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I Have a Sword to Ask the Heavens

Capítulo 22

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🟡 Em breve

As sombras da floresta engoliam as vestes carmesim de Suiyin enquanto ela fugia. A escuridão que a perseguia se aproximava rapidamente.

Ela arrancou uma videira seca de um carvalho. Energia espiritual crepitava em torno da espada improvisada. Girando no meio do passo, ela desferiu um golpe. A energia da espada traçou um rastro de geada branca sobre a terra.

O dragão se contorceu, mas não conseguiu evitar completamente o ataque. O escarlate floresceu ao longo de sua espinha. Seu rugido enfurecido derrubou as mudas ao redor.

Olhos como lamparinas seguiram a presa. Outro rugido trovejante. A floresta estremeceu quando uma parede líquida surgiu do nada, selando a rota de fuga de Suiyin.

Suiyin se virou e encarou o gigantesco dragão que a perseguia. Ela ergueu a espada, a ponta voltada para a besta. Provocado, o dragão avançou com um rugido estrondoso, ondas se ergueram ao seu redor, encurralando a cultivadora da espada contra a rocha.

Suiyin convocou energia espiritual, e o contorno tênue de uma espada surgiu atrás dela. Ela desviou das mandíbulas que se fechavam e da cauda que varria o ar, saltando sobre o dorso escamoso da criatura. O dragão se debatia violentamente, tentando lançá-la para longe.

Uma corrente apareceu na mão livre de Suiyin. Ela a lançou ao redor do pescoço do dragão, puxando com força enquanto cravava a espada espiritual para baixo. A lâmina se despedaçou contra as escamas blindadas, revelando as vinhas ressecadas se desintegrando em pó logo abaixo.

— Suiyin! Saia daí!

O grito de Lu Ciyou veio no momento em que o dragão avançava, se arrastando pelo chão para esmagar Suiyin contra uma árvore. Suiyin se impulsionou para o alto — apenas para a cauda da criatura acertar suas costelas. Ela colidiu contra o tronco, sangue jorrando de seus lábios.

As mandíbulas do dragão preencheram sua visão.

A Lança do Dragão Ascendente de Lu Ciyou cortou o ar, seu projétil flamejante atingindo a cabeça da besta. Embora o dragão de fogo se dissipasse sob os dentes que se fechavam, a distração permitiu que Suiyin rolasse para longe.

— Pegue isto! — Lu Ciyou lançou um frasco de elixir antes de tomar sua própria dose. O poder espiritual inundou suas veias, aguçando os reflexos enquanto desviavam de outro golpe da cauda.

— Nosso anel de armazenamento está vazio! — gritou Lu Ciyou durante a breve pausa. — Seis dias disso? Vamos acabar reduzidas a ossos!

— Eu vou prendê-lo — arfou Suiyin. — Mire no núcleo quando ele se expuser!

Ela lançou a corrente novamente, forçando a cabeça do dragão para cima. A ponta da lança de Lu Ciyou brilhou em carmesim enquanto ela canalizava poder espiritual.

— Liberte-nos e viverá! — exigiu Suiyin, os músculos tremendo enquanto o dragão ferido se debatia. Seu rugido em resposta sacudiu o vale, as escamas eriçadas de fúria.

A escuridão engoliu o céu enquanto a criatura ascendia. O coração de Lu Ciyou se apertou ao mover-se para perseguir — então congelou ao sentir a mão que segurava seu pulso.

Yan Li estava atrás dela, os cabelos ainda bagunçados pelos dias de inconsciência.

— Por quê? — disparou Lu Ciyou, os olhos indo de Yan Li à posição precária de Suiyin sobre o dragão. — O que a trouxe de volta para uma morte certa?

— Você ir até lá era inútil — insistiu Yan Li, puxando-a de volta enquanto olhava para o céu. — Esse dragão está furioso — quer provocar uma tribulação de ascensão à força para tornar-se um verdadeiro dragão, planejando morrer junto com Suiyin!

A tribulação celestial da ascensão de um dragão rivalizava com a de um cultivador no estágio da Grande Ascensão, capaz de carbonizar terras por quilômetros. Mas a cultivação dessa criatura nem havia alcançado tal nível. Como poderia convocar uma tribulação assim?

Yan Li estreitou os olhos. Enquanto o dragão se contorcia, ela notou um brilho em suas mandíbulas.

Claro — ele carregava um tesouro, usando-o para provocar a tribulação.

Lu Ciyou arregalou os olhos.

— Você está falando? Mas sua voz me parece estranhamente familiar…

— Suiyin! — Yan Li amplificou a voz com poder espiritual. — A boca do dragão guarda um tesouro! Pegue-o para dissipar a tribulação!

Acima delas, Suiyin ainda se agarrava ao dragão em frenesi, o estômago revirando. Roubar algo de suas mandíbulas? Mais fácil dizer do que fazer…

— Pegue a espada!

Um som metálico ecoou. A mão de Suiyin se fechou instintivamente em torno do cabo da Corrente Partida, o calor familiar inundando sua palma. Ela arregalou os olhos — não tinha abandonado essa espada no Festival das Lanternas?

Certo — Xia Shi dissera que o Reino Secreto de Lingyang se fechou abruptamente porque a Corrente Partida havia escolhido um novo mestre.

Sem tempo para perguntas.

Suiyin desceu a lâmina, rasgando as costas escamosas do dragão. Quando ele rugiu, ela deslizou para baixo de sua barriga e cortou seus meridianos com outro golpe.

O trovão retumbou — a tribulação se aproximava.

—Vou ajudar! — Lu Ciyou lançou seu dragão de fogo contra os olhos da besta.

Yan Li impulsionou o salto de Lu Ciyou com energia espiritual, tornando seus movimentos no ar ainda mais ágeis.

— Já era hora de você ajudar! — A jovem riu, mergulhando na batalha.

Suiyin manteve o foco nas mandíbulas do dragão.

— Lu Ciyou! Eu vou pegar os tendões — pegue o tesouro quando ele abrir a boca!

— Pode deixar!

Suiyin girou no ar e caiu sobre a espinha do dragão. Corrente Quebrada perfurou as escamas, alcançando o tendão grosso como um punho. Ela puxou—

O dragão congelou. Em seguida, veio uma convulsão violenta, seus guinchos estremeceram as nuvens.

A lança de Lu Ciyou cortou os olhos da criatura. Quando as mandíbulas se escancararam, ela agarrou um ovo dourado — rachado, quase despedaçado.

No instante em que o ovo saiu de sua boca, as nuvens de tempestade se dissiparam. A luz do sol retornou quando o dragão despencou, fazendo a terra tremer ao colidir com o chão.

Seguras, Suiyin e Lu Ciyou observaram a barreira quebrada desaparecer por completo.

— Hahaha! — Lu Ciyou ergueu triunfante a lança e o ovo — até que a risada virou uma crise de tosse sufocante.

Uma mão pousou em suas costas, batendo de forma firme e ritmada.

Suiyin, em silêncio, estendeu a espada.

— Obrigada por sua espada.

Yan Li assentiu levemente e recolheu Corrente Quebrada.

Quando Lu Ciyou finalmente recuperou o fôlego, já havia perdido o momento da devolução.

Ela apontou para a carcaça do dragão:

— E isso aí?

— Ossos de dragão, tendões de dragão, núcleo — tudo valioso. Lutamos duro por dias. Seria um desperdício.

Suiyin considerou aquilo e achou razoável.

As três dividiram os despojos: Suiyin ficou com os tendões e o ovo do dragão, A Li recebeu o núcleo, e Lu Ciyou ficou com o restante da carcaça.

— Por que pegou esse ovo misterioso em vez de carne de dragão? — Lu Ciyou riu. — Levar um dragão inteiro pra casa ia impressionar meus pais!

Suiyin estudou o ovo do tamanho da palma antes de guardá-lo no anel.

— Pode render uma sopa decente.

— E agora? Vamos atrás daquela mulher Xia? — Lu Ciyou perguntou.

Suiyin baixou o olhar, os dedos roçando distraidamente um no outro.

O silêncio se prolongou até que um leve farfalhar o interrompeu.

Lu Ciyou abriu a transmissão de voz recebida.

— O Pavilhão Liujin precisa de você na competição da Seita Imortal.

A jovem bufou.

— O Pavilhão Liujin tem que conquistar o primeiro lugar! Eu vou esmagar a Yan Li!

A mencionada Yan Li: “…”

Ela apenas ajustou a máscara, sem dizer uma palavra.

Durante a semana inteira de batalha contra o dragão, ela havia rompido a barreira entre a vida e a morte. O avanço refinou seus ossos e curou quase todos os ferimentos.

— A Li, vamos para o Reino Sanqing — declarou Lu Ciyou.

Yan Li assentiu.

— Eu também vou — murmurou Suiyin, o olhar baixo. — Depois de recuperar minha espada.

Lu Ciyou lhe deu um tapinha no ombro.

— Boa! Pra quê se lamentar por alguém que nunca ligou pra você?

A carruagem puxada por leões nevados partiu.

————

Quinze dias depois.

Xia Shi, recém-nomeada como anciã por Ye Xiao, lecionava aulas diárias e cuidava de tarefas da seita.

Saía ao amanhecer e, muitas vezes, só retornava à noite, depois de organizar os deveres dos discípulos.

Numa rara folga entre manhã e tarde, Ye Xiao a interceptou no caminho para o seu pico.

Xia Shi respirou fundo.

— O que o líder da seita deseja?

Ye Xiao zombou:

— Está reclamando?

Xia Shi forçou um sorriso.

— Pelo bem do Reino Sanqing, é uma alegria servir.

Nota dez de dez, com cem pontos no cinismo.

— Já que estamos na temporada de recrutamento, você deve supervisionar como anciã. Evite que os discípulos juniores ajam de forma imprópria e envergonhem o Reino Sanqing.

— Entendido.

Xia Shi partiu com as mangas esvoaçando, irradiando um ressentimento palpável.

— Você provocou ela de novo — comentou Shen Huaiwen, se aproximando com um tom divertido na voz, enquanto observava a figura furiosa se afastar.

Ye Xiao deu de ombros.

— Melhor manter ela ocupada, ou vai criar musgo.

— Concordo. Ela precisa seguir em frente.

————

Ao se aproximar da seita externa, Xia Shi viu uma fila interminável se estendendo — o posto de recrutamento.

O barulho crescente fazia suas sobrancelhas se franzirem a cada passo. Seu caminhar se arrastava, a relutância evidente no ritmo cada vez mais lento.

Cada fibra de seu ser resistia a se aproximar.

— Anciã Wuwei. — Um discípulo júnior fez uma reverência, estendendo um livreto de apresentação.

Xia Shi respondeu com um grunhido, lançando um olhar ao caderno.

— Isto é?

— Ordens do líder da seita. Hoje, a senhora deve registrar manualmente as informações dos novos discípulos.

— À mão? — Sua carranca se aprofundou.

Com toda essa multidão, sua mão cairia.

O discípulo assentiu.

Xia Shi: “……”

Quatrocentos anos atrás, o registro manual já tinha sido abolido. O líder da seita estava mesmo regredindo com a idade.

Quando abriu a boca para recusar, duas filas separadas surgiram ao lado de uma mesa previamente preparada. Disciplinas flanqueavam o local, sorrindo com expectativa.

——

“……”

Encurralada, Xia Shi forçou um sorriso e acompanhou.

O discípulo júnior explicou os procedimentos de registro.

— Você parece competente o bastante — sugeriu Xia Shi. — Por que não faz você mesmo?

— Ordem do líder da seita — respondeu o discípulo com um encolher de ombros, visivelmente resignado.

Desobedecer não era uma opção.

— Wang Wu, 22 anos. Raiz espiritual da Terra. Grau C. Estágio de Treinamento do Qi.

Xia Shi acenou mecanicamente para o próximo.

— Li Si, 36 anos. Raiz espiritual da Madeira. Grau B. Estágio de Estabelecimento da Fundação.

…………

O pôr do sol tingia o céu com um brilho dourado enquanto Xia Shi permanecia sentada de costas para a luz que se apagava. Seus cílios abaixados emolduravam olhos que pareciam pinturas; os lábios curvados num leve sorriso faziam-na parecer uma estátua divina banhada pela luz crepuscular.

Uma discípula júnior próxima a ela a encarava com espanto, até que o bocejo de Xia Shi interrompeu sua reverência. Corando ao notar a xícara de chá vazia, apressou-se em enchê-la novamente antes de espiar discretamente a fila restante.

— Faltam pouco mais de uma dúzia — sussurrou, abaixando-se.

Xia Shi massageou o pulso dolorido com um aceno cansado de cabeça.

No fim da fila, Suiyin mantinha o olhar fixo na mulher sentada. Nenhuma túnica simples conseguia esconder aquele rosto — cada traço era perfeito, mas estranhamente familiar, como se estivesse gravado em sua alma por incontáveis vidas. O peito apertava dolorosamente. Mesmo sendo uma estranha, sentia vontade de se aproximar, de se encostar como uma criança em busca de abrigo. Esse reconhecimento estranho… já o sentira antes, também com Xia Shi.

— O que foi? — Lu Ciyou cutucou-a de leve.

— Nada — respondeu Suiyin, observando a fila encolher.

Quando chegou sua vez, repetiu a frase padrão:

— Suiyin. Vinte e dois anos. Corpo Espiritual Celestial. Cruzei a barreira entre a vida e a morte.

Suspiros atravessaram a multidão. Nenhum Corpo Espiritual Celestial vivo havia superado essa provação tão jovem.

Suiyin continuava olhando para a pena imóvel na mão de Xia Shi.

— Anciã Wuwei? — um discípulo a chamou. — Última da fila.

Xia Shi rabiscou os caracteres finais.

— Entregue isso ao líder da seita.

Ao se levantar para ir embora, Suiyin saltou por cima da mesa, as mangas carmesim se abrindo no ar.

— Já nos vimos antes? — perguntou com os dedos trêmulos segurando a manga de Xia Shi.

A pergunta escureceu o olhar de Xia Shi. Com um giro do pulso, ela atirou Suiyin escada abaixo.

— Impertinente.

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Capítulo 22
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Na grande competição do Reino Sanqing, Suiyin conquistou o primeiro lugar em esgrima, recebendo a rara oportunidade de escolher seu mestre. Selecionar um mestre digno significava...

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