Capítulo 10: Um homem jovem

Quando finalmente estava prestes a avançar, uma grande explosão foi ouvida de repente. Hei Gan disse do lado de fora da carruagem:

— Senhor, a carruagem de sua esposa está quebrada.

Hei Xuanyi não disse nada.

Hei Gan iniciou a viagem e conduziu até a mansão de Hei.

Wu Ruo disse com frieza nos olhos:

— Hei Xuanyi, você pode me emprestar dois servos cadáveres?

Na vida passada, assim que Hei Xuanyi arrumou quatro servos para ele, ele gritou porque não gostava deles. E Hei Gan ficou tão indignado que levou os servos cadáveres.

Os servos cadáveres eram feitos de pessoas que haviam acabado de morrer. Geralmente, eram chamados de mortos-vivos. Os servos cadáveres costumavam ser leais à pessoa que os manipulava. Havia três níveis deles: baixo, médio e alto.

Os servos cadáveres de baixo nível tinham apenas um espírito e uma alma. Por isso, falavam e se moviam devagar e seguiam estritamente as ordens. Não podiam fazer nada complicado.

Geralmente, eram ajudados com o consentimento de seu mestre. Os servos cadáveres de nível médio tinham três almas e sete espíritos inteiros. Pareciam basicamente normais, exceto que seus rostos estavam pálidos e sem sangue.

Os servos cadáveres de nível alto se pareciam com os de nível médio. Mas eram mais arrogantes porque eram mais capazes. Só seguiam ordens de seu mestre.

Hei Xuanyi apertou os olhos.

Como ele sabia que ele tinha servos cadáveres?

O cabelo de Wu Ruo se arrepiou enquanto o olhava fixamente. De repente, se lembrou de que soubera sobre os servos cadáveres seis meses depois de se casar com ele. Naquele momento, ele não deveria saber disso, embora tivesse visto alguns servos que se moviam lentamente na casa.

Hei Xuanyi olhou para o lado e continuou empurrando sua barriga com a ponta dos dedos, o que significava que ele havia aceitado.

Wu Ruo se sentiu aliviado porque sabia que Hei Xuanyi não perguntaria por que ele sabia sobre os servos cadáveres.

Então a carruagem parou.

— Mestre, chegamos — disse Hei Gan.

Wu Ruo lutou para sair da carruagem com a ajuda dos servos cadáveres.

— Minha senhora, um homem jovem quer conhecê-la e tem esperado por um tempo — disse o mordomo, Hei Xin.

— Um homem jovem?

Wu Ruo tentou adivinhar quem seria, mas não conseguiu pensar em nenhum nome. Na vida passada, ninguém estava esperando por ele. Na verdade, ele desmaiou no mesmo dia e não tinha ideia se alguém queria conhecê-lo.

Wu Ruo entrou no corredor e viu um homem jovem sentado na cadeira.

O jovem tinha aparência comum e se levantou quando viu Wu Ruo.

— Wu Ruo?

— Sim. Você é…? — Wu Ruo tinha certeza de que nunca tinha visto aquele homem antes.

— Seu avô me pediu para lhe enviar um presente de casamento.

— Meu avô?

Wu Ruo franziu a testa, pois sua mãe lhe disse uma vez que seu avô a expulse de sua família porque ela se casou com alguém que ele não gostava. E a sua mãe foi proibida de voltar para sua família original.

Depois que seu avô deu à sua mãe carruagens de dote, nunca mais falou com ela. Por isso, nunca tinha visto seu avô nem sabia quem ele era. Mas ele sabia que sua mãe escrevia cartas para sua família original todos os meses, mas nunca recebia resposta.

— Sim — O jovem olhou Wu Ruo de cima a baixo e depois para Hei Xuanyi atrás dele. Ele tirou a bolsa vermelha das costas e entregou a Wu Ruo. — Em nome de seu avô, desejo a você e ao seu marido um casamento feliz e uma vida longa juntos.

Wu Ruo hesitou por um momento antes de pegar a bolsa.

— Obrigado.

— Se me desculpar.

O jovem se foi imediatamente.

Wu Ruo o deteve de imediato.

— Está ficando tarde. Por que não fica esta noite?

O jovem foi embora de qualquer forma, sem dar uma resposta.

— Que homem estranho!

Wu Ruo abriu a bolsa e viu uma caixa vermelha. Ao ver a palavra “Sacrifício” na caixa, com a qual estava familiarizado, quase deixou cair a caixa.