Capítulo 54: Está Prestes a Eclodir

Wu Zhu e Wu Xi retornaram da escola e ficaram extremamente surpresos ao saber o que seus quatro tios haviam feito. Nunca lhes passou pela cabeça que sua própria família, que sempre havia sido gentil com eles, faria algo tão vergonhoso. Mas, como eram mais novos, não havia muito que pudessem fazer para se vingar dos tios. Tiveram que engolir a raiva e ajudar Wu Ruo a classificar os materiais para refinar as armas mágicas.
Após o jantar, Wu Ruo deixou a Mansão Wu levando treze carruagens carregadas de materiais mágicos para a fabricação de armas, sob os olhares invejosos de todos no Pátio Sul.
O estalajadeiro Yu, que estava dentro de uma das carruagens, estava tão faminto que deu uma mordida enorme no pão recheado que Shi Yuan lhe entregou. Só depois de terminar de comer, finalmente falou:
— Meu… meu senhor, fiz minha parte conforme você ordenou. Agora pode cancelar nosso contrato?
Ao ouvir isso, Wu Ruo ergueu levemente a cabeça, olhando para ele com um sorriso falso:
— Estalajadeiro Yu, meu contrato é permanente. Ele não pode ser cancelado.
— O quê?! — O estalajadeiro Yu ficou furioso, mas não podia fazer nada.
— Enquanto for leal a mim, não sofrerá nenhum dano. Pode continuar sua vida como de costume. Sei bem que você detesta a sensação de ser escravo de alguém. Mas, por ora, o mais importante é que descubra como consertar sua mentira.
— M-minha mentira…? — Ele gaguejou, confuso.
— Você fez Wu Shi e os outros acreditarem que um amigo seu precisava das armas mágicas para capturar bestas. Mas meus tios não vão engolir essa mentira tão facilmente. Eles vão investigar. E quando descobrirem a verdade…
Wu Ruo parou de falar.
O estalajadeiro Yu engoliu em seco. Ele já conseguia imaginar quão miserável seria o seu destino. Desesperado, implorou:
— O que devo fazer?! Meu senhor, eu fiz tudo isso por você! Por favor, me salve! Não pode me deixar morrer!
Wu Ruo fez um sinal para que ele se aproximasse.
O estalajadeiro Yu inclinou a cabeça para escutar.
Wu Ruo sussurrou algo em seu ouvido.
O rosto do estalajadeiro Yu foi se contraindo conforme ouvia. No fim, cerrou os dentes e concordou.
Wu Ruo curvou os lábios em um sorriso e fez um gesto para Shi Yuan libertá-lo.
Assim que o estalajadeiro Yu saiu da carruagem, desapareceu no meio da noite, como se um fantasma o estivesse perseguindo.
Wu Ruo achou graça, mas logo mergulhou em seus próprios pensamentos.
O Ano-Novo estava se aproximando. Seus pais mereciam um início de ano feliz.
Quando retornou à Mansão Hei, encontrou Hei Xuanyi e Numu jogando xadrez no salão.
— Garoto, sua esposa voltou — Numu riu ao ver Wu Ruo.
Hei Xuanyi colocou a peça de xadrez que segurava de volta no tabuleiro e disse calmamente:
— Você voltou.
Wu Ruo teve a sensação de que estavam esperando por ele. Então sorriu:
— Já jantaram?
— Sim — respondeu Numu. Em seguida, perguntou: — E quanto aos seus presentes de noivado? Conseguiu recuperá-los?
— Todos — Wu Ruo se afastou um pouco, permitindo que vissem os criados carregando caixas de presentes para o pátio.
— Então, começarei a refinar as armas mágicas amanhã — Hei Xuanyi disse, num tom indiferente.
— Ótimo — Wu Ruo assentiu.
Eles haviam esperado tanto tempo para fabricar as armas mágicas porque temiam que Wu Qianjing conferisse item por item de acordo com a lista original.
— Está prestes a eclodir — Hei Xuanyi comentou repentinamente.
Wu Ruo ficou atordoado.
O quê? O que está prestes a eclodir?
— Eclodir? O que vai eclodir? — Numu perguntou, curioso.
Após um tempo, Wu Ruo finalmente entendeu do que Hei Xuanyi estava falando. Chocado, exclamou:
— Você está dizendo que o ovo branco que te dei está prestes a eclodir?!