Capítulo 128: Rever Numu
Wu Ruo se sentia um tolo por ter sido tão idiota em sua vida passada. Como pôde não saber usar uma habilidade tão incrível que absorvia o poder espiritual dos outros? Levou oito longos anos para alcançar finalmente o quinto nível de poder, e graças ao Elixir Tônico Espiritual de Jixi, lutou muito para subir ao sexto nível.
Se nesta vida pudesse absorver o poder dos outros novamente, isso significava que poderia progredir mais fácil e rapidamente? Não era de se admirar que sua mãe tivesse dito certa vez que sua ascensão dependeria dos outros.
No entanto, ele não podia absorver o poder da Família Hei para se promover. Eles eram sua família.
Naquele momento, uma luz dourada brilhou no céu.
Jixi, olhando para o alto, comentou:
— Seu homem é realmente incrível por conseguir formar uma barreira tão poderosa em tão pouco tempo.
— Está com medo daquele demônio? — perguntou Wu Ruo, evidentemente orgulhoso de seu companheiro.
— Medo dele? Eu só…
Jixi bufou.
— Só o quê?
— Perdi algo importante — disse Jixi. — E não sei como explicar.
Wu Ruo permaneceu em silêncio.
— Ah! — gritou Eggie, brincando à distância.
Wu Ruo olhou para verificar. Viu os cinco esqueletos sendo despedaçados.
Eggie correu com uma expressão triste:
— Papai, ninguém quer brincar comigo.
— Vamos sair — disse Wu Ruo, pegando o filho nos braços.
— Oba!
Jixi foi para seu quarto meditar, já que estavam prestes a sair.
Enquanto Wu Ruo e Eggie caminhavam em direção ao pátio da frente, encontraram Wu Qianqing, que acabava de voltar da mansão do general Ren.
— Pai, como está indo a questão com o general Ren? — perguntou Wu Ruo.
Wu Qianqing suspirou:
— Nada de novo. Aqueles assassinos surgiram do nada e morreram de repente. O general Ren está ocupado com o funeral da esposa dele agora. Então voltei. Mas o general Ren disse que não preciso ir mais lá ajudá-los a resolver o caso. Talvez também tenham percebido que é difícil descobrir o verdadeiro assassino.
Não seria fácil localizar o verdadeiro culpado se ele fosse Wu Chenzi.
— Nesse caso, é provável que eles não desconfiem de você nem tenham suspeitas sobre a Família Wu — disse Wu Ruo.
Era o mesmo pensamento que Wu Qianqing tinha.
— Vai sair? — perguntou Wu Qianqing, ao ver Wu Ruo e Eggie se dirigindo para fora.
— Sim. Vou levar o Eggie para passear — Wu Ruo assentiu.
— Leve mais guardas.
— Eu vou.
Wu Ruo pediu ao porteiro que enviasse uma mensagem para Hei Xuanyi e saiu com seis guardas.
Comprou alguns brinquedos para Eggie, foi até a farmácia vender os elixires que havia preparado nos últimos dias e também comprou algumas ervas por lá.
— Ruo.
Enquanto aguardava as ervas, Wu Ruo ouviu alguém chamando. Virou-se e viu Wu Yu se aproximando com um sorriso no rosto.
— É realmente você.
Os olhos de Wu Ruo se tornaram vigilantes, mas ele forçou um sorriso:
— Que coincidência! Está aqui para comprar remédios?
Ora essa… como Wu Yu tinha coragem de se aproximar dele antes mesmo de se desculpar?
Wu Yu sorriu:
— Sim. O Festival dos Quatro Clãs está chegando. Preciso reunir mais ervas para a ocasião.
— Festival dos Quatro Clãs? — Wu Ruo tinha ouvido falar disso quando estava na Capital Imperial em sua vida passada, mas sempre estava fora da cidade durante os festivais. Por isso, nunca havia participado de um único deles.
Wu Yu ficou surpreso:
— Você não conhece esse festival? Todo mundo que vem pra cá acaba sabendo, já que ele acontece a cada três meses.
— Já ouvi falar, mas não sei ao certo do que se trata.
Wu Yu explicou:
— A data do Festival dos Quatro Clãs é escolhida pelo Mestre do Estado, Wu Chenzi, que prevê um dia de sorte. A cada três meses, o Mestre do Estado, junto aos cultivadores imperiais, abre três portais que conectam ao clã dos monstros, dos demônios e dos fantasmas. Aí podemos viajar até eles para comprar o que precisamos. Em troca, os povos desses clãs podem atravessar para o nosso mundo e fazer um tour. Basicamente, é um dia de celebração entre os cultivadores. Todos os plebeus da capital ficam em casa, para evitar cruzar com os cultivadores.
— Se os outros clãs estarão abertos para comércio, por que está comprando ervas agora? — perguntou Wu Ruo.
— Vai que acontece alguma coisa. Ouvi dizer que cultivadores já saíram feridos desses clãs.
O que Wu Yu disse fez Wu Ruo se lembrar de algo.
— Ruo, em que está pensando? — perguntou Wu Yu, ao notar que Wu Ruo ficou em silêncio.
— Estou pensando se preciso comprar algum medicamento, já que estou interessado em visitar outros clãs — disse Wu Ruo distraidamente.
— É exatamente por isso que estou comprando tantas ervas. Pena que já recebi uma missão. Caso contrário, poderia ir com você.
— Sou apenas um plebeu. Se você fosse comigo, eu só atrapalharia — Wu Ruo ironizou.
Wu Yu ficou desconfortável e fez uma expressão de culpa:
— Ruo, me desculpe. Sinto muito pelo que te fiz no passado. Espero que possa me perdoar.
— Não mencione o que passou. Devemos olhar para o futuro.
Wu Ruo sorriu tão gentilmente que a mente de Wu Yu ficou em branco. Por isso, não percebeu que Wu Ruo estava falando com duplo sentido.
— Ruo, você mudou muito. No banquete de aniversário do primeiro-ministro, eu nem acreditei que era você, até o bisavô te apresentar.
— Sério? — Wu Ruo disse, quando o comerciante terminou de embalar as ervas. — Irmão, se me dá licença, preciso ir agora. Ah, meu irmão mais velho está na Capital Imperial em treinamento. Você o viu?
Wu Yu se surpreendeu, com um olhar estranho:
— Ele também está na capital? Não fazia ideia. Se soubesse, teria tentado convencê-lo a treinar comigo.
— Se algum dia o encontrar, diga a ele que também estamos na capital — disse Wu Ruo, pegando as ervas e carregando Eggie. — Com licença.
Assim que partiu, Wu Yu perdeu o sorriso, caminhou até o balcão e colocou algumas moedas de prata sobre ele:
— O que o jovem fez aqui?
O comerciante recolheu as moedas e respondeu:
— Veio vender elixires tônicos espirituais e comprar mais ingredientes para fazer mais elixires.
— Só isso? — Wu Yu franziu o cenho.
— Sim.
Wu Ruo também perdeu o sorriso assim que desceu as escadas. Pela conversa com Wu Yu, ele tinha quase certeza de que Wu Zhu o havia encontrado uma vez. Wu Yu devia ter algo a ver com o desaparecimento de Wu Zhu. Se seu poder fosse maior que o de Wu Yu, já teria usado a Manipulação Espiritual para forçá-lo a revelar o paradeiro do irmão.
Ao sair da loja, um guarda se adiantou para carregar as ervas.
— Eggie, quer ir pra casa ou brincar mais um pouco? — perguntou Wu Ruo.
— Brincar mais! — respondeu Eggie, animado.
Wu Ruo sorriu.
Então, um homem riu atrás deles:
— Garoto, você continua o mesmo.
Wu Ruo reconheceu a voz. Virou-se e viu um homem de meia-idade sorrindo para ele na entrada da loja. Seus olhos brilharam e ele sorriu largamente:
— Mestre!
— Mestre, é mesmo você? — avançou até ele.
Numu riu alto:
— Sou eu. Também não esperava te encontrar aqui. Nem te reconheci quando te vi dentro da loja. Mas quando vi você com Eggie nos braços…
Ele examinou Wu Ruo de cima a baixo, agarrando seu braço:
— Eu disse que você era um homem de beleza incomparável. Olhe só como está bonito. As pessoas ao redor ficam encantadas com você.
E era verdade — todos os clientes da loja olharam para Wu Ruo quando ele desceu as escadas.
Wu Ruo ficou muito feliz e surpreso por ver Numu:
— O que está fazendo aqui?
— É uma longa história. Devemos achar um lugar para sentar, e aí eu te conto — disse Numu, com um leve sorriso.
— Acabou de chegar à capital? Tem onde ficar? Se não tiver, pode ficar conosco. O que acha? — disse Wu Ruo.
— Sim, acabamos de chegar e ainda não encontramos um lugar. Mas estou com muita gente. Tem quartos o bastante para todos? — Numu foi direto.
Com tanta gente junta, era provável que chamassem atenção. Caso contrário, ele não pediria ajuda.
— Quantos são?
— Cento e doze.
— Temos dois pátios desocupados, devem ser grandes o suficiente. Se necessário, alguns podem dividir quartos.
— É o suficiente — Numu respondeu, sorrindo. — Quase esqueci que seu marido é rico. A mansão dele deve ser enorme. Meu pessoal está por perto. Vou buscá-los e voltamos com você.
Ele pegou Eggie nos braços:
— Vamos montar a cavalo comigo?
Eggie ficou empolgado de novo.
Logo, Numu voltou com um grupo de homens a cavalo e seguiram com Wu Ruo até a Mansão Hei.
Ao entrarem na mansão, Wu Ruo pediu a Hei Xin que organizasse o alojamento deles e apresentou Numu aos pais.
Wu Qianqing e Guan Tong o convidaram para jantar, especialmente quando souberam que foi ele quem ensinou habilidades médicas a Wu Ruo. Agradeceram sinceramente, servindo-lhe comida pessoalmente.
Após o jantar, Numu, Wu Ruo e Hei Xuanyi finalmente puderam sentar e conversar sobre tudo que lhes aconteceu desde a última vez que se viram.
— Fiquei muito preocupado quando me disseram que a Cidade de Gaoling havia sido atacada por fantasmas. Mas, sabendo que Hei Xuanyi estava com você, fiquei aliviado — disse Numu, sorrindo. — Ele é forte o bastante para proteger todos. Mesmo assim, enviei meus homens à cidade depois. E eles me disseram que ela havia sido massacrada.
— Sim, toda a cidade — Wu Ruo assentiu.
— Felizmente você está a salvo. Vai se estabelecer aqui?
Olhando para Hei Xuanyi, Wu Ruo respondeu:
— Depende de Xuanyi. Se ele quiser voltar pra casa, eu irei com ele.
Numu olhou para os dois e sorriu feliz:
— Me alivia ver que vocês se amam.
— O que o trouxe até aqui, Mestre? — perguntou Wu Ruo, segurando a mão de Hei Xuanyi.
Numu deixou o sorriso de lado e falou com seriedade:
— A história começa entre meu clã, os Magos de Miao do sul, e o Clã dos Domadores de Cabeças do sudeste, no Camboja. Sempre vivemos separados, sem nos invadir. Mas no ano retrasado, os dois clãs brigaram por uma terra valiosa, rica em ervas preciosas, localizada entre nossas fronteiras. Ambos a reivindicaram e queriam possuí-la. Então, há alguns meses, um traidor do meu clã ajudou os Domadores de Cabeças a matar nosso povo e tomar grande parte da nossa terra natal. Esse traidor se tornou inimigo de todo o clã. Ouvi dizer que ele fugiu com os Domadores. É por isso que estamos aqui, perseguindo-o.
Wu Ruo lembrou-se do Domador de Cabeças que havia enfeitiçado Wu Weixue e seu pai. Trocou um olhar com Hei Xuanyi.
— Qual o nome do traidor?
— Fujin.
— E do Domador de Cabeças que estava com ele?
— Tudo que sei é que o nome do líder deles é Sang Lun. Não conheço os outros. Ouvi dizer que deixaram o Camboja para vingar o filho do chefe.
Numu zombou:
— Dizem que o filho foi castrado. Não sei se é verdade.
Wu Ruo se surpreendeu por terem um inimigo em comum com Numu.
— O filho do chefe se chama Ba Se?
— Sim, é ele. Você o conhece? Recebi uma carta dizendo que Ba Se deixou o Camboja e pode estar vindo para a Capital Imperial.
— Não apenas o conhecemos — disse Wu Ruo, olhando para Hei Xuanyi —, Xuanyi foi quem… “quebrou” Ba Se.
Numu ficou surpreso e caiu na risada:
— Então é verdade que ele foi castrado! O que ele fez para irritar Hei Xuanyi?
Logo imaginou a razão:
— Aposto que Ba Se tentou seduzir o Ruo e Hei Xuanyi ficou com ciúmes.
Ba Se era conhecido por cobiçar belezas de ambos os clãs. Usava maldições e encantamentos para possuir homens ou mulheres bonitos — algo repulsivo e nojento. Quebrar seu órgão ainda era pouco.
— Também destruí a terra espiritual dele — disse Hei Xuanyi. — Mas ele não sabia que fui eu.
— Você fez isso? Por que não me contou? — Wu Ruo se surpreendeu.
— Muito bem! — exclamou Numu, animado. — Se eu estivesse lá, teria matado ele. Espera… então Sang Lun e Fujin querem se vingar de você.
— É possível. Sang Lun já tentou nos atacar duas vezes. Estamos esperando encontrar seus aliados para acabar com todos.
— Por favor, me deixe levar Fujin vivo. Quero levá-lo de volta ao meu clã, para que nosso povo possa descarregar sua raiva nele.
— Faremos isso. Mas tem algo que não entendo. Se eles não sabem que foi Xuanyi quem mutilou o filho do chefe, por que querem se vingar de nós?
Numu zombou:
— Do que sei sobre os Domadores de Cabeças, eles culpam qualquer um se não conseguem achar seu verdadeiro inimigo. Não ligam para mais nada. Ruo, eles são ótimos em manipular a mente das pessoas. Tenha muito cuidado.
Wu Ruo assentiu.
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Comeback of the Abandoned Wife
Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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