Capa

Doce Inanição

Capítulo 6

  1. Home
  2. All Mangas
  3. Doce Inanição
  4. Capítulo 6 - Dias de Fome, Noites de Amor
Anterior
🟡 Em breve

A noite parecia suspensa entre o mundano e o inesperado, como se o ar carregasse a antecipação de algo que ainda não se deixava nomear. Nathan ajeitou a gola da camisa pela terceira vez enquanto esperava do lado de fora do apartamento onde Cael agora vivia. Não sabia o que esperar — ou talvez soubesse, mas se recusava a admitir o quanto aquela expectativa o deixava nervoso.

Fizera a pesquisa com um misto de curiosidade e zelo: um bar fora do centro, discreto, frequentado por um público que flertava com o limiar entre o teatral e o real.

Ali, pessoas se vestiam como lobisomens, vampiros, fadas, até demônios — às vezes por fetiche, outras vezes por brincadeira e, em algumas ocasiões… ele não tinha certeza.

Era o lugar perfeito para Cael, pensou. Um espaço onde ele poderia ser visto como era, sem precisar esconder chifres ou cauda, sem o desconforto disfarçado de sarcasmo. Nathan apenas não dissera a Cael o real motivo de tê-lo escolhido. Parte de si queria ver a reação dele, e outra parte… queria entender algo mais profundo sobre aquela criatura que dizia não saber como querer.

A porta se abriu, e Cael surgiu emoldurado pela penumbra do corredor, como se tivesse acabado de sair de uma pintura decadentista. Vestia algo que era, definitivamente, bonito — mas também excessivo. A camisa de tecido leve, semi-transparente, colava-se ao peito nu sob a luz fraca, e a calça justa, de couro escuro, parecia feita para provocar. Os chifres estavam visíveis, erguidos com o orgulho natural de quem nunca soube o que era se esconder. A cauda, livre, balançava com um descompromisso quase preguiçoso. Os olhos, no entanto, buscavam Nathan com um brilho que misturava expectativa e cautela.

— Você disse que era um encontro — a voz de Cael era baixa, quase defensiva — e… bem, é assim que eu vou a encontros. Normalmente.

Nathan tentou, com todas as forças, não deixar que a surpresa estampasse seu rosto. Engoliu a reação com um sorriso tranquilo.

— Você está… ótimo.

E estava. Embora o visual gritasse desejo, havia algo mais ali, algo involuntariamente vulnerável. Como se aquele fosse o melhor que Cael conseguia fazer para se apresentar diante de alguém de quem, mesmo sem entender, queria algo mais que apenas prazer.

Cael arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Você não vai perguntar nada?

— Eu disse que era um encontro. Você interpretou como quis. E eu… gosto da sua interpretação.

O demônio sorriu levemente, e os ombros relaxaram.

O trajeto até o bar foi tranquilo, pontuado por observações dispersas de Nathan e silêncios confortáveis. Cael parecia mais calado que o usual, como se absorvesse o ambiente com uma sensibilidade incomum. Observava a cidade com olhos atentos, mas não havia urgência em seus gestos, tampouco o sarcasmo habitual. Talvez estivesse tentando entender o significado daquela noite. Ou talvez estivesse apenas… curioso.

Ao chegarem ao bar, as luzes de néon desenhavam contornos etéreos sobre a fachada, como feitiços lançados para atrair quem não se encaixava perfeitamente no mundo diurno. A porta de entrada exibia um letreiro metálico com formas fantásticas — um dragão e uma mulher serpente entrelaçados — e, ao entrarem, Cael parou, os olhos percorrendo o salão amplo onde a música baixa criava uma atmosfera quase onírica.

Criaturas de todos os tipos dançavam, bebiam e conversavam entre névoas artificiais e iluminação vermelha e azul. Havia vampiros com dentes postiços, fadas com asas articuladas, lobisomens com maquiagem detalhada. Mas também havia aqueles que… não pareciam estar fantasiando.

Cael virou-se lentamente para Nathan, o cenho levemente franzido.

— Isso é…

— Um lugar onde você pode ser você mesmo — respondeu Nathan calmamente — sem truques. Sem feitiços. Só… Cael. Do jeito que quiser.

Por um instante longo demais, Cael não disse nada. Os olhos passeavam pelo ambiente com algo que Nathan reconheceu como confusão — mas havia também uma pontada de comoção silenciosa. Como se aquilo, aquela permissão de existir sem o peso de se disfarçar, fosse mais estranho para ele do que qualquer encantamento.

— Você planejou isso? — perguntou, finalmente.

— Um pouco — admitiu Nathan — fiz uma pesquisa. Achei que você gostaria. Ou, pelo menos, que se sentiria mais… livre.

Cael piscou devagar. Depois, riu. Um riso breve, surpreso. E, sem dizer mais nada, avançou pelo salão com a cauda ondulando atrás de si, olhando tudo com um fascínio genuíno, quase infantil.

Nathan o seguiu, observando enquanto ele interagia com o ambiente com uma leveza rara. Pela primeira vez, Cael não parecia performar. Havia algo autêntico em seu modo de observar as pessoas — uma curiosidade crua, sem a intenção de seduzir ou dominar. Apenas ver. Sentir. Estar.

 

—–

 

O bar exalava um perfume denso de mistério e nostalgia, como se cada canto escondesse histórias que o mundo de fora jamais acreditaria. Nathan sentou-se em um dos bancos altos, próximo ao balcão de madeira escura, onde uma figura com presas perfeitamente entalhadas — reais ou artificiais, ele ainda não sabia dizer — preparava drinks com movimentos ritmados, quase cerimoniais. A música, uma mistura de jazz sombrio e eletrônico sutil, preenchia o ambiente como uma névoa espessa, pulsando em sintonia com as luzes de néon que tingiam a penumbra com tons de vinho e ametista.

— Um drink vermelho, sem álcool, com aparência dramática — pediu ele ao barman, pensando em Cael.

A criatura atrás do balcão assentiu com um sorriso vagamente animalesco. Nathan passou os dedos pelo vidro úmido do copo diante de si, distraído. O espaço vibrava de energia, mas havia algo inquietante por trás do encanto — um sentido agudo de que ali as aparências não mentiam, apenas disfarçavam uma verdade mais profunda. E Cael ainda não havia retornado.

Quando finalmente voltou do banheiro, Nathan mal o reconheceu por um instante. Não porque fosse irreconhecível, mas porque a imagem diante dele parecia ter sido arrancada de uma pintura renascentista sobre o pecado. Cael não usava mais qualquer disfarce: a pele reluzia como veludo sob a luz, os chifres curvos projetavam-se com a naturalidade orgulhosa da cabeça, e a cauda oscilava com uma elegância distraída. Os olhos, de um âmbar profundo, pareciam carregar séculos de jogos e segredos e, quando se fixaram em Nathan, a intensidade foi quase palpável.

— Para mim? — disse Cael, tomando o copo com um sorriso enviesado.

Nathan assentiu, contendo um comentário óbvio sobre a transformação.

— Bonito. Como sempre.

Cael deu um gole preguiçoso, mantendo os olhos nele. Depois, inclinou-se, o corpo se curvando com uma proximidade calculada, o hálito quente roçando a orelha de Nathan como uma promessa não dita.

— Você sabe que eles não estão fantasiados, certo?

Nathan virou o rosto, surpreso.

— Como assim?

Cael se afastou um pouco, apenas o suficiente para que seus olhos pudessem encontrar os de Nathan.

— Eles são reais. As fadas, os lobos, os vampiros. Não todos, claro. Mas alguns, os que se misturam tão bem que parecem um pouco… errados? Esses são verdadeiros.

Nathan piscou, tentando recompor a racionalidade.

— Mas… como você sabe?

Cael sorriu como quem se diverte com a ingenuidade do outro.

— Eu reconheço os meus. Os disfarces são úteis, mas há detalhes que não se imitam: movimento, cheiro, a forma como ocupam o espaço. Você não notou? As fadas se movem como se o chão as repudiasse. Os vampiros… eles escutam demais.

Nathan olhou ao redor, agora com outra lente. Começou a perceber o que antes lhe escapava — o modo como uma figura andrógina no canto piscava com olhos pupilares demais para serem cosméticos, ou como a pele de uma mulher de asas parecia brilhar de dentro para fora.

— Por que você foi ao banheiro? — perguntou ele, voltando-se para Cael. — Se pode ser você mesmo aqui, por que não saiu assim desde o começo?

Cael apoiou os cotovelos no balcão, girando o copo com indiferença.

— Porque ainda há humanos aqui. Alguns vêm por fetiche, outros por tédio… e outros só porque não sabem que o mundo não é só o que parece. Locais como este são zonas cinzentas. Oferecem exatamente o que a humanidade espera: algo que possa ser explicado como brincadeira. Um jogo. Um teatro. Mas nem todos no palco estão atuando.

Ele tomou mais um gole e acrescentou, com um brilho malicioso nos olhos:

— É o tipo de mentira que agrada aos dois lados. Eles fingem que não acreditam, nós fingimos que somos só encenação.

Nathan esfregou a nuca, um pouco desconcertado.

— Isso é insano.

— É? — Cael o observava com atenção agora, como se examinasse as reações dele mais do que o conteúdo da conversa. — Você está sentado ao lado de um demônio, em um bar onde vampiros bebem drinks de sangue e fadas vendem poeira embriagante no banheiro. E ainda acha que a insanidade está na estrutura?

Nathan soltou um riso breve, tenso.

— Quando você coloca assim…

— Eu sempre coloco assim. — Cael inclinou-se mais uma vez, mas agora havia algo mais sério em sua expressão, como se testasse os limites do que Nathan podia suportar. — Você não parece assustado.

Nathan o encarou de volta.

— Talvez porque… você é a única coisa realmente assustadora aqui.

A resposta pareceu agradá-lo. Cael sorriu com os lábios, mas nos olhos havia algo mais escuro — um prazer silencioso diante de alguém que não recuava. Ele girou no banco, ficando de frente para Nathan, as pernas cruzadas de forma estudada, mas o corpo relaxado.

— Como você encontrou este lugar? — perguntou ele, com genuína curiosidade agora.

Nathan hesitou por um momento.

— Minha irmã. Ela é obcecada por coisas sobrenaturais. Bruxaria, lendas urbanas, fóruns sobre criaturas místicas… Disse que este bar era — o mais próximo que a gente chega de Nárnia em um sábado à noite. Achei que podia ser interessante. Para você.

Cael não respondeu de imediato. O nome “irmã” pareceu provocar uma reação silenciosa — algo que talvez se assemelhasse à inveja ou apenas estranhamento. Depois, com um gesto quase afetuoso, tocou de leve o ombro de Nathan.

— Você continua tentando me entender.

— Todo esse tempo dizendo que não se importa, que não quer entender os humanos… e ainda assim você está aqui, comigo. Escolhendo mostrar sua verdadeira forma.

— Só porque me mostro não significa que sou compreensível. — A voz de Cael saiu mais baixa, mas carregada de algo mais denso.

Nathan assentiu devagar.

— Eu não quero te entender como quem desmonta um relógio. Só… saber quem você é quando ninguém está olhando.

Cael o encarou por longos segundos, e nesse olhar havia algo que não era flerte nem sarcasmo. Algo nu. Cru. E talvez, pela primeira vez, sem defesas.

Depois, desviou o rosto, rindo baixinho.

— Então você me trouxe ao único lugar do mundo onde posso ser um monstro… só para ver se sou mais do que isso.

Nathan não respondeu. Mas o silêncio entre eles era uma membrana tênue, quase palpável. Um espaço onde a respiração de Cael parecia mais quente, mais próxima do que deveria.

Nathan ainda mantinha o copo entre os dedos, mas já não sentia a superfície gelada do vidro — apenas o peso da presença dele, tão intensa que quase empurrava o ar para fora dos pulmões.

— Você não é um monstro — disse Nathan enfim, a voz mais baixa do que pretendia.

Cael piscou devagar, como se aquela frase o tivesse desarmado por dentro. Os ombros dele relaxaram apenas um pouco, uma fração mínima que só alguém que o observava de perto — alguém que se importava — perceberia. Ele inclinou o corpo, e a proximidade repentina foi quase vertiginosa.

Os chifres projetavam sombras curvas na parede atrás dele, mas seu rosto estava iluminado pelas luzes em vermelho suave, a boca entreaberta… vulnerável de um jeito que não combinava com a imagem que ele mostrava ao mundo.

— Não diga isso tão facilmente — murmurou Cael, aproximando-se ainda mais. — Posso acreditar.

Nathan sorriu — um gesto suave, quase íntimo.

— Você deveria acreditar.

E então Cael se moveu. Não rápido, não teatral — mas como quem já estava a meio passo de fazê-lo. Sua mão pousou no queixo de Nathan com leveza, o polegar roçando a barba curta, guiando-o para cima. E o beijo veio quente, firme, carregado de algo que parecia impulso e necessidade misturados.

O gosto dele explodiu de imediato: álcool sutil, doce e ácido, misturado ao sal natural da pele — uma combinação que atravessou Nathan como um choque.

Cael sorriu contra a boca dele antes de se afastar, a respiração acelerada de forma que não parecia apenas desejo.

— Você tem um gosto bom — confessou, como quem expõe um segredo que deveria permanecer trancado. — E cheira… ainda melhor.

Nathan piscou, tentando se recompor.

— Acho que isso é só o álcool falando.

— Não — Cael negou com um gesto lento da cabeça, os olhos escuros fixos nos dele. — Não é o álcool. Você sabia que cada criatura tem um cheiro e gosto único para um íncubo?

Nathan assentiu de leve.

— Não me surpreende. Mas… gosto? Como assim gosto?

O sorriso que surgiu em Cael era quase indecente, mas havia uma languidez embriagada nele — uma mistura de desejo sincero e algo mais instintivo, quase primitivo. Ele se inclinou até seus lábios roçarem a curva da orelha de Nathan, e quando falou, a voz saiu baixa, quente, carregada de malícia.

— Estou falando do seu corpo e de… basicamente o que eu posso lamber do seu abdômen quando você goza com seus mamilos.

Nathan engasgou no próprio ar, o rosto pegando fogo num rubor tão imediato que fez Cael rir, um som leve, rouco, perigosamente íntimo. Ele recostou novamente, observando o efeito da frase como quem prova um doce raro na ponta da língua.

— Não precisa ficar tão tímido — murmurou. — É natural. Quanto mais tempo um íncubo convive com alguém… mais nuances ele lê. Coisas que um humano jamais notaria.

Nathan olhou para o copo, tentando se recuperar.

— Nuances…?

— Sim — Cael continuou, com aquele tom paciente e quase professoral, mas embebido em desejo. — Mudanças na temperatura da pele. Na química do corpo. No ritmo da respiração. No gosto da saliva. É tudo… informação. E quanto mais eu conheço você… — ele se inclinou de novo, deixando que a ponta da cauda acariciasse o tornozelo de Nathan de forma distraída — …mais o seu corpo fala comigo sem você perceber.

Nathan sentiu a boca secar.

— E agora? O que ele está dizendo agora?

Cael sorriu devagar, um brilho quente correndo pelos olhos âmbar.

— Que você quer me beijar de novo.

— Não estou tão certo disso — murmurou Nathan, embora o tom denunciasse o contrário.

— E também… — Cael aproximou o rosto, o nariz roçando o dele com uma precisão calculada — …que eu quero te provar de novo.

Nathan engoliu em seco.

— Provar?

A mão de Cael subiu pelo peito dele com uma lentidão quase reverente, tocando a clavícula, a curva do pescoço, depois o maxilar — como se estivesse mapeando o caminho com a ponta dos dedos.

— Seu cheiro está tão forte hoje… — confessou, a voz baixa, embriagada, quase trêmula. — Do tipo que deixa meu corpo inquieto. E se eu chegar perto o suficiente… se eu tocar do jeito certo… eu vou querer mais do que deveria.

Nathan respirou fundo, sentindo o coração acelerar.

— Cael…

— Não se preocupe — murmurou ele, deslizando o dedo pela linha dos lábios de Nathan. — Eu ainda posso me controlar… Por enquanto.

 

—–

 

Seus lábios colidiram com os de Cael num beijo feroz, faminto. Um gemido rouco escapou da garganta de Cael enquanto seu corpo se arqueava, rendido à dança febril que suas bocas travavam.

“Não… não posso controlar minha voz. Só um toque e já estou gemendo como um filhote necessitado. O que ele faz comigo? Por que só ele consegue me deixar assim… tão exposto, tão… fraco?”

Nathan estava diferente naquela noite. Não era só o cheiro de suor e desejo que exalava dele — era a forma como seus olhos escureciam a cada gemido de Cael, como se cada som arrancado do íncubo fosse uma vitória.

As mãos de Nathan exploraram seu torso, subindo pela lateral até erguer a blusa de Cael, revelando os mamilos marcados por piercings metálicos.

Nathan provocou os piercings com os dedos, arrancando de Cael um suspiro agudo e trêmulo.

Seus lábios então desceram pelo pescoço do íncubo, saboreando o gosto salgado da pele aquecida. Beijou um caminho até seu peito, a língua deslizando lentamente sobre os piercings. Cael gemeu de novo, os dedos enterrando-se nos cabelos de Nathan.

Suas mãos deslizaram pela calça de Nathan, sentindo a ereção através do tecido.

— Olha só o que temos aqui… — Cael murmurou, a voz baixa e rouca. Abaixou o zíper, roçando os dedos sobre a roupa íntima antes de agarrar a barra e puxar para baixo, com os dedos trêmulos

Nathan estava tão excitado que a ponta já brilhava com um fio de pré-gozo, como se estivesse ansioso demais para esperar. Cael mordeu o lábio inferior, imaginando como seria sentir aquele calor dentro de si — e como Nathan ficaria ainda mais fofo quando perdesse o controle.

“Porra… ele já está enorme. Só de pensar em como isso vai me esticar, já sinto meu corpo tremer… E ele nem começou ainda… Vou enlouquecer antes mesmo de sentir tudo.”

O membro de Nathan saltou para fora, livre, e Cael o provocou com um toque suave, arrancando um arfar do humano.

Com um movimento ágil, Cael despiu a parte de baixo de sua roupa, apoiando-se no balcão da cozinha. Sua respiração era curta, quase irregular, enquanto o corpo ainda tremia. A pele alva brilhava com uma fina camada de suor. Ele encarou Nathan com os olhos semicerrados, um sorriso torto brincando nos lábios.

Cael abriu ligeiramente as pernas, revelando a entrada úmida e pulsante, um convite impossível de ignorar.

“Minha mente está em branco. Só consigo pensar em como ele vai me preencher… E se eu gozar só de sentir ele encostar? Não… não, isso seria patético. Mas… mas eu quero. Quero sentir ele me destruindo.”

— O que está esperando? — A voz saiu baixa, carregada de desejo, como um ronronar que percorreu a espinha de Nathan como eletricidade.

Os olhos de Nathan escureceram. Seu corpo inteiro respondeu ao chamado. Os ombros se retesaram enquanto se aproximava, devagar, os dedos roçando a pele firme do quadril de Cael. O toque pareceu acender uma faísca em ambos.

A ponta de Nathan roçou entre as pernas de Cael, pressionando a umidade.

— Se não for entrar logo, eu vou ter que te mostrar como se faz—Ah—

Ao empurrar para dentro, ambos gemeram, a sensação intensa demais para ser contida. O interior de Cael era quente, apertado.

“Ah… ah, é tão bom. Tão… tão grande. Eu gozei de novo… só por ele colocar dentro. Não, não, não… não posso gozar ainda. Mas… mas é tão bom. Não consigo… não consigo parar.”

Nathan estava incrível quando perdia o controle. Os músculos dos braços tensionados, os lábios entreabertos, os olhos semicerrados como se estivesse lutando para não se entregar de vez.

— Você é… incrível — murmurou, a voz embargada pela necessidade de se controlar.

As unhas de Cael cravaram nas costas de Nathan, sua respiração se tornou ofegante.

— Isso… — implorou, os quadris se movendo em um incentivo sútil, faminto. — Não pare, Nathan… eu quero você.

Nathan não hesitou mais. Começou a se mover, devagar no início, como se quisesse explorar cada reação, cada suspiro. Mas os gemidos de Cael tornaram-se mais urgentes, mais famintos, e o ritmo de Nathan acompanhou, os quadris batendo contra o corpo do íncubo com uma intensidade crescente.

“Cada vez que ele bate fundo, sinto como se fosse a primeira vez. Não quero que isso acabe. Nunca.”

Nathan estava transfigurado. O suor escorria pelo peito, os cabelos colados na testa, e cada movimento era uma mistura de força e carinho. Cael podia ver o esforço no rosto dele — a luta para não gozar logo, para prolongar aquele momento. E isso só o deixava mais excitado.

A cada movimento, Cael arfava, como se Nathan tivesse descoberto um ponto novo, algo que o fazia enlouquecer. Não havia pressa, não havia ansiedade — apenas a entrega total, como se cada empurrão fosse uma revelação.

A cozinha encheu-se dos sons da entrega — os suspiros carregados de Cael, os grunhidos roucos de Nathan, o som molhado de seus corpos se encontrando sem trégua. O ar estava pesado com o cheiro da excitação, e o aroma inebriante de Cael parecia envolver Nathan por completo, mergulhando-o mais fundo na necessidade.

A cabeça de Cael tombou para trás, os traços delicados contorcendo-se de prazer.

— Sim… sim… — repetia, quase cantando, a voz embriagada. — Assim mesmo… não pare…

As mãos de Nathan deixaram o balcão e se firmaram nos quadris de Cael, segurando-o com força, aprofundando cada investida. Cael ergueu uma perna, envolvendo Nathan, puxando-o mais fundo.

O calor dentro de Nathan crescia, uma pressão avassaladora aumentando a cada estocada. Seus olhos se prenderam nos de Cael, e por um instante, o mundo ao redor deixou de existir.

— Cael… — arfou, a voz trêmula entre a admiração e o desespero. — Eu… eu vou…

— Goze — interrompeu Cael, num sussurro rouco e carregado de desejo. — Quero sentir você… inteiro.

Foi o suficiente. Nathan gritou, o corpo estremecendo ao gozar profundamente dentro de Cael. O íncubo sorriu, os olhos fechados, o prazer estampado no rosto enquanto sentia a liberação quente preenchê-lo por dentro.

Mas ele ainda não tinha terminado.

“Gozei de novo… Só de sentir ele dentro de mim, só de ouvir ele gritar meu nome… Não consigo me cansar disso… Nunca.”

As mãos de Cael subiram até o rosto de Nathan, puxando-o para um beijo intenso, ardente, enquanto seus quadris ainda se moviam, sugando até a última gota de prazer. Quando finalmente se afastaram, os dois estavam ofegantes, as testas encostadas, os corpos colados em exaustão compartilhada.

— Você é… inacreditável — murmurou Nathan, os olhos ainda fechados, a voz embargada de reverência. — Nunca… senti nada assim.

Cael riu baixinho, os dedos deslizando preguiçosamente pelo peito suado de Nathan.

— E você ainda não viu tudo que eu posso fazer — provocou, com um brilho selvagem nos olhos.

O corpo de Nathan ainda tremia, o membro enterrado fundo dentro de Cael, as últimas ondas do orgasmo se desfazendo lentamente. Mas o íncubo ainda o envolvia com firmeza, os músculos internos contraindo-se em pulsações suaves, como se quisesse sugar até o último resquício de energia.

Nathan soltou um suspiro entrecortado, os olhos cerrados, perdido na sensação — e no íncubo que o mantinha preso entre os próprios dedos como se fosse dele.

— Você ainda está duro, Nathaniel — ronronou ele, a voz deslizante, carregada de uma fome cálida que parecia vibrar na pele.

Cael moveu os quadris mais uma vez, lenta e deliberadamente, e Nathan gemeu quando sentiu o pênis se contrair dentro do calor úmido e apertado que ainda o envolvia. Seu corpo permanecia hipersensível — cada mínimo atrito era uma descarga elétrica percorrendo sua espinha, acendendo terminações nervosas que já estavam à flor da pele. Sentia a pressão firme de Cael pulsar ao seu redor, mantendo-o duro, mantendo-o ali, preso naquela pequena eternidade de prazer.

Só quando Cael pareceu satisfeito por ter arrancado dele até a última gota, afastou-se devagar. Sua entrada latejava, brilhante, marcada pelo sêmen que pingava em filetes lentos.

Nathan mal teve tempo de recuperar o fôlego. Encostado ao balcão, o peito subindo e descendo em arfadas descompassadas, viu Cael se ajoelhar entre suas pernas com uma tranquilidade predatória. As mãos de Nathan tentaram alcançar seu rosto — talvez instinto, talvez carinho —, mas Cael segurou seu pulso com suavidade firme, afastando-o.

“Ahh… O cheiro dele é tão bom… eu quero saborear isso devagar. Quero sentir cada tremor, cada gemido que ele não consegue segurar.”

— Cael… — murmurou ele, a voz rouca, os pulmões buscando ar. — O que você está fazendo?

O sorriso que curvou a boca de Cael tinha a suavidade enganosa de um veneno doce. Seus olhos estavam sombrios, famintos, quando ele projetou a língua, revelando a forma bifurcada — serpentina, exótica, indecentemente hábil. Passou a ponta pelos próprios lábios, como se degustasse antecipadamente a visão do membro de Nathan, ainda rígido e manchado do prazer anterior.

— Posso? — perguntou baixo, os olhos presos nos dele.

Nathan apenas assentiu — o gesto breve, incapaz de articular qualquer palavra.

A respiração lhe escapou no instante em que os lábios de Cael tocaram a ponta do seu pênis. Havia ainda uma gota de esperma ali, e a língua bifurcada se estendeu para colhê-la. Os olhos de Cael se fecharam quando o sabor explodiu em sua língua — quente como mel derretido escorrendo pela madeira, denso, íntimo, com aquele fundo amendoado e doce que ele começava a reconhecer como algo pertencente apenas a Nathan.

“Que porra é essa?… é tão bom! Como se ele fosse feito só para mim. Não, não… isso é perigoso. Mas eu não consigo parar… Não quero!… Não consigo me afastar.”

Como se cada papila ganhasse vida — era complexo, como um vinho envelhecido que revelava camadas a cada segundo.

Primeiro, o calor espesso, como se Nathan fosse feito de fogo líquido; depois, uma doçura madura, quase frutada, que não exigia atenção — ela se insinuava, se enroscava em seus sentidos. Por fim, um toque terroso, especiarias escuras que se misturavam ao amendoado numa combinação que lhe incendiava a garganta.

Sua língua se enroscou instintivamente, colhendo cada resquício, como se temesse perder a menor nuance daquele gosto.

O calor de sua respiração arrepiou a pele sensível de Nathan. Cael voltou a estender a língua — lenta, certeira — e ao captar outra gota, sentiu o sabor se espalhar não apenas pela boca, mas pelo corpo inteiro, como se a própria essência de Nathan fosse um elixir que o permeava de dentro para fora. A doçura prendia-se em seus dentes; o calor infiltrava-se no fundo da língua; até sua garganta parecia vibrar, marcada pelo gosto.

Nathan só conseguia assistir, o coração acelerado, os músculos tensos, enquanto Cael fechava a boca ao redor da cabeça sensível. Os lábios eram suaves, quentes, e a língua — habilidosa, maleável — o envolvia com movimentos lentos, calculados, sempre com o olhar preso no dele. A cada giro daquela língua, Cael descobria algo novo: uma variação de textura, um calor diferente, uma nota doce que surgia onde não deveria.

“Ele está tão sensível… tão perto. Eu poderia fazê-lo gozar agora, mas não. Não ainda.”

— Cael… você é… bom demais… — engasgou Nathan, os dedos mergulhando nos cabelos de lavanda numa tentativa desesperada de se ancorar em algo.

O íncubo cantarolou baixo em resposta, e a vibração percorreu o pênis de Nathan como um choque, disparando pela espinha. Cael podia sentir como o sabor parecia ganhar força a cada segundo — seu próprio corpo reagia, como se aquela complexidade quente, doce e terrosa o puxasse para mais fundo.

Ele não queria apenas provar.

Queria devorar.

Aprofundou com precisão cruelmente controlada, a língua girando em torno do eixo antes de deslizá-lo mais fundo. Os quadris de Nathan se retesaram quando os lábios de Cael alcançaram a base, e a garganta quente se abriu para recebê-lo por completo. A fome reacendeu — visceral, primitiva, aquela necessidade que só Nathan despertava.

A tensão no corpo de Nathan subia, prestes a romper.

— Cael, eu… eu vou…

Mas Cael recuou no último instante, os lábios se afastando com um estalo úmido, suave demais para ser gentil.

Ele sentiu o gosto de Nathan pairar no ar — mais intenso, mais denso, como se o desejo prestes a explodir se condensasse entre eles. Era quase doloroso recuar.

— Não tão rápido — murmurou, a voz tão rouca que parecia saída de dentro daquele sabor.

Passou a língua pelos lábios, como se quisesse recolher o que restou. Os olhos escureceram, tomados pela fome.

Ergueu-se com a mesma fluidez perigosa de um felino satisfeito consigo mesmo. Cada movimento era intencional, uma promessa silenciosa. Inclinou-se sobre o balcão, o quadril empinado num convite mudo. As mãos se estenderam para trás, abrindo-se para o olhar faminto de Nathan. O cabelo cor de lavanda desceu pelas costas como um véu sedoso, criando um contraste hipnótico com a pele úmida de suor e com o tremor residual que percorria seu próprio corpo.

Aninhado entre as nádegas pálidas e perfeitamente moldadas, um plug anal em formato de coração — uma joia roxa — reluzia com elegância. Logo abaixo, a pequena joia presa ao seu clitóris cintilava na penumbra, e, de um jeito quase provocativo, as duas pareciam um conjunto.

Nathan arregalou levemente os olhos ao notar o conjunto — só agora realmente vendo. Cael percebeu a reação e deixou escapar um sorriso enviesado, carregado de malícia contida.

— É adorável você não ter notado antes — murmurou, com um tom suave. — Mesmo quando me segurou daquela forma.

A lembrança de momentos antes — Nathan o erguendo pelos quadris, prendendo-o contra si durante o sexo — passou como um sopro quente entre os dois, reacendendo o calor.

— Eu quero que você me foda — disse Cael, as palavras simples, diretas e absolutamente devastadoras. — Aqui.

O ar da cozinha parecia pulsar — denso com o cheiro de sexo, calor e a energia que só eles dois criavam.

E Nathan, por um instante, esqueceu completamente como se respirava.

— Cael… — A voz de Nathan saiu rouca, as mãos trêmulas ao tocarem a pele lisa e fria das costas do íncubo, exposta sob a luz branda da cozinha. — Tem certeza?

Cael virou levemente a cabeça, os olhos escuros encontrando os de Nathan com uma intensidade crua. Havia fome ali — uma necessidade urgente e incontida que fez o coração de Nathan disparar.

— Sim, Nathan — sussurrou ele, com a voz baixa e aveludada. — Eu quero sentir você… de todas as formas que eu puder.

Nathan estendeu a mão, os dedos pairando sobre a viscosidade que cobria sua pele e brilhava ao redor da base escura do plugue. Ele já estava preparado… havia pensado nisso e planejado antes mesmo de saírem.

O peito de Nathan se apertou ao perceber a fragilidade por trás daqueles olhos. Cael estava com medo — não do ato em si, mas de se entregar por completo, de ser visto em sua totalidade. Mas Nathan não deixaria que esse medo os separasse. Não agora.

Com cuidado, seus dedos encontraram a base fria do plugue. Aplicou uma pressão suave, retirando-o lentamente. Os músculos de Cael se contraíram instintivamente, como se relutassem em deixar a intrusão escapar. O plugue se soltou com um som úmido e suave, e Nathan o descartou sobre a bancada.

“Ah… ah, porra. Só de sentir isso sair é um alivio… Eu deveria ter mais controle. Mas não tenho. Não com ele.”

A entrada exposta tremia, aberta e brilhando com o lubrificante que Cael havia aplicado com tanta generosidade.

Aproximou-se por trás, as mãos firmes nos quadris de Cael, guiando-o suavemente. O corpo do íncubo irradiava calor; seus músculos tremiam, entre expectativa e tensão.

— Se for demais, me diga. — Murmurou Nathan, a voz baixa, mas segura.

Cael assentiu com um aceno breve, e sua respiração ficou suspensa quando Nathan começou a pressionar-se contra ele. A entrada de Cael o envolveu com um calor quase sufocante — apertado, quente, como se o puxasse para dentro. Nathan gemeu baixinho, os dedos afundando nos quadris de Cael enquanto se enterrava mais fundo, controlando o impulso de ir rápido demais.

— Porra… — ofegou Cael, a voz trêmula de prazer.

“Ele está tão fundo… tão quente. Porra, eu vou gozar só de sentir isso. Não, não, não… não tão rápido. Mas é tão bom…”

Nathan ficou imóvel, mergulhado profundamente, permitindo que ambos se acostumassem à sensação avassaladora. Ele podia sentir cada contração dos músculos internos de Cael ao seu redor, um vício quente e aveludado, como se fosse feito para ele.

Começou a se mover, um ritmo lento e profundo que era, de alguma forma, mais íntimo do que qualquer coisa que tivessem compartilhado antes. Cada recuo era uma doce agonia; cada investida, um retorno para casa.

“Estou mais sensível do que o normal… talvez porque ninguém me toca ali faz um tempo”

Cada estocada enviava ondas de prazer através dos dois. Cael arqueava-se contra ele, seus gemidos ecoando pela cozinha abafada. O som da pele contra pele se misturava às respirações ofegantes e suspiros quebrados. Nathan sentia a pressão crescendo dentro de si, mas se forçava a conter-se — queria saborear cada segundo, queria levar Cael com ele até o fim.

“Ele está me fodendo como se eu fosse dele. E eu estou deixando. Eu estou deixando porque não consigo resistir. Porque, quando ele me toca assim, eu me sinto… completo. E isso é perigoso. Isso é terrível. Mas eu não quero que pare.”

— Você é tão bom… — gemeu Nathan, a voz embargada pelo esforço. — Cael, você é… incrível.

A respiração de Cael falhou, e seu corpo estremeceu.

“Ele está falando sério,” pensou com um aperto no peito. “Ele realmente acredita nisso…” Não era algo que Cael estava acostumado a ouvir — e aquilo o desarmava de um jeito que doía.

Nathan se movia com mais força agora, os quadris golpeando com precisão. Cael se arqueava contra ele, a testa encostada no balcão enquanto tentava se manter de pé, cada impulso o empurrando mais fundo no abismo do prazer.

Lágrimas de êxtase brotaram em seus olhos. Ele estava sendo desfeito, e era glorioso.

— Nathan… — arfou, com a voz embargada. — Eu… estou perto…

As mãos de Nathan deslizaram dos quadris para os ombros, puxando-o suavemente para trás, pressionando o corpo de Cael contra o seu. O calor que os envolvia parecia vir de dentro — bruto, visceral.

— Quero te preencher — sussurrou Nathan, a voz rouca de desejo. — Cael… eu posso gozar dentro de você?

Cael riu, estendeu a cabeça para trás e puxou Nathan pela nuca, aproximando-o. Seu sussurro foi quente contra os lábios dele:

— Quando foi que eu te impedi? Goze o quanto quiser. O mais fundo que quiser… sempre… dentro de mim.

Estendeu a língua, lambendo o lábio inferior de Nathan. O beijo que se seguiu foi urgente, profundo, enquanto Nathan se jogava para frente, atingindo o fundo. Agora, colado à bunda de Cael, o mais fundo que podia, movia os quadris apenas o suficiente para prolongar o prazer.

“Eu quero sentir você dentro de mim por dias. Quero que, toda vez que eu me mover, eu me lembre de você.”

O corpo de Cael tremeu quando atingiu o clímax, o gemido preso na garganta enquanto a liberação o invadia em ondas devastadoras. A intensa constrição foi a ruína de Nathan. Com um rugido gutural, penetrou fundo uma última vez e se manteve ali, o mais fundo que pôde.

Veio logo em seguida, um calor espesso preenchendo Cael, fazendo ambos ofegarem sob a intensidade do momento. Nathan estremeceu com os tremores posteriores, seus quadris dando pequenos solavancos involuntários, bombeando cada gota para dentro do corpo receptivo do íncubo.

Ele desabou para a frente, exausto, seu peso pressionando Cael contra o balcão, o rosto enterrado na nuca do íncubo, seu pênis ainda aninhado profundamente dentro dele. Mesmo depois de gozar, continuavam se beijando, a língua longa de Cael encontrando a de Nathan com facilidade, apesar da distância.

Ficaram assim por instantes — ofegantes, os corpos colados, os músculos ainda tensos, a cozinha mergulhada no cheiro de suor, sexo e algo mais denso.

Ao se separarem, Nathan roçou o nariz na nuca de Cael, tirando o cabelo dele do caminho e depositando um beijo suave ali.

— E então… como foi? — A voz de Cael veio baixa, arrastada, com um tom de provocação embutido. — Foder cada buraco desse íncubo depravado?

Provavelmente era essa ideia que o fazia sentir as leves pulsações internas de seu próprio sêmen sendo expelido, como se ele não tivesse parado de gozar até aquele momento.

“Ele não para de gozar… Não para de me encher. E eu não quero que pare. Quero sentir isso escorrendo de mim por horas.”

Nathan abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. A mente ainda lutava para escapar da névoa densa que Cael deixara para trás — uma mistura embriagante de luxúria, vertigem e exaustão satisfeita.

Cael soltou uma risadinha — baixa, encantadora e cruel na medida certa — antes de empinar levemente o quadril, apenas o suficiente para arrancar de Nathan um gemido surpreso. Sentiu o membro do outro deslizar para fora, sensível, ainda úmido, num movimento quase imperceptível. Um som abafado e morno os envolveu por um instante.

— Ainda sinto você dentro de mim… — sussurrou Cael, estendendo a mão para trás. Seus dedos traçaram a entrada inchada e bem usada, pressionando levemente. Um fio de sêmen escapou, escorrendo para baixo, encontrando a outra entrada, igualmente recheada por Nathan momentos antes.

Nathan engoliu em seco, os dedos se fechando instintivamente na cintura de Cael — um gesto mais protetor que possessivo.

Fechou os olhos. Precisava respirar. Cada centímetro do seu corpo pulsava com a lembrança do que acabara de acontecer. Era gratificante. E ao mesmo tempo… aterrador.

Uma ponta de incerteza brotou, silenciosa. Nunca estivera com alguém como Cael. Tão visceral, tão imprevisível… tão exigente. Aquilo era eletrizante. E também um pouco assustador.

— Cael… — Sua voz saiu baixa, hesitante. — Você está bem?

Cael virou o rosto por sobre o ombro, procurando os olhos dele. Havia algo naquele olhar — uma vulnerabilidade crua — que fez Nathan perder o fôlego por um segundo.

— Eu… acho que sim — respondeu, quase num sussurro, os dedos ainda brincando nos fios úmidos da nuca de Nathan. — Quer dizer… nunca me senti assim antes. Foi… bom. De verdade.

Nathan ergueu a mão, afastando delicadamente o cabelo lavanda que grudava nas costas de Cael, só para deixar um beijo calmo sobre sua pele quente.

— Me deixa estar aqui com você — murmurou, com uma ternura que fez o peito de Cael se apertar.

A respiração dele falhou. O coração acelerou no mesmo instante.

“Ele está falando sério…”, pensou, o pensamento quase sussurrado dentro de si. “Ele realmente está falando sério.”

Nathan se inclinou, roçando os lábios nos de Cael com um beijo suave, hesitante.

— Cael…

Os olhos do íncubo se fecharam devagar enquanto retribuía o gesto, os batimentos ainda irregulares.

O silêncio se estendeu por um instante — denso, íntimo. Até que, num rompante quase inconsciente, Cael quebrou o clima com uma risada breve, escapando pelos lábios ainda entreabertos.

“Eu não quero que isso acabe. Não quero que ele pare de me tocar. Mas se a gente for para o quarto… ele vai me destruir a noite toda… Eu quero isso, quero isso mais do que tudo!”

— A gente devia ir pra cama… — disse, sem cerimônia, um brilho provocativo nos olhos. — Não que eu não tenha adorado aqui, mas… acho que merecemos um lugar onde eu possa te mostrar o que mais posso fazer.

Comentários no capítulo "Capítulo 6"

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

Capítulo 6
Fonts
Text size
AA
Background

Doce Inanição

2K Views 0 Subscribers

Nathan jamais esperou encontrar o amor na forma de um íncubo. Muito menos descobrir que ele tinha um lado doce, um senso de humor duvidoso e uma tendência incorrigível a usar lingerie como forma...

Chapters

  • Vol 1
      • Capa
        Capítulo 18 Uma Tarde Na Praia
      • Capa
        Capítulo 17 Pais, esse é Meu Namorado Incubus
      • Capa
        Capítulo 16 De Onde Vim, Afinal
      • Capa
        Capítulo 15 O Presente Perfeito Para o Aniversariante
      • Capa
        Capítulo 14 Sim, Eu Sou o Namorado Dele
      • Capa
        Capítulo 13 Você Sobreviveu. Agora Vai Viver
      • Capa
        Capítulo 12 O Amor Dito Pela Primeira Vez
      • Capa
        Capítulo 11 Eu Quis Te Esquecer, Mas Só Soube Te Procurar
      • Capa
        Capítulo 10 A Primeira Vez Que Você Foi Amado
      • Capa
        Capítulo 9 Manual Paranormal de Como Reagir a um Incubus
      • Capa
        Capítulo 8 Memórias que Não Dormem
      • Capa
        Capítulo 7 Entre o Pecado e a Paz
      • Capa
        Capítulo 6 Dias de Fome, Noites de Amor
      • Capa
        Capítulo 5 Como Seduzir e Motivar um Universitário em 3 Passos
      • Capa
        Capítulo 4 Uma Versão Peluda do Meu Criador
      • Capa
        Capítulo 3 Onde Moram as Fomes Antigas
      • Capa
        Capítulo 2 Um Íncubo no Meu Sofá
      • Capa
        Capítulo 1 Me Deixe Provar um Pouco

Login

Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Assinar

Registre-Se Para Este Site.

De registo em | Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Perdeu sua senha?

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha via e-mail.

← VoltarBL Novels