Capítulo 162: Não me importo de ir mais longe com isso
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Wu Yu ficou ansioso por não ouvir nenhuma resposta de Wu Ruo e se apressou em dizer:
— Ruo, diga alguma coisa. Você vai mesmo ficar olhando seu amigo me matar?
— Wu Yu, pode me dizer o que fez no Templo de Lianfo? — perguntou Wu Ruo.
Wu Yu ficou em silêncio diante de uma pergunta tão repentina.
— Como posso te ajudar se você não responder? Mas, mesmo que não diga, eu já sei a resposta.
Wu Ruo se aproximou e se inclinou para sussurrar no ouvido de Wu Yu:
— Foi Wu Chenzi quem te mandou roubar a Arma Celestial, não é? Você foi bem ousado em tentar roubar a Arma Celestial do Templo de Lianfo sendo apenas um cultivador de nível seis. Se superestimou demais.
— Como você sabe disso? — Wu Yu ficou surpreso.
— Sabe por que Wu Chenzi te mandou roubar a Arma Celestial? — Wu Ruo questionou.
— Ele não disse exatamente o motivo. Só falou que eu devia esse favor a ele por ter me livrado do espírito maligno no meu corpo. E que me recompensaria com outro prêmio se eu tivesse sucesso — Wu Yu acrescentou, tentando provar seu ponto: — Estou dizendo a verdade. Você tem que acreditar em mim.
— Claro que acredito. Porque você nunca teria ajudado Wu Chenzi se soubesse o motivo verdadeiro por trás disso — Wu Ruo respondeu com um sorriso.
— Qual é? Imagino que ele quisesse a Arma Celestial pra ele.
— Ele é o primeiro-ministro, Wu Yu. Se quisesse, poderia usar a Arma Celestial a qualquer momento. O verdadeiro motivo de ter te mandado roubá-la foi para me envolver no caso, caso você falhasse. Se fracassasse, você seria punido — e três gerações da nossa família seriam decapitadas. Nesse cenário, toda a Família Wu da Cidade de Gaoling seria executada — inclusive eu.
Quando Wu Chenzi sugeriu visitar a Arma Celestial, Wu Ruo já suspeitava que era uma armadilha. Já tinha imaginado várias formas que Wu Chenzi poderia usar para matá-lo. Mas nunca pensou que ele prejudicaria toda sua família. Por sorte, mandou Numu esperar do lado de fora do templo, pois não queria perder nenhum detalhe. No fim, acabaram capturando os cúmplices de Wu Chenzi — o que confirmava que o plano era basicamente como ele havia previsto.
— !!! — Wu Yu.
Então essa era a verdade. Se soubesse antes, jamais teria feito isso.
— Ruo, foi um erro meu. Por favor, me deixa ir. Eu não sabia o motivo.
— Não se preocupe. Eu vou te deixar ir. Somos primos, como eu poderia assistir à sua execução? — Wu Ruo disse a um guarda: — Coloque ele numa caixa e mande para Wu Chenzi.
O rosto de Wu Yu empalideceu na hora e ele disse, em pânico:
— Ruo, você não pode fazer isso comigo! Não pode me mandar de volta para Wu Chenzi! Ele não vai poupar minha vida! É o mesmo que me matar! Por favor, Ruo, eu te imploro. Sou seu primo. Como pode fazer isso comigo?
— Quando meu irmão foi capturado pelos monstros, você se lembrou de que ele também era seu primo? — Wu Ruo zombou.
O guarda enfiou um pedaço de pano branco na boca de Wu Yu.
Wu Yu se debateu em puro terror.
O guarda o jogou dentro de uma caixa e a carregou para fora.
— Ruo, você vai mesmo mandá-lo para Wu Chenzi? — perguntou Numu.
— Você acha que eu seria tão cruel com meu próprio primo? — Wu Ruo devolveu a pergunta.
— O que me preocupa é que você se arrependa depois. Só estou confirmando — disse Numu, que já tinha ouvido de Wu Xi sobre Wu Yu e sabia que ele não era boa pessoa. Por isso, não tentou defendê-lo. Mas temia que Wu Ruo acabasse se arrependendo por ter condenado um parente à morte.
— Agora que você capturou Fujin, o que vai fazer com ele? — Wu Ruo mudou de assunto.
— Vou levá-lo de volta para o meu clã e julgá-lo segundo as regras do clã.
— Mantenha vigilância total. Ele não pode fugir de novo.
— Já destruí a terra espiritual dele e quebrei as veias dos braços e pernas. Não tem como fugir de mim — Numu sorriu com escárnio.
— Isso quer dizer que você vai embora em breve? — perguntou Wu Ruo.
Numu hesitou e assentiu:
— Vou partir amanhã ou depois de amanhã. Lembre-se do que sempre digo: venha me procurar no Clã dos Magos quando quiser.
— Entendido.
Wu Ruo e Hei Xuanyi voltaram para o próprio pátio.
— Nosso pátio é o melhor — disse Wu Ruo, respirando fundo sob o sol.
Então pulou nos braços de Hei Xuanyi com entusiasmo, enroscando os braços e pernas ao redor dele:
— Tô todo melado e grudento. Vamos tomar um banho enquanto damos uma olhada na Arma Celestial?
Wu Ruo só conseguia relaxar e ser ele mesmo diante de Hei Xuanyi. Com os outros, até mesmo com seus pais, precisava estar sempre alerta ou manter uma fachada. Não podia mostrar sua frieza verdadeira diante dos pais, pois não queria que descobrissem que ele não era mais um filho doce e inocente.
Os lábios de Hei Xuanyi se curvaram em um sorriso. Ele levou Wu Ruo para o banho e o ajudou a tirar as roupas quando os criados já tinham preparado a água quente e os utensílios.
— Alguém sentiria a presença da Arma Celestial se eu a tirasse aqui agora? — perguntou Wu Ruo, abraçado a ele.
— Toda a casa está protegida por uma grande formação contra qualquer tipo de vazamento de energia espiritual — respondeu Hei Xuanyi.
Wu Ruo tirou a Arma Celestial, entregou a Hei Xuanyi e perguntou com um sorriso:
— Você acha que vale a pena trocar uma Arma Celestial por um milhão de taéis de prata?
Hei Xuanyi pegou a arma e recitou alguns encantamentos. A esfera da Arma Celestial se transformou em uma flor de lótus.
— Você lembra o feitiço? — Wu Ruo ficou surpreso.
Estava preocupado de não conseguirem ativar a arma se errassem o encantamento.
— Sim — Hei Xuanyi continuou, e a arma mudou novamente, assumindo a forma de um sino do dharma. — Que arma extraordinária! Pode se transformar em diferentes formas.
Armas mágicas comuns, como as que ele mesmo forjava, geralmente tinham apenas uma forma, como a de uma lanterna. Mas esta podia se transformar de lanterna para guarda-sol budista, o que era impensável.
Wu Ruo achou que era a arma perfeita para Hei Xuanyi e por isso disse:
— Pode ficar com ela para seu uso pessoal.
— Temo que o Imperador já tenha adivinhado que você está com a arma — respondeu Hei Xuanyi.
Wu Ruo ficou um pouco surpreso e se lembrou do jeito como o Imperador o olhou mais cedo naquele dia.
Wu Ruo sabia que o Imperador não aceitaria sua proposta de pedir outra recompensa no dia da entrega dos prêmios, mas fez questão de dizer aquilo em voz alta por um motivo.
Enquanto o Imperador não aprovasse oficialmente o pedido para olhar a Arma Celestial na pagoda, Wu Chenzi não poderia concordar com algo não autorizado. Isso significava que Wu Chenzi teria que tirar a arma da pagoda para deixá-lo vê-la.
Com base no que aprendeu em sua vida passada, Wu Chenzi era perfeitamente capaz de persuadir o abade a levar a Arma Celestial para fora. Nesse caso, ele poderia usar a técnica de Manipulação Espiritual para controlar Sang Lun e seus cúmplices e queimar a pagoda.
Naquela manhã, durante o café da manhã, aproveitou uma brecha para se esgueirar até a casa de hóspedes do Templo de Lianfo e controlar os cúmplices de Sang Lun usando a técnica de Ocultação das Sombras.
Por sorte, aqueles homens não eram mais poderosos do que ele — por isso conseguiu manipulá-los.
Ele retirou roupas pretas de sua Zona de Sombras para que aqueles homens as vestissem. Em seguida, seguiu o ancião Tongzhou até a pagoda interna e ateou fogo espiritual em um dos cantos. Mesmo que os companheiros de Sang Lun não tivessem iniciado o incêndio, o fogo espiritual que ele acendera já seria suficiente para reduzir a pagoda a cinzas.
Mais tarde, quando todos puderam ver a arma celestial por completo, ele se aproximou da janela e aproveitou a oportunidade para esconder a arma verdadeira em sua Zona de Sombras, trocando-a por uma falsa.
Também utilizou a runa de ilusão que Wu Chenliu havia desenhado para enganar Wu Chenzi, evitando ser descoberto. Apenas uma runa criada por um cultivador de nível nove poderia ser eficaz o suficiente para enganar um grande cultivador.
Wu Chenliu, no entanto, não lhe dera aquela runa. E ele também não tinha como pedir uma runa de ilusão diretamente a Wu Chenliu, já que precisava tomar extremo cuidado para não revelar seu segredo. Aquela runa, na verdade, pertencia a Wu Xi. Wu Chenliu a havia dado a Wu Xi para ser usada em emergências — e foi dela que ele a tirou.
Quando o ancião Tongzhou levou a arma celestial de volta à pagoda, ele manipulou os companheiros de Sang Lun para que roubassem a arma. Era um plano para matar dois coelhos com uma cajadada só: Wu Chenzi acabaria levando a culpa, e o abade acreditaria que Sang Lun foi quem trocou a arma verdadeira pela falsa. Assim, Wu Ruo poderia sair completamente inocente da situação.
Quanto a Yao Jinkun, ele pediu a Ling Mohan que o levasse ao templo. Isso porque ele não acreditava que apenas incendiar a pagoda e roubar a arma celestial fosse suficiente para derrubar Wu Chenzi. Por isso, envolveu a Família Yao no plano. Se a Família Yao fosse eliminada, o equilíbrio de forças entre o príncipe herdeiro e o segundo príncipe seria rompido — o que, no fim, favoreceria o príncipe herdeiro.
— Ele não vai viver muito — disse Wu Ruo, voltando à realidade. — Não tenho medo, mesmo que ele descubra. Além disso, estou ajudando o filho mais velho dele a conquistar o trono. Ele é quem devia me agradecer por isso. A arma é um presente de gratidão.
— Você tem razão. Não temos por que temer, mesmo que ele saiba — disse Hei Xuanyi, segurando-o nos braços.
Se o Imperador resolvesse ferir Wu Ruo por causa da arma celestial, Hei Xuanyi acabaria com a vida do Imperador antes que ele pudesse se mover.
De repente, Wu Ruo ficou corado ao sentir as mãos do homem passeando por uma parte inominável de seu corpo. Ele lançou um olhar severo, mas tímido, para Hei Xuanyi:
— Em que parte do mundo você acha que está tocando?
— Todos os meus espermatozoides foram ejaculados dentro de você esta manhã, na carruagem — murmurou Hei Xuanyi com voz rouca, beijando-lhe a orelha. — Se eu não tirar isso de você, você vai ficar doente.
— Já passou o dia todo. Já saiu tudo — respondeu Wu Ruo.
— Posso colocar mais dentro, então.
— Hei Xuan… Um…
O restante das palavras de Wu Ruo foi engolido por Hei Xuanyi. Pouco depois, os servos cadáveres que guardavam do lado de fora só conseguiram ouvir os gemidos e os suspiros abafados que vinham do banho.
Como a pagoda era o edifício simbólico do Templo de Lianfo e estava situada no ponto mais alto do templo, era impossível esconder o fato de que havia sido incendiada. Apenas meio dia depois, a notícia já havia se espalhado por toda a capital. Quando a Família Yao soube que Wu Chenzi havia colocado toda a culpa sobre eles — o que poderia levar à decapitação da família inteira — o caos se instaurou na residência da Família Wu.
As outras três famílias ficaram profundamente decepcionadas com a atitude cruel de Wu Chenzi. Afinal, as cinco famílias estavam entrelaçadas havia centenas de anos. Mesmo que se voltassem umas contra as outras, Wu Chenzi não deveria ter arrastado a Família Yao para a morte. Isso criava o temor de que ninguém mais ousasse se aliar à Família Wu.
O Chefe da Família Wu, incomodado com os protestos da Família Yao, expulsou todos os convidados de sua mansão. Em seguida, dirigiu-se ao pátio de Wu Chenzi, onde viu o chão coberto de destroços. Não era difícil imaginar o quanto Wu Chenzi havia surtado pouco antes.
— Vossa excelência…
Estrondo!
Wu Chenzi varreu todas as xícaras da mesa com um único movimento e gritou:
— Pare de me chamar de “vossa excelência”! Não ouse repetir isso! Eu não sou mais o primeiro-ministro!
— Chenzi, o que aconteceu hoje? Você não tinha um plano para arruinar Wu Ruo? Então por que a Família Yao foi quem acabou incendiando a pagoda? — perguntou o Chefe da Família Wu, com as sobrancelhas franzidas.
Ao ouvir o nome “Wu Ruo”, os olhos de Wu Chenzi se encheram de frieza, e logo ficaram vermelhos de raiva.
— Subestimei Wu Ruo. Algumas coisas saíram do meu controle. Ele pegou a arma celestial. Eu nem faço ideia de como ele descobriu a verdadeira forma da arma…
Como o Chefe da Família Wu já conhecia os detalhes do que havia acontecido no Templo de Lianfo, conforme relatado pela Família Yao, não havia necessidade de pedir mais explicações.
— E agora? Vamos mesmo ver toda a Família Yao ser decapitada? Se isso acontecer, as outras três famílias ficarão decepcionadas conosco e podem deixar de nos apoiar.
Se isso se tornasse realidade, ele já podia imaginar o que seria do destino da Família Wu.
— É claro que não podemos deixá-los à própria sorte. Mas eu não sou mais o primeiro-ministro. Precisamos bolar um bom plano — respondeu Wu Chenzi, com seriedade.
Eles ainda precisavam da Família Yao para manter o bisneto de Wu Chenzi. Quando o garoto fosse coroado como imperador, então tanto fazia quem estivesse vivo ou morto.
— Vossa excelência… — disse um guarda do lado de fora do pátio.
— Já disse para não me chamarem assim! — gritou Wu Chenzi, furioso.
O guarda encolheu os ombros, amedrontado, e abaixou a voz:
— S-senhor… há uma caixa para o senhor.
— De quem?
— Tragam.
— Sim, senhor.
Logo depois, quatro guardas entraram carregando uma grande caixa.
— Isso está pesado? O que tem aí dentro? — perguntou o Chefe da Família Wu.
— Vamos abrir e descobrir — disse Wu Chenzi, com frieza.
De repente, ouviram um som estranho vindo de dentro da caixa.
— Tem uma voz aí dentro — comentou o Chefe da Família Wu, surpreso, recuando rapidamente junto de Wu Chenzi.
Wu Chenzi lançou seu poder espiritual na direção da caixa e confirmou:
— Pode ser alguém aí dentro.
O Chefe da Família Wu apontou para um dos guardas:
— Você. Vá e abra a caixa.
— Sim, senhor.
O guarda hesitou, mas logo assentiu. Retirou a espada presa ao cinto e cortou a corda da caixa. Com uma mão, segurou a tampa; com a outra, manteve a espada apontada. Quando o barulho cessou por um instante, ele levantou a tampa rapidamente — e viu um homem amarrado lá dentro.
— É um homem! Está amarrado!
O Chefe da Família Wu e Wu Chenzi se aproximaram e examinaram a pessoa dentro da caixa. Por fim, reconheceram-no:
— Você é Wu Yu!
Wu Yu se agitou ao ouvir a voz de Wu Chenzi, mas logo ficou paralisado ao se lembrar do que Wu Ruo havia dito.
O Chefe da Família Wu retirou a toalha que tampava a boca de Wu Yu:
— Por que você está dentro de uma caixa?
— Eu… eu não sei — respondeu Wu Yu, sem coragem de revelar que fora capturado por um dos amigos de Wu Ruo. Se Wu Chenzi soubesse que ele fora enviado por Wu Ruo, certamente o mataria. — Eu estava no Templo de Lianfo, alguém me acertou por trás… Quando acordei, já estava preso aqui dentro.
Com muitos anos de liderança à frente da Família Wu, nem o Chefe nem Wu Chenzi eram ingênuos o suficiente para acreditar naquela versão.
— Tem certeza de que não sabe por quê?
— Eu realmente não sei o que aconteceu — insistiu Wu Yu, mesmo sentindo o coração afundar.
Wu Chenzi sorriu com desprezo e usou a Técnica da Linguagem da Alma para perguntar:
— Diga a verdade. Como você foi parar dentro dessa caixa?
Wu Yu era apenas um cultivador de nível seis, completamente indefeso diante da técnica de um cultivador de nível nove.
— Foi o Wu Ruo… Ele me colocou na caixa e me mandou pra cá.
— Então quer dizer que você já sabe por que eu te mandei ao Templo de Lianfo? — perguntou Wu Chenzi, estreitando os olhos.
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Capítulo 162: Não me importo de ir mais longe com isso
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Comeback of the Abandoned Wife
Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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