Capítulo 212: Obrigado pelas suas palavras gentis
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Wu Ruo não ficou satisfeito com os presentes que o Velho Hei lhe apresentou. A principal razão era que ele ainda não tinha certeza sobre a verdadeira identidade de Hei Xuanyi.
Se ele fosse o príncipe herdeiro e Wu Ruo comprasse presentes que agradassem à família real, outros poderiam achá-lo um sujeito astuto demais, tentando bajular a realeza de forma deliberada.
Se Hei Xuanyi não fosse o príncipe herdeiro, então aquilo poderia ser visto como uma grosseria, já que os presentes foram preparados especialmente para a família do príncipe.
Por isso, decidiu ele mesmo desenhar uma joia e pagou uma boa quantia para contratar um artesão que pudesse confeccioná-la em poucos dias. Uma joia com design exclusivo seria uma forma de expressar sua educação, independentemente de agradar ou não à família de Hei Xuanyi.
Depois, enquanto comprava ingredientes herbais em outros andares da loja de medicina, aproveitou para perguntar aos médicos sobre a doença por deficiência de luz solar.
Assim que terminou suas compras, saiu para adquirir brinquedos para Eggie e roupas novas para a Vovó Fantasma e o Velho Hei. Os quatro só voltaram à estalagem para almoçar no meio da tarde.
Após a refeição, Wu Ruo retirou dez mil taéis de prata do depósito e os entregou ao Velho Hei para trocar por notas.
Depois de fazer a troca, o Velho Hei foi até a choça deteriorada contar ao Vovô Pang que Wu Ruo estava disposto a ajudar seus netos, explicando também todas as possíveis consequências. Quando ouviu que Wu Ruo os ajudaria gratuitamente, o Vovô Pang não hesitou em levar as crianças até a estalagem.
Wu Ruo perguntou, olhando para os pequenos que tremiam em seus braços:
— Vovô Pang, o Velho Hei deve ter lhe contado sobre a possibilidade de o tratamento falhar. Ou pior que isso…
O Vovô Pang chorava:
— Ele me contou tudo. Em vez de vê-los sofrerem em dor, prefiro arriscar. Talvez sobrevivam.
— Coloque-os na cama — disse Wu Ruo.
Ele então pegou o livro que havia recebido de um médico. Consta que os métodos para tratar a doença por deficiência de luz solar estavam registrados ali há anos. Mas ninguém jamais havia conseguido aplicá-los com sucesso.
O Velho Hei disse em voz baixa ao Vovô Pang:
— Vovô Pang, é melhor não incomodarmos o Mestre agora. Vamos comer no meu quarto. Que tal?
O velho se sentia desconfortável sentado ali, então decidiu ir com o Velho Hei.
Wu Ruo os observou saírem e voltou a estudar o livro. Depois, preparou um frasco de líquido medicinal usando um monte de ingredientes herbais.
Naquele momento, ouviu vozes do lado de fora do quarto.
— Pai, fiquei muito preocupado quando soube que você trouxe duas crianças aqui para tratamento. Tive medo de que estivessem te enganando. Então vim ver com meus próprios olhos.
— Grande Pang, cale a boca. Meu Mestre está preparando remédio — disse o Velho Hei.
— O que se pode esperar de um mendigo? — resmungou o Vovô Pang, irritado.
— Não me entendam mal — disse o tal Grande Pang, lançando um olhar ao Velho Hei. — Eu sou o pai delas. É natural que eu venha aqui verificar quem está ajudando meus filhos, certo?
Wu Ruo abriu a porta e saiu.
— Eu sou a pessoa que vai tratar seus filhos.
Grande Pang ficou surpreso ao ver Wu Ruo — tão bonito e bem vestido.
— Senhor You — uma voz baixa chamou sua atenção.
Wu Ruo olhou e ficou surpreso:
— Senhor Junxing.
— Que sorte te ver de novo — disse Junxing com um sorriso no olhar.
— Sim, que sorte! — respondeu Wu Ruo, sorrindo.
Se Wu Ruo não estivesse bastante certo de que não estavam sendo seguidos, teria suspeitado que Junxing os vinha seguindo o tempo todo.
O Vovô Pang cutucou Grande Pang e disse:
— Agora que você já viu quem está ajudando o pequeno Shui e a pequena Li, devia ir embora. Não atrapalhe o Mestre enquanto ele tenta salvar as crianças.
Grande Pang voltou ao normal. Ao lançar um olhar para a comida no quarto do Velho Hei, chegou a salivar:
— Quero ficar aqui pra ver como esse Mestre vai salvar meus filhos.
O Velho Hei entendeu na hora o motivo de Grande Pang querer tanto ficar. Pediu ao atendente que trouxesse mais comida.
Wu Ruo retornou para o quarto.
— Posso entrar para dar uma olhada? — perguntou Junxing antes de ir embora.
Wu Ruo por fim assentiu.
Junxing entrou no cômodo e explicou a razão de ter vindo até ali:
— Vim à Cidade de Chi comprar algumas coisas nos andares superiores. Quando passei por aqui, vi o mendigo sendo rejeitado por um comerciante e por um garçom.
Ele fez um escândalo do lado de fora da estalagem dizendo que seus filhos estavam sendo tratados para a doença por deficiência de luz solar.
Fiquei curioso com toda essa história. Por isso o trouxe. E, para minha surpresa, encontrei você.
— É só um teste. Não tenho certeza de que vai dar certo — disse Wu Ruo, servindo-lhe uma xícara de chá.
— Vou apenas sentar aqui e não vou te atrapalhar. Então não precisa se preocupar comigo — respondeu Junxing, aceitando o chá.
— Certo.
Como Wu Ruo não tinha tempo para conversar, voltou a se concentrar na preparação da medicina.
Junxing deu um pequeno gole no chá, depois voltou o olhar para as crianças na cama e, por fim, fixou os olhos na arma mágica flutuando sobre Wu Ruo.
Estava quase certo de que era uma arma mágica de alto nível. Mas, no momento, Wu Ruo a usava como se fosse uma lanterna. Que desperdício!
Seus lábios se curvaram num leve sorriso, achando aquilo divertido.
Junxing então voltou seu olhar para o rosto de Wu Ruo. Depois de tantas vezes em que haviam se encontrado, era a primeira vez que conseguia observá-lo com clareza.
A luz branca brilhava sobre ele, fazendo com que Wu Ruo parecesse ainda mais puro e elegante.
“Como a lua radiante no céu”, pensou ele. “Só se pode admirá-la de longe. Aproximar-se seria como violar sua beleza.”
Seus cílios negros e espessos tremulavam como plumas, brincando suavemente com qualquer coração que os encarasse. Seu rosto perfeito, o nariz imponente e os lábios rosados o tornavam mais belo do que qualquer figura retratada nas pinturas mais famosas.
Era assustadoramente lindo — tão lindo que se tornava difícil saber se era homem ou mulher. Uma beleza ardente que conquistava corações.
Sempre se dizia que a luz das lanternas embelezava as pessoas. Mas a beleza que estava concentrada preparando remédios à luz mágica era ainda mais deslumbrante.
Junxing já havia visto incontáveis mulheres bonitas, mas ainda assim não conseguiu evitar encarar Wu Ruo. Só voltou à consciência quando alguém bateu à porta. O chá que segurava já estava frio.
Como Wu Ruo continuava concentrado fazendo a medicina, Junxing deixou a xícara de lado e foi abrir a porta.
Do lado de fora, estava o Velho Hei, que se surpreendeu ao ver Junxing atendendo:
— O jantar está servido — disse respeitosamente.
Junxing olhou para Wu Ruo, que ainda estava ocupado com as ervas:
— Pode jantar primeiro. Assim que ele terminar de preparar o remédio, janto com ele.
Para sua surpresa, Wu Ruo passou a noite inteira acordado preparando medicamentos. Antes disso, o Vovô Pang havia dado mingau para as crianças e lhes dado banho.
Wu Ruo soltou um suspiro após colocar a última gota do líquido na garrafa.
— Que horas são agora?
— Por volta das oito. Segundo dia de abril — respondeu Junxing, levantando-se.
— O quê? Já é um novo dia? — Wu Ruo ficou surpreso.
— Você faz isso com frequência? — perguntou Junxing.
— Fazer o quê? — devolveu Wu Ruo.
— Esquecer do tempo enquanto se concentra em preparar medicamentos.
— Sim. Eu esqueço do tempo quando estou focado em fazer remédios. Mas meu… meu querido não me deixa pular nenhuma refeição ou passar a noite em claro por causa disso — ao mencionar Hei Xuanyi, Wu Ruo amoleceu.
Junxing se sentiu desconfortável ao ouvir Wu Ruo falar do marido.
— Seu marido fez o certo por você. Agora que terminou de preparar a medicina, vai tomar café?
— Sim.
Wu Ruo alongou o pescoço e desceu as escadas com Junxing para o café da manhã. Quando voltaram, Grande Pang e sua esposa estavam conversando com os filhos.
— Pai, estou com frio — disse o pequeno Shui.
A esposa de Grande Pang os cobria com cuidado:
— Quando o médico vier te tratar, você vai se sentir quentinho.
Assim que viu Wu Ruo, Grande Pang se ajoelhou diante dele:
— Eu te imploro, salve meus filhos!
Wu Ruo o ajudou a se levantar e disse:
— Leve uma das crianças para o banheiro lá embaixo. Vou testar meu remédio em uma delas para ver se funciona.
— E a outra criança?
— Se o medicamento funcionar, aplico na outra também.
— Certo.
Grande Pang levou sua filha escada abaixo.
— Tem certeza de que não quer descansar antes? — perguntou Junxing.
— Eles estão ficando fracos demais. Estamos ficando sem tempo.
Wu Ruo levou o líquido herbal que preparou até o banheiro e colocou os ingredientes do banho de ervas no barril que o Velho Hei havia deixado preparado.
Grande Pang colocou a filha dentro da água para o banho de ervas.
Quando o corpo da menina já estava suficientemente aquecido, Wu Ruo tirou algo estranho do bolso da cintura e colocou sobre a mesa.
O objeto era composto por uma agulha fina na parte de baixo e um pequeno funil no topo.
— O que é isso? — perguntou Junxing.
— Você viu aquele verme de fogo encantado perfurar o corpo da criança da última vez?
— Sim, vi.
— Estou tentando ver se consigo injetar o líquido medicinal diretamente no vaso sanguíneo da criança. Essa coisa aqui serve para transmitir o remédio.
Fui eu quem projetou, e paguei um artesão para fabricá-la. Mas ainda não dei um nome a ela.
Wu Ruo disse, apontando para a agulha:
— Esta ponta deve perfurar o corpo da criança, e o funil será preenchido com o líquido médico para que ele possa ser injetado no corpo da menina.
— Outros médicos tentaram banhos de ervas e medicamentos por via oral. Mas ninguém havia experimentado esse tipo de método — Junxing ficou admirado.
— Eu me inspirei no que aconteceu da última vez. Não tenho certeza se vou conseguir.
— Aposto que consegue.
Wu Ruo sorriu:
— Obrigada pelas palavras gentis!
Junxing sorriu de volta.
Como o corpo da menina estava aquecido, Wu Ruo pegou a agulha esterilizada, inseriu cuidadosamente na veia dorso da mão dela e despejou o líquido médico no funil.
Junxing não conseguiu evitar prender a respiração enquanto Wu Ruo despejava o líquido bem devagar.
Gran Pang, ansioso, perguntou:
— Você pode fazer isso mais rápido?
— O efeito do líquido é bem forte. Precisa de tempo para se misturar com o sangue. Se eu despejar rápido demais, o sangue vai ferver como água quente e a menina vai morrer queimada — respondeu Wu Ruo.
Junxing lançou um olhar severo para Gran Pang.
Gran Pang tremeu e não falou mais nada.
Cerca de meia hora depois, o rosto da menina finalmente ficou rosado.
— Senhor Junxing, poderia me fazer um favor e sentir o hálito dela? Por favor, me diga se o hálito está quente — Wu Ruo pediu a Junxing.
— Claro — Junxing colocou um dedo embaixo do nariz da menina e sentiu o calor do hálito dela. — Está quente. Está quente — disse, emocionado.
Não sentia essa emoção há tantos anos. Mal conseguia controlar a alegria e quase pulava de felicidade, como uma criança.
Wu Ruo olhou para ele e sorriu alegremente.
De repente, a menina cuspiu um jato de sangue pela boca.
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Capítulo 212: Obrigado pelas suas palavras gentis
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Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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