Capítulo 130: Festival dos Quatro Clãs (2)
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Havia dez grandes famílias na Capital Imperial: a Família Wu, a Família Yao, a Família Shang, a Família Song, a Família Ling, a Família Wen, a Família Yan, a Família Lu, a Família Zhang e a Família Yun.
A Família Wu era a mais poderosa entre todas, e as demais estavam praticamente no mesmo nível. As famílias Yao, Shang, Song, Zhang e Wu estavam do mesmo lado. Dentro da carruagem de Wu Weixue, estavam jovens das Famílias Yao, Song, Shang e Zhang.
As cinco famílias restantes respeitavam a Família Ling como líder. A mãe do príncipe herdeiro era da Família Ling. Eles sempre implicavam com a Família Wu e as outras quatro famílias que apoiavam o segundo príncipe.
Os dois grupos vinham trocando farpas e brigando há muito tempo. A pessoa que zombara de Wu Weixue agora era Ling Zisheng, primo de Ling Mohan.
Wu Weixue não podia confrontar Ling Zisheng diretamente, pois ele era membro da família da rainha. Mesmo que seu avô fosse o primeiro-ministro, ela teve que engolir a raiva. Embora seu rosto estivesse vermelho de tanta fúria, sentou-se na carruagem fingindo que as provocações não a afetavam.
Zhitao disse a Wu Ruo:
— Senhor Wu Ruo, não dê ouvidos. Minha senhora jamais faria tal coisa.
Ela abaixou a cortina e sentou-se novamente.
Wu Weixue falou com frieza às outras quatro mulheres:
— Se não confiam em mim, ainda dá tempo de descer da carruagem.
As quatro se entreolharam, mas no fim decidiram seguir até o Clã Fantasma com Wu Weixue, por ordem de suas famílias e também por terem recebido um convite pessoal do primeiro-ministro. Era só um dia. Se fossem cuidadosas, nada de ruim aconteceria.
Wu Ruo lançou outro olhar para Ling Zisheng.
Este sorriu e entrou em sua carruagem.
Naquele momento, alguém gritou do Portão Oeste:
— O portão está abrindo!
As pessoas se agitaram e começaram a gritar:
— O portão abriu! O portão abriu!
De fato, o portão se abriu. Normalmente, do outro lado haveria uma estrada larga levando a diversos lugares. Mas agora, assim que o portão se abriu, havia uma cortina de água cintilante no meio da passagem. Era difícil enxergar através dela.
Wu Ruo segurou Eggie firmemente nos braços, temendo que se machucasse caso a carruagem fosse atingida por outra. Os outros voltaram seus olhares para Hei Xuanyi, sérios.
— O que foi? — ele perguntou, confuso.
— …
Hei Xuanyi também não fazia ideia do motivo daqueles olhares.
Numu revirou os olhos. Mesmo tendo chegado à capital há poucos dias, já entendia o que estava acontecendo. Como Hei Xuanyi podia não saber?
Hei Xuantang disse:
— Senhor Wu, senhora, em nome do meu irmão, lhes asseguro que ele é casado apenas com Wu Ruo. Não vai se casar com mais ninguém. Mesmo que quisesse, nossos pais não aprovariam. A monogamia é a regra do nosso clã. Não tem como casar de novo, a menos que o cônjuge tenha morrido.
— … — Hei Xuanyi e Wu Ruo.
O que está acontecendo? Por que estão falando em casar com outra pessoa?
Wu Qianqing e Guan Tong olharam para a criança nos braços de Wu Ruo.
— Esse meu sobrinho é mesmo uma surpresa. Mas é algo bom, não? Vocês não teriam filhos em circunstâncias normais. Agora, têm alguém que cuidará de vocês quando forem velhos — disse Hei Xuantang, olhando para Wu Qianqing com certa tristeza. — O senhor não vai rejeitar o bebê, vai?
— É justamente isso que nos preocupa — explicou Guan Tong, envergonhada. — Xuanyi é um homem notável em todos os sentidos. Faz sentido que muitas garotas se interessem por ele. Mas não queremos que Ruo acabe se machucando por causa dessas garotas.
Da última vez, Wu Ruo desmaiou por causa de Wu Weixue, o que quase os matou de susto. Nenhum médico soube explicar o motivo. Ele ficou inconsciente por dois dias. Por sorte, ainda respirava. Caso contrário, pensariam que já estava morto. Não queriam que isso se repetisse. Era assustador imaginar se ele desmaiasse de novo e nunca mais acordasse.
Numu comentou:
— Ruo é tão sensível assim? Desmaiar por causa de uma garota?
— Dias atrás, meu irmão desmaiou por causa da Wu Weixue — disse Wu Xi.
Wu Ruo suspirou. Aquilo provavelmente se tornaria a vergonha da qual ele jamais conseguiria se livrar.
— Fala alguma coisa — disse Hei Xuantang, dando um tapinha em Hei Xuanyi.
Diante de tantos olhares, Hei Xuanyi respondeu com seriedade:
— Não me casarei com mais ninguém.
Wu Ruo sorriu radiante. Quase se jogou nos braços de Hei Xuanyi para beijá-lo, mas ficou com vergonha de demonstrar tanto carinho na frente da família. No lugar disso, deu vários beijos em Eggie, que era a cara do Hei Xuanyi.
Hei Xuanyi fez cara feia e jogou Eggie no colo de Hei Xuantang.
— Pobre do meu sobrinho. Seu pai está com ciúmes. Mas não se preocupe, você ainda tem meu amor — disse Hei Xuantang, prestes a beijar Eggie.
Eggie cobriu o rosto:
— Não me beija!
Todos caíram na risada com a reação fofa da criança.
A carruagem escureceu de repente.
Antes que percebesse o que estava acontecendo, Wu Ruo foi puxado para os braços de Hei Xuanyi e beijado nos lábios.
Ao sentir o hálito familiar, não conseguiu resistir e o abraçou, sugando com força os lábios do homem. Estava tão emocionado e tenso que não conseguia se soltar. Aqueles lábios pareciam mais deliciosos do que nunca.
— O que está acontecendo? — perguntaram Guan Tong e Wu Xi.
Wu Qianqing, que já havia participado do Festival dos Quatro Clãs, as tranquilizou:
— Não se preocupem. Isso é normal na travessia do clã humano para o clã fantasma. Fica completamente escuro por quase um quarto do percurso.
— É bem assustador — disse Wu Xi, abraçando Guan Tong.
— Hnn… — Um gemido ecoou no escuro.
Soou um pouco estranho, mas ninguém comentou nada, pois não conseguiam enxergar.
Pouco depois, a carruagem voltou a se iluminar.
Wu Xi respirou fundo e olhou para Wu Ruo, cujos lábios e bochechas estavam corados:
— O que houve, Ruo? Está doente?
Todos olharam para ele.
Wu Ruo respondeu calmamente:
— É o calor.
Numu e Hei Xuantang lançaram-lhe olhares complicados. De fato, estava escuro dentro da carruagem, mas isso não significava que eles não tivessem visto Wu Ruo e Hei Xuanyi se beijando naquele momento.
Wu Ruo beliscou o braço de Hei Xuanyi, envergonhado. Aquele homem ainda o fizera gemer enquanto o beijava. Felizmente, seus pais não sabiam o que havia acontecido — do contrário, ele estaria morrendo de vergonha.
Hei Xuanyi apenas juntou as mãos, como se nada tivesse acontecido.
A carruagem finalmente parou depois de meia hora. O guarda avisou:
— Senhor, nenhuma carruagem pode prosseguir além deste ponto. Vocês terão que seguir a pé até a cidade.
— Vamos — disse Wu Qianqing.
— Mm — respondeu Numu, descendo da carruagem, seguido por Hei Xuantang, que carregava Eggie nos braços. Eggie estava animado ao ver os fantasmas voando pelo céu.
— Tio, eu também quero voar!
— Peça ao Hei Yin pra te levar — disse Hei Xuantang.
Logo, Hei Yin apareceu. Hei Xuantang entregou-lhe Eggie.
— Cuide bem dele.
— Como você quer voar? — perguntou Hei Yin.
Eggie apontou para um dos fantasmas que cruzavam os céus sobre eles.
— Assim!
— Tudo bem.
Wu Ruo saiu da carruagem e viu Hei Yin e Eggie alçarem voo juntos.
— Todos os fantasmas voam no céu? — perguntou ele.
— Você nunca esteve no clã dos fantasmas? — retrucou Hei Xuantang.
— Nunca.
Hei Xuantang explicou:
— Os fantasmas costumam voar. Só andam pelas ruas quando estão fazendo compras.
Wu Xi desceu da carruagem e comentou:
— Ficar por aqui é fácil. Eles nem precisam de cavalos ou carruagens.
— Realmente é bem prático.
Wu Xi olhou ao redor.
— Tirando o fato de estarem voando, a paisagem é mais ou menos parecida com a da Capital Imperial.
Havia montanhas, rios e árvores. O céu era azul. O chão era chão. O clã dos fantasmas já se vestia no mesmo estilo que os humanos, mas a maioria deles usava apenas roupas pretas e brancas. Além disso, seus rostos eram feios, o que tornava fácil distinguir fantasmas de humanos.
— Está certo quanto à paisagem. Mas em outros aspectos, nem tanto — disse Hei Xuantang, apontando para o portão. — Vamos.
Ao chegarem ao portão, receberam fichas de registro antes de poderem entrar na cidade.
A disposição e as construções eram parecidas com as dos humanos. A diferença era que os fantasmas gostavam de pintar colunas, portas, janelas e até pratos completamente de preto, e o restante de branco. Ossos eram a principal forma de decoração, o que dava aos visitantes humanos a sensação de que estavam indo a um funeral, não a um passeio.
Hei Yin, que voava com Eggie, desceu para pegar a ficha de registro e alcançou Hei Xuanyi.
— O que é aquilo? — perguntou Eggie, apontando para um espeto de comida semelhante ao doce humano de frutas carameladas. A diferença era que, no lugar das frutas vermelhas, havia algo preto.
— Chama-se “Espeto Fantasma”.
— Que tipo de comida é essa? — perguntou Wu Ruo.
— É coberta por essência espiritual fantasma e, por dentro, tem carcaças de animais — explicou Hei Yin.
Wu Xi e Guan Tong quase vomitaram na hora.
— O espeto fantasma é um alimento para nós, mas não para humanos. Faz mal ao corpo deles.
Eggie fez beicinho, triste por não poder comer. Mas seus olhos voltaram a brilhar quando viu pães enormes.
— Tio Hei Yin, posso comer esses pães?
— Tem sopa de sangue humano dentro — respondeu Hei Yin.
— …
Os outros ficaram em silêncio.
Eggie não fazia ideia do que era sopa de sangue humano.
— Eu quero provar só um pouquinho.
— Não pode — disse Wu Ruo, com firmeza. — Não podemos comer nada daqui.
Sentiu-se especialmente culpado ao ver o rostinho triste de Eggie.
— Mas, embora não possamos comprar comida, podemos comprar brinquedos.
Os olhos de Eggie brilharam de novo.
— Os brinquedos daqui são feitos com ossos humanos — disse Hei Yin.
— … — Wu Ruo ficou sem palavras.
Havia algo divertido naquele lugar?
Hei Xuanyi apontou para uma grande hospedaria à frente e disse aos demais:
— Ruo e eu temos um lugar onde precisamos ir. Vamos nos encontrar com vocês aqui na estalagem para almoçar.
— Estão nos abandonando pra terem um tempo sozinhos como casal? — debochou Hei Xuantang.
Numu sorriu.
— Vou aproveitar pra dar uma volta e comprar algumas coisas.
— Então nos encontramos na estalagem na hora do almoço — assentiu Wu Qianqing.
Hei Xuanyi puxou Wu Ruo por uma estrada que cruzava o caminho principal.
Wu Weixue, que os observava de longe, tomada pelo ciúmes ao vê-los de mãos dadas, sussurrou para Zhitao:
— Tente separá-los.
— Senhorita Wu, está mandando sua criada fazer algo ruim, não está? — disse um homem.
Wu Weixue se virou e viu que era Ling Zisheng. Ela respondeu com voz pesada:
— Ling Zisheng, não preciso lhe dar satisfação do que faço. E pare de me seguir. Caso contrário, terei motivos para acreditar que você quer me machucar. E, nesse caso, não me culpe se eu revidar para me proteger.
— Que engraçado. Só estou andando atrás de você. Agora me acusa de perseguição? Olhe ao redor e veja quantas pessoas estão atrás de você. Vai dizer que todos estão te seguindo? Além disso, essa é a única rua principal. Pra onde mais eu poderia ir? Quer que eu voe pelo céu como os fantasmas?
Ling Zisheng zombou e passou por elas com seus guardas. Em seguida, virou-se:
— Não me siga. Ou vou achar que você gosta de mim.
Wu Weixue o encarou friamente, mas por dentro estava tomada de raiva. Quando Ling Zisheng já estava suficientemente longe, ela disse às outras quatro senhoritas:
— Vamos nos separar aqui.
Wu Weixue e suas acompanhantes partiram imediatamente.
As quatro jovens suspiraram aliviadas e se esconderam às pressas dentro de uma joalheria, como se temessem que Wu Weixue pudesse voltar atrás.
A senhorita da Família Yao bateu no próprio peito e disse:
— Eu fiquei tão assustada dentro da carruagem, sentada ao lado dela… Tive medo de que usasse aquela gota de desfiguração facial para arruinar nosso rosto.
— Eu também fiquei com medo. Quando ela mandou que descêssemos da carruagem, desejei sair correndo na hora. Mas não me atrevi, porque o avô dela é o Primeiro-Ministro, e o meu trabalha para ele — comentou a jovem da Família Zhang.
— Vocês acham mesmo que ela usaria aquela gota para estragar o rosto de outras garotas? — perguntou a moça da Família Shang.
— É verdade — respondeu a dama da Família Song, com firmeza.
— Pode nos contar mais? — pediram as outras três, inclinando-se para mais perto.
— Não sei exatamente o que aconteceu. Mas vocês sabem que minha tia é Song Yan, a segunda cunhada da Wu Weixue. Minha tia contou que meu primo viu, com os próprios olhos, Wu Weixue usar a gota de desfiguração facial para arruinar o rosto de uma menina. E até hoje o rosto dessa menina não se recuperou. O mesmo aconteceu com a minha prima.
Ela fez uma pausa, depois continuou com um tom mais baixo:
— Fui visitá-la há alguns dias e me assustei com o estado do rosto dela. Estava tão apodrecido… ainda havia pele e carne, mas era horrível. E o cheiro… Não consegui ficar lá por muito tempo.
Nesse momento, a jovem da Família Zhang puxou levemente a manga da amiga, sugerindo que olhasse para trás.
Ela se virou — e viu Wu Weixue parada na entrada, lançando-lhes um olhar gélido.
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Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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