Capítulo 161: Uma maldição inevitável
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A pagoda fora construída pelo primeiro imperador do Reino de Tianxing, a um custo altíssimo. Apesar de toda a sua rica história, era considerada um símbolo do Templo de Lianfo.
Também servia como lar de uma variedade de tesouros preciosos, armas mágicas e relíquias dos abades de gerações passadas.
No entanto, naquele momento, estava reduzida a cinzas. Apenas sessenta por cento dos tesouros foram salvos. A maioria das armas mágicas e relíquias dos andares superiores fora consumida pelo fogo. As chamas que queimaram as armas mágicas eram chamas espirituais, capazes de destruí-las com facilidade.
— O que está acontecendo?! Quem ateou fogo?! — o ancião Tongmiao gritou em voz alta, pois a relíquia de seu Mestre estava guardada na pagoda.
— … — Wu Chenzi permaneceu em silêncio.
O monge responsável pela limpeza da casa de hóspedes apontou para os cadáveres e disse:
— Ancião Tongmiao, foram eles! Atearam fogo para queimar a pagoda!
O ancião Tongmiao ficou atônito com a notícia. Atearam fogo? Mas foi ele quem trouxera aquelas pessoas ao templo… Isso significava que ele era o culpado? Se não os tivesse trazido, nada disso teria acontecido.
Olhou para a multidão. Todos os monges encaravam os corpos no chão. E então avistou Wu Chenzi entre eles.
Franzindo o cenho, o ancião Tongmiao perguntou, tomado de raiva:
— Primeiro-ministro, não acha que me deve uma explicação?
Todos voltaram seus olhos para Wu Chenzi.
— O que isso tem a ver com o primeiro-ministro? — perguntou o ancião Tongji.
Embora um dos ladrões fosse guarda de Wu Chenzi, todos preferiam acreditar que ele jamais se envolveria no roubo de uma arma celestial.
O ancião Tongmiao então disse, encarando Wu Chenzi:
— Foi o primeiro-ministro quem me pediu para receber esses convidados.
Na verdade, ele nunca simpatizara com os tais convidados que Wu Chenzi lhe pedira para acolher. Só os recebera por respeito ao pedido do primeiro-ministro.
A multidão olhou para Wu Chenzi em choque.
— … — Wu Chenzi estava claramente frustrado.
A verdade era que apenas o ancião Tongmiao, Sang Lun e o próprio Wu Chenzi sabiam que fora ele quem enviara Sang Lun ao Templo de Lianfo.
Sempre acreditara que Tongmiao manteria esse segredo para sempre. E Sang Lun não revelaria nada a ninguém, pois precisava manter-se vivo. Dessa forma, Wu Ruo jamais descobriria que Wu Chenzi fora o responsável por enviar Sang Lun ao templo — mesmo tendo se deparado com ele lá.
— Pedi ao ancião Tongmiao que os acolhesse porque senti compaixão por eles. Mas o que eu não sabia era que… — bateu no próprio peito, com uma expressão de pesar — … seriam capazes de fazer algo tão vil.
Apesar da tristeza e da raiva que demonstrava, muitos ainda duvidavam dele.
Subitamente, o ancião Zhou gritou:
— O que está acontecendo? — perguntou o abade.
— Abade, olhe para o Buda seco! — exclamou o ancião Tongzhou, mostrando-lhe a arma celestial. A esfera dourada deveria conter runas em sua superfície.
Agora, porém, ela estava lisa. Só poderia se transformar em um lótus dourado se ativada com poder espiritual. Não era mais capaz de assumir outras formas. Estava claro que a verdadeira arma celestial fora trocada durante a luta dos ladrões.
— Por quê? Como isso aconteceu?! — o abade quase desmaiou. O ancião Tongzhou o segurou a tempo e o ajudou a se levantar.
— Está bem? — perguntou, preocupado.
O abade fez um gesto com a mão e falou em voz alta:
— Temos que informar o Imperador para que conduza uma investigação completa!
Wu Chenzi franziu o cenho — tudo parecia jogar contra ele. Precisava encontrar uma saída.
Wu Ruo se virou, escondeu o rosto nos braços de Hei Xuanyi e sorriu alegremente, sem que ninguém percebesse.
Logo a notícia chegou ao Imperador. Ao saber que a pagoda havia sido incendiada, enfureceu-se e foi pessoalmente ao Templo de Lianfo, escoltado por guardas. Ao saber que Wu Chenzi estava envolvido, ficou ainda mais furioso.
— Primeiro-ministro, eu tinha grandes expectativas para seu retorno ao trabalho. É assim que me retribui? Veja o que aconteceu apenas no segundo dia após sua volta. Seu primeiro guarda é um ladrão de armas celestiais? E ainda se alia a outros para incendiar a pagoda? Não importa se o senhor está diretamente envolvido ou não — sua culpa é inegável!
O Imperador deu um forte tapa na mesa ao ver a pagoda queimada pela janela.
— Alteza, por favor, acalme-se. Não se enfureça tanto — tentou consolá-lo o eunuco-chefe.
— Peço perdão pelo meu erro, Majestade! Imploro por sua misericórdia! — Wu Chenzi caiu de joelhos, suplicando.
Os lábios de Ling Mohan se curvaram num leve sorriso. Wu Chenzi… desta vez você não escapará.
— Misericórdia? — o Imperador sorriu, sarcástico. — Nem mesmo sua decapitação seria punição suficiente por esse erro.
Wu Chenzi então falou, com frieza e dureza ocultas no olhar:
— Majestade, antes de tomar uma decisão, poderia investigar com mais cuidado? Pois acredito que tudo isso tenha relação com Wu Ruo.
Havia frieza nos olhos de Ling Mohan.
— Wu Ruo? — o Imperador pareceu confuso.
— O homem que uma vez lhe pediu uma recompensa diferente no dia da competição.
— E o que ele tem a ver com isso? — perguntou, ainda mais intrigado.
— Se não fosse ele ter demonstrado tanto interesse em ver a arma celestial, eu nunca o teria trazido ao Templo de Lianfo. Ele e seu esposo são os únicos, além de mim, que sabiam que viríamos ver a arma celestial.
O Imperador refletiu e mandou o eunuco-chefe chamar Wu Ruo e Hei Xuanyi.
Ambos compareceram diante do Imperador e do príncipe herdeiro.
O Imperador dirigiu-se a Wu Ruo com severidade:
— O primeiro-ministro disse que nada disso teria ocorrido se você não tivesse solicitado ver a arma celestial, e por isso está envolvido em toda essa confusão. Qual é sua explicação?
— Majestade, estou sendo injustamente acusado. Como já sabe, estou ansioso para ver a arma celestial, mas o primeiro-ministro nunca aprovou minha solicitação. Jamais imaginei que meu desejo se realizaria.
Mas, para minha surpresa, enquanto dormia na madrugada de hoje, o primeiro-ministro apareceu e disse que me levaria ao Templo de Lianfo para ver a arma celestial.
Se eu realmente tivesse a intenção de roubá-la, teria me preparado com antecedência. Todos sabem que é extremamente difícil roubar algo de valor no Templo de Lianfo.
Além disso, eu esperava ver a arma celestial dentro da pagoda, antes mesmo de meu esposo e eu chegarmos ao templo. Inesperadamente, ela já havia sido retirada da pagoda.
Fiquei chocado ao vê-la na sala de meditação do abade. Por que eu acreditaria que teria uma oportunidade de roubar a arma celestial, justamente depois que ela fora tirada da pagoda?
E mais: não conheço aqueles ladrões. Como poderia ordenar que roubassem a arma celestial? — explicou Wu Ruo.
A explicação de Wu Ruo era tão impecável que ninguém conseguiu refutá-la.
—Mestre Huo, qual é a sua opinião? — perguntou o Imperador ao Mestre Huo, responsável pela investigação.
—Majestade, segundo o que esse jovem disse, ele é a origem de tudo isso. Mas parece que não tem ligação com o restante. Um dos ladrões é o guarda Yao, que não poderia receber ordens de Wu Ruo — respondeu Mestre Huo.
—Ele pode manipular Yao Jinkun — retrucou Wu Chenzi.
—Pelo que sei, esse jovem é um cultivador de sexto nível. Como poderia manipular alguém do sétimo? — questionou o Mestre Huo.
—Ele pode ter pedido ajuda a outra pessoa para controlar Yao Jinkun.
—Nesse caso, essa pessoa seria você, primeiro-ministro. Se não me engano, sua linguagem da alma é extremamente poderosa. Agora está jogando a culpa sobre seu subordinado para que ele assuma tudo quando você é pego cometendo um crime — Ling Mohan zombou.
—Alteza, recomendo que pese suas palavras. Como eu, sendo primeiro-ministro, poderia roubar uma arma celestial? — disse Wu Chenzi com severidade.
—E o que há de errado com as minhas palavras? Vai negar que Yao Jinkun é seu guarda? Ou que foi você quem trouxe aqueles homens para a casa de hóspedes do Templo de Lianfo? Nada disso é invenção minha. Aliás, há algo mais que eu gostaria de dizer — Ling Mohan se voltou para o Imperador — Pai, lembrei de mais uma coisa importante.
—Fale.
—Quando entrei, o ancião Tongzhou disse que a arma celestial verdadeira havia sido substituída por uma falsa. E essa falsa só pode se transformar em lótus.
—É verdade — confirmou o Imperador com um aceno.
—Como sabemos, apenas o senhor, o primeiro-ministro, os abades e os anciãos do templo conhecem as formas em que a arma celestial pode se transformar. Ninguém mais sabe como ela realmente se parece, embora conheçam sua existência. Pense bem. Nem mesmo minha mãe, a imperatriz, conhece as formas da arma, imagine eu ou qualquer pessoa comum sem envolvimento com o governo — disse Ling Mohan, despertando a consciência de todos.
—Qual é a sua explicação, primeiro-ministro? — perguntou o Imperador, encarando Wu Chenzi.
—… — Wu Chenzi permaneceu em silêncio.
Ele não sabia como fazer aquilo soar plausível. A menos que o Imperador, os abades e os anciãos do templo tivessem armado uma cilada para incriminá-lo, contando a Wu Ruo sobre as formas da arma celestial, o que era impossível. Afinal, os abades e os anciãos não tinham nenhum motivo para envolvê-lo assim. E o Imperador tinha muitas outras formas de puni-lo sem precisar usar a arma celestial como pretexto.
Então, quem contou a Wu Ruo sobre as formas da arma?
Wu Chenzi olhou para Wu Ruo, que permanecia com o olhar voltado para o chão. Não podia se rebaixar perante Wu Ruo. E não podia perder dessa vez.
—Majestade, Yao Jinkun é um dos meus guardas mais próximos. Ele me acompanha praticamente todos os dias. Talvez, em algum momento em que eu estivesse embriagado, tenha deixado escapar algo. Foi assim que ele soube — disse Wu Chenzi.
Wu Ruo lançou um olhar de canto para Wu Chenzi. Parecia que ele pretendia jogar toda a culpa sobre Yao Jinkun.
Ling Mohan zombou da tentativa de Wu Chenzi e disse:
—Primeiro-ministro, vai dizer agora que Wu Ruo manipulou Yao Jinkun para contar a ele sobre as formas da arma celestial?
—Essa é apenas uma suspeita minha, de que Wu Ruo pode estar envolvido no caso. Mas eu nunca afirmei que ele com certeza o está. Depois da análise de todos, parece mais provável que tenha sido Yao Jinkun quem planejou tudo, já que sabia que eu havia trazido aqueles homens para a casa de hóspedes do templo e poderia supor que eu também havia trazido Wu Ruo para ver a arma celestial — respondeu Wu Chenzi.
—Mas você acabou de dizer que apenas você, Wu Ruo e o esposo dele sabiam que vieram aqui para ver a arma celestial — rebateu o Imperador.
—É verdade. Mas uma vez, comentei diante de Yao Jinkun que hoje não viria ao trabalho. Minha suposição é que ele deduziu o que eu faria e, então, passou a me vigiar e aproveitou para roubar a arma celestial — explicou Wu Chenzi.
—E o que pensa o Mestre Huo? — perguntou o Imperador.
—Majestade, concordo que é bem provável que o guarda Yao tenha planejado tudo, já que cometeu suicídio imediatamente após ser capturado, o que indica culpa e medo.
O Imperador assentiu e olhou para Wu Chenzi:
—Primeiro-ministro, como já disse antes, mesmo que não esteja diretamente envolvido no crime, está longe de ser inocente. Foi você quem trouxe Wu Ruo para ver a arma celestial. Foi seu guarda quem a roubou. Foi você quem permitiu que aqueles homens ficassem no Templo de Lianfo. Sendo assim, está destituído do cargo e abriremos uma investigação completa. Tem alguma objeção?
Não era exatamente uma punição severa.
—Não tenho objeções. Estou disposto a aceitar sua decisão — respondeu Wu Chenzi, inclinando-se.
Wu Ruo e Ling Mohan trocaram um breve olhar, mas logo desviaram.
O Imperador se dirigiu ao Mestre Huo com seriedade:
—A destruição da pagoda e o roubo da arma celestial são acontecimentos graves. Você deve investigar tudo a fundo. Toda a família dos criminosos será executada.
A arma celestial era um tesouro que protegia todo o império. Seu roubo era imperdoável.
—Sim, Majestade.
O Imperador se preparou para sair, mas antes de deixar o salão, olhou para Wu Ruo e disse ao abade:
—Dou-lhe minha palavra de que investigaremos a verdade por trás de tudo isso e faremos todo o possível para recuperar a arma celestial. Volte para casa em segurança. Quanto à reconstrução da pagoda…
Lançou um olhar para Wu Chenzi, atrás dele.
—O primeiro-ministro assumirá toda a responsabilidade. Foi ele quem trouxe os criminosos para o templo.
—Gratidão, Majestade — disseram o abade e os monges, ajoelhando-se.
—De volta ao palácio — ordenou o eunuco-chefe.
Wu Chenzi e o Imperador deixaram o Templo de Lianfo. Wu Ruo e Hei Xuanyi os seguiram.
O ancião Tongzhou, observando-os, murmurou:
—O que tinha de acontecer, aconteceu. É um desastre inevitável, uma maldição da qual não se pode fugir. É a ruína do Templo de Lianfo. Mas ao menos, pagamos todas as nossas dívidas pecaminosas.
Assim que Wu Ruo e Hei Xuanyi retornaram à Mansão Hei, Numu os recebeu com um sorriso radiante.
—Pegamos Fujin no exato momento em que tentava fugir do Templo de Lianfo.
—E quanto a Sang Lun e os outros? — perguntou Wu Ruo.
—Sang Lun é um sujeito muito astuto. Ele e outros três conseguiram escapar de nós. O restante foi morto e jogado no rio. Também eliminamos todos os cúmplices do primeiro-ministro, exceto um — disse Numu, guardando o sorriso.
—Quem?
—Você vai saber assim que vê-lo. Está no meu pátio.
Numu os levou até seu quarto. Um homem estava amarrado a uma cadeira, com os olhos vendados.
Wu Ruo se aproximou e, ao vê-lo de perto, reconheceu Wu Yu. Naquele instante, entendeu por que Wu Chenzi havia armado para ele naquele dia. Wu Yu era seu primo.
Se tudo desse errado e Wu Yu, sendo cúmplice dos ladrões e primo de Wu Ruo, fosse capturado, então Wu Ruo também seria considerado parte do roubo da arma celestial. Nesse caso, toda a família Wu da Cidade de Gaoling seria envolvida. Como o Imperador dissera, toda a família seria decapitada.
—Eu não o conhecia. Mas ele disse que nos viu na loja de remédios e me contou que era seu primo. Por isso o trouxe para cá.
—Ruo! Ruo! É você?! — Wu Yu exclamou, emocionado ao ouvir as palavras de Numu.
—Você se livrou do espírito demoníaco que estava em seu corpo? — perguntou Wu Ruo.
—Sim, consegui. O primeiro-ministro me ajudou a me livrar dele — disse Wu Yu, em desespero. — Ruo, diga ao seu amigo que eu não vou contar nada sobre o que aconteceu. Por favor, peça a ele que me deixe ir. Prometo que não direi uma única palavra!
Wu Ruo soltou uma risada sarcástica.
Parecia que Wu Yu não fazia ideia de que Wu Chenzi o havia usado como uma peça para atingir Wu Ruo.
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Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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