jingzhe, acompanhados por Deng Mai.

Lin Jingzhe devolveu o olhar sério, avisando-os para não dizerem nada. Viu uma sombra se aproximando e virou-se rapidamente com um sorriso respeitoso: “Tia Zhou.”

“Ah!” respondeu a mãe de Zhou, entrando com um pote nas mãos, seu rosto irradiando carinho. “Jingzhe, você disse que gostava dos picles de berinjela da tia, não foi? Acabei de colher umas berinjelas tenras e preparei um pote para você levar para a escola. Não precisa pegar, é pesado. Vou colocar na bolsa do Haitang, e ele te ajuda a carregar até o dormitório.”

Ela então encheu a bolsa de Zhou Haitang com picles de rabanete, brotos de bambu e outros petiscos, temendo que os meninos não se alimentassem bem em Yan. Hu Yu e a mãe de Deng folheavam jornais antigos, soltando exclamações de espanto aqui e ali.

“Menos 20 graus? Que frio é esse? Quanto foi a mínima do ano passado aqui?”

“Menos 5 graus? Já foi frio o bastante. Mas tem muita diferença entre menos 20 e menos 5?”

Deng Fengshou fez uma careta: “Claro que sim! Quinze graus a menos. Você acha que é a mesma coisa que trinta e cinco graus?”

Preocupada, a mãe de Deng tirou o casaco de lã que já tinha guardado na mala e começou a acariciar o tecido. “Não deve ser quente o suficiente…”

“O melhor é dar dinheiro para que eles comprem o que precisam na escola,” sugeriu o pai de Zhou, batendo na mesa. “Chega de encher a bolsa! Está quase estourando. Por que você não põe também o fogão a carvão lá dentro?”

Os pais estavam um pouco atrapalhados com os preparativos. Lin Jingzhe conteve o riso, junto com os amigos, enquanto experimentavam os sapatos de pano que as mães haviam feito.

Os sapatos eram duros, mas confortáveis e refrescantes, feitos com uma habilidade que os deixava parecidos com as populares alpargatas que ele conhecia. Vestindo um traje casual branco e segurando sua mala leve, que as mães costuraram à mão com cuidado, ele se preparava para se despedir.

Houve um breve silêncio. As mães, com os olhos marejados, secavam as lágrimas em silêncio, enquanto os pais fumavam em silêncio. Deng Fengshou, depois de um tempo, perguntou: “Vocês têm certeza de que não querem que a gente acompanhe vocês?”

“Eu acho que seria melhor eu tirar uma licença,” insistiu o pai de Zhou, ainda hesitante.

“Não, não precisa,” respondeu Lin Jingzhe, sorrindo. “Nós quatro vamos juntos, pegamos o trem até Yan, e a escola vai mandar alguém para nos buscar na estação. Vai dar tudo certo. Se vocês fossem, teriam que voltar depois de alguns dias, gastariam com passagens e ainda atrasariam tudo.”

Para Hu Yu e as mães de Deng e Zhou, que nunca haviam viajado para longe, a ideia de uma viagem longa parecia assustadora. Deng Fengshou, por sua vez, estava envolvido em um caso complicado e não podia se ausentar. Já o pai de Zhou corria o risco de ser demitido se tirasse uma licença, pois a fábrica estava em vias de demitir funcionários.

Os pais sabiam das dificuldades e se sentiam culpados. Era a primeira vez que os filhos iam para a universidade, e não poder acompanhá-los parecia uma falha.

A mãe de Deng, enxugando as lágrimas, trouxe pequenas bolsas de pano que ela mesma fizera, amarrando-as na cintura dos meninos e explicando: “A mensalidade e o dinheiro para os primeiros seis meses estão costurados aqui. Só abram para pagar as taxas na escola, entenderam? E lembrem-se, não conversem com estranhos nem aceitem nada deles. Cuidem uns dos outros e tomem cuidado!”

Deng Mai lançou um olhar para Lin Jingzhe, que assentiu, indicando que ele aceitasse os cuidados.

Depois, as mães distribuíram o dinheiro para as passagens e insistiram em dar a Lin Jingzhe mais uma nota de cem yuan.

Lin Jingzhe tentou recusar o dinheiro: “Eu realmente tenho dinheiro suficiente!”

“Guarde isso! Pare de discutir!” Hu Yu fungou, forçando o dinheiro em seu bolso e dando-lhe um leve tapa nas costas. Olhando para ele, com uma expressão misturada de lágrimas e sorrisos, comentou: “Moleque, quando foi que você ficou tão alto?”

Os pais acompanharam os filhos até o ônibus, repetindo inúmeras recomendações de última hora. Só desceram quando o ônibus estava prestes a partir, abraçados, com lágrimas nos olhos, olhando pela janela para os filhos.

O pai de Zhou, com meio maço de cigarros fumados, observava o rosto do filho, sentindo uma mistura de ansiedade e orgulho. Seu filho estava indo para Yan estudar. Em poucos anos, seria um universitário. Ele e sua esposa haviam escondido do filho as dificuldades que enfrentaram ao pedir dinheiro emprestado recentemente.

Com o ônibus em movimento, Deng Fengshou correu até a janela e deu um leve tapa na cabeça do filho, exclamando: “Na escola, estude direito, entendeu?”

Deng Mai enxugou as lágrimas, acenando para o pai, e, ao se sentar novamente, soltou em meio ao choro: “Desculpa, pai e mãe!”

Lin Jingzhe olhou calmamente para as figuras que iam ficando para trás. Eles deram alguns passos para acompanhar o ônibus, mas logo foram ficando para trás, até desaparecerem em uma curva da estrada.

Ele se acomodou no assento, observando Deng Mai, que chorava copiosamente, e suspirou levemente.

“Então… você quer estudar?”

Deng Mai hesitou por um instante, mas acabou balançando a cabeça.

“Quando chegarmos a Yan, faremos uma conta poupança para você. Em alguns meses, você poderá enviar o dinheiro da matrícula de volta para casa e dizer que o conseguiu trabalhando,” Lin Jingzhe disse, colocando a mão no ombro do amigo como consolo.

Com a época de matrícula dos calouros, o fluxo de pessoas rumo à capital da província estava intenso, e a estação colocou mais veículos em circulação. Ao chegarem a Qunnan, Lin Jingzhe surpreendeu-se ao encontrar algumas caras conhecidas.

Yu Zhiliang o chamou de longe e correu até ele, parando com um brilho de admiração ao olhar para a bagagem de Lin Jingzhe. “Lin Jingzhe, você está indo se matricular na Universidade de Yan, não é?”

Os pais de Yu, logo atrás, traziam uma montanha de pertences, e o pai magro carregava um cobertor no ombro.

“Que coincidência encontrar você aqui, Lin Jingzhe!” A mãe de Yu, entusiasmada, retirou algumas notas amassadas do bolso e tentou forçá-las na mão de Lin Jingzhe, que recusou persistentemente. Um pouco constrangida, ela disse: “Esse menino, Yu Zhiliang, só conseguiu isso graças a você! Não precisa ser formal com a tia!”

“Isso mesmo,” disse o pai de Yu, normalmente reservado, sorrindo discretamente.

“Eu realmente não preciso de dinheiro,” Lin Jingzhe segurou gentilmente a mão da mãe de Yu e tentou persuadi-la com um tom suave. “Zhiliang ainda vai precisar comprar muitas coisas para a escola. Guarde isso, tia. Se quiser me agradecer, um dia eu aceito um convite para almoçar na sua casa.”

A mãe de Yu sorriu, radiante: “Combinado! Você é mais que bem-vindo!”

Yu Zhiliang olhou para as roupas humildes dos pais e depois para a postura paciente de Lin Jingzhe. Após um longo silêncio, ele desejou baixinho: “Lin Jingzhe, tenha uma boa viagem.”

“Igualmente,” respondeu Lin Jingzhe com um leve aceno de cabeça.

Ao longe, mais figuras familiares apareceram. Lin Jingzhe olhou instintivamente e ficou surpreso ao ver Jiang Run e Jiang Xiaoyun, acompanhados por Liu De.

Eles estavam sem carro, aparentemente tendo vindo de ônibus até a capital. Os três traziam várias sacolas e tinham expressões cansadas. Jiang Xiaoyun parecia visivelmente abatida e, ao olhar em volta após descer, encontrou o olhar de Lin Jingzhe. Ela congelou por um instante, depois desviou o olhar com uma expressão amarga.

Percebendo a reação dela, Jiang Run e Liu De também levantaram os olhos e ficaram igualmente paralisados ao ver Lin Jingzhe.

Recuperando-se do choque, Jiang Xiaoyun apressou-se a empurrar os dois, incentivando-os a saírem, caminhando em silêncio e com pressa para longe.

Deng Mai, que também os notara, inclinou-se para cochichar, com o semblante curioso: “Ouvi dizer que Jiang Run não foi bem nas provas e preencheu o formulário de inscrição sem muito critério. Os pais dele queriam comprar uma vaga para ele em Qunnan, mas, com uma nota tão baixa, ele ficou a quase trinta pontos do corte. Tiveram que desistir.”

Yu Zhiliang e sua família despediram-se e seguiram adiante. Jiang Run e os pais, carregando suas sacolas, desapareciam apressadamente pelo portão da estação. Lin Jingzhe observou tudo com expressão tranquila, desviando o olhar e murmurando um “hum”.

Jiang Xiaoyun, já fora da estação, olhou cautelosamente para trás, aliviando-se ao ver que Lin Jingzhe não os havia seguido.

Liu De observava tudo com uma expressão amarga, acendendo um cigarro em silêncio.

Jiang Run, por sua vez, sentia um misto de emoções. Na breve troca de olhares, ele sentira a enorme diferença que agora o separava de Lin Jingzhe. Sabia que Lin estava indo para Yan como o primeiro colocado da cidade e terceiro da província, um título que o tornara a referência de “filho dos outros” para todos os pais de Liyun.

No ônibus, ele já havia encontrado Yu Zhiliang e seus pais. Sabendo do incidente envolvendo a vaga de recomendação, a família Yu os tratara com frieza. No entanto, Yu Zhiliang agora era o foco das atenções, com os pais dos outros calouros comentando orgulhosamente sobre sua admissão na Universidade de Qunnan.

Cada vez que alguém mencionava o sucesso de Yu, Jiang Run sentia uma facada no peito, e cada vez se encolhia mais no assento.

Ele tinha a sensação de que todos os outros estudantes e pais no ônibus o olhavam com desprezo.

Agora, Lin Jingzhe estava partindo para Yan, e Yu Zhiliang fora recebido com pompa pelos representantes da Universidade de Qunnan na estação. Só ele, Jiang Run, sentia-se como um rato fugindo do esgoto, indo para uma escola que nem sequer desejava.

Jiang Run suspirou, resmungando para si: “Quente demais… Se eu soubesse que ia encontrar todo mundo aqui, teria sido melhor virmos de carro.”

Jiang Xiaoyun hesitou, olhando para o filho com um traço de tristeza.

Ela não havia contado a ele, mas o carro fora vendido antes mesmo do vestibular. Sem apoio financeiro e com as dificuldades enfrentadas pela construtora, até uma casa herdada havia sido vendida para manter o fluxo de caixa.

Suspirando, Jiang Xiaoyun mal conseguia entender como sua vida havia se tornado tão difícil. O marido, que sempre fora calmo, tornara-se cada vez mais ácido. Quando finalmente pararam um táxi, ele fez questão de comentar: “Você é tão dedicada à sua irmã, por que ela não veio nos buscar em Qunnan?”

“Cale a boca!” Jiang Xiaoyun, atingida no ponto fraco, lançou-lhe um olhar raivoso. Ela estava consumida pelo arrependimento. Romper com o Chefe Wang fora culpa de Jiang Qiaqia, a quem agora odiava profundamente. Se sua irmã estivesse ali, Jiang Xiaoyun não hesitaria em atacá-la.

Nos anos 90, os trens eram lentos e balançavam suavemente, quase como um berço.

As paisagens familiares passavam pela janela, enquanto o trem cruzava túneis nas montanhas. O interior e o exterior dos túneis pareciam se misturar.

Gao Sheng e os amigos inicialmente estavam encantados com o vagão-leito, correndo de um lado para o outro e observando a paisagem. Mas, depois de algumas horas, o entusiasmo desapareceu.

Lin Jingzhe, por sua vez, sentia uma enorme falta dos trens-bala do futuro. Era impressionante como, em pouco mais de vinte anos, a tecnologia evoluiria a ponto de ele agora achar o sistema atual ineficiente.

Essas transformações estavam cheias de oportunidades que ele enxergava como verdadeiras joias.

Trinta e poucas horas depois, eles chegaram à estação de Yan.

Ao descer do trem e sentir o solo firme sob os pés, Lin Jingzhe olhou ao redor, contemplando aquele cenário ao mesmo tempo familiar e novo.

Uma nova jornada estava prestes a começar.

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Capítulo 25
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RENASCIMENTO DA ILUMINAÇÃO

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Neste mundo, sempre existem aquelas pessoas que começam com boas cartas nas mãos, mas que acabam por fracassar completamente.

Lin Jingzhe, após perder muito, retornou aos seus dezoito...

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