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I Have a Sword to Ask the Heavens

Capítulo 24

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🟡 Em breve

No silêncio profundo da noite, as palavras de Suiyin surgiram nos sonhos de Xia Shi.

—Você se parece com uma amiga minha.

A conversa que se seguiu revelou que depois haviam ido ao Vale dos Dragões Subjugados, lutando contra dragões por sete dias seguidos para obter o fruto de sangue.

A culpa cutucava a consciência de Xia Shi. Ela se remexeu na cama, o sono a abandonando.

Ela odiava dever dívidas.

Vestindo-se rapidamente, escapuliu do Pico Wentiang em direção ao pico principal.

Evitando discípulos em patrulha, ela se esgueirou até o aposento de Suiyin.

—Outro encontro à meia-noite?

A voz súbita levantou arrepios na pele de Xia Shi. Ela havia disfarçado a respiração — quem poderia tê-la detectado?

Girando rapidamente, quase esbarrou no rosto imponente da líder da seita.

Cambaleando para trás dois passos, ela franziu o cenho.

—O que está fazendo aqui?

Ye Xiao piscou em desaprovação, cruzando as mãos atrás das costas.

—Cuide dos seus modos, novata!

O coração acelerado de Xia Shi foi se acalmando aos poucos.

—Por que está acordado, Irmã Mais Velha?

—Enquanto lidava com a turbulência dos Treze Domínios Fantasmas, notei flutuações na barreira. — Seus olhos brilharam maliciosos. — Imagine minha surpresa ao encontrar minha irmã mais nova andando por aí às escondidas.

Xia Shi cruzou os braços.

—Estou andando pela Seita Sanqing onde cresci. Desde quando isso é se esconder?

Ye Xiao murmurou baixinho.

—Você não veio procurar alguém?

Esse pensamento não poderia ser escondido de ninguém.

Ela estendeu a mão e agarrou a gola da pessoa, dizendo:

—Ela já está dormindo agora; venha comigo.

O pico principal tinha um ponto em altura extrema, raramente visitado pelos discípulos por causa dos caminhos remotos e traiçoeiros.

Em pé no topo da montanha, Xia Shi contemplava a vasta paisagem dos picos da Seita Sanqing.

O luar da noite banhava os espíritos da montanha com uma fosforescência tênue, seu brilho cintilante refletindo o céu estrelado acima — uma visão de tirar o fôlego.

Ventania chicoteava no penhasco, embaralhando os cabelos de Xia Shi. Ela inalou fundo, o frio cortante envolvendo seu corpo como um abraço revigorante.

O frio se dissipou conforme o calor floresceu por seus meridianos.

Uma barreira materializou-se diante dela, carregando o aroma de chá fresco vindo de trás.

Com o vento agora bloqueado, tanto o frio quanto o calor crescente desapareceram.

—Venha provar o novo chá de Kunlun — chamou Ye Xiao. — Raramente compartilho isso.

Virando-se, Xia Shi viu Ye Xiao arrumando chá e doces sob uma árvore de flores prateadas — todos seus petiscos favoritos. Ela sentou-se em frente a ela, aceitando a xícara oferecida.

—Irmã Mais Velha tem algo a dizer?

Esse encontro à meia-noite não poderia ser sobre deveres — ela claramente a interceptara intencionalmente.

Ye Xiao suspirou levemente, a voz carregada de reprovação.

—Será que sempre preciso querer algo quando procuro por você?

Xia Shi fitou seu reflexo tremendo na xícara, as ondulações distorcendo a imagem a cada tremor.

Após longo silêncio, Ye Xiao contornou a borda da xícara com o dedo.

Sua voz cortou claramente a barreira.

—Você me ressente.

—Nunca. — Xia Shi tomou um gole do chá frio e fez uma careta.

Amargo.

O sabor acre perfurou da ponta da língua até o coração.

Ye Xiao suspirou novamente, mudando de assunto. Uma espada materializou-se em sua mão, que ela pousou ao lado da dela.

—Sei que procurou a Pedra Hanyu para consertos. Foi reparada.

As pestanas de Xia Shi tremularam enquanto o olhar repousava na Espada Longa. Seus dedos trêmulos pairaram inutilmente sobre a arma.

—O quê? Medo de segurar sua própria lâmina?

Xia Shi encolheu os dedos que recuavam, a voz se embargando.

—Pensei… que queria me impedir de empunhá-la.

—Você me ouviria se quisesse? — Ye Xiao levantou-se abruptamente, pressionando a espada reluzente de geada em sua palma. — Guarde sua espada. Não a perca de novo.

Xia Shi agarrou o cabo, as palavras da irmã mais velha ecoando.

Ela nunca perdera a lâmina física — apenas seu espírito da espada e convicção haviam escapado.

Ye Xiao permaneceu com as mãos cruzadas atrás das costas, sua voz dispersando-se ao vento como sinos distantes.

—A Mestre disse uma vez: ‘Além da vida e da morte, nada mais importa.’ Ainda me lembro quando você conquistou o primeiro lugar na competição da Seita Imortal, brilhando mais que todos. Naquele tempo, declarou: ‘Para um cultivador da espada, a espada na mão vale mais que a vida e a morte.’ Agora que a espada voltou para sua posse, você não voltará também?

A ponta do dedo tocou o corpo da espada. As rachaduras tinham sido consertadas tão bem que até ela mal conseguia notar que já estivera quebrada.

Uma lágrima caiu sobre a lâmina, espalhando-se silenciosamente pelo robe branco-lua, deixando uma mancha escura.

Uma mão quente tocou sua cabeça. Xia Shi congelou, captando um lampejo branco no canto do olho.

Shen Huaiwen sorriu, estendendo uma caixa ornamentada.

—Feliz aniversário, Irmã Mais Nova.

Hoje… era seu aniversário.

Xia Shi abriu a caixa e encontrou um delicado pingente para espada.

Poucos cultivadores de espada usavam pingentes, descartando-os como enfeites inúteis.

Mas a jovem Xia Wuwei os amava — o modo como os fios esvoaçavam a cada golpe de espada.

Ela prendeu o pingente firmemente no cabo. A lâmina pálida como geada e o pingente com fios de prata combinavam perfeitamente.

Os olhos de Xia Shi ardiam enquanto emoções guardadas por Quatrocentos Anos se derramavam.

Seus dedos continuavam a traçar cada rachadura remendada na espada.

—…Obrigada. — As palavras saíram trêmulas, ainda molhadas pelas lágrimas.

Shen Huaiwen suspirou suavemente, puxando-a para perto.

—Por que me agradecer? Como sua irmã mais velha, cuidar de você é meu dever. Você carregou muito peso todos esses anos.

O Pavilhão da Espada estivera selado por quatro séculos. Sua irmã mais nova estivera presa ali por igual tempo — aquela velha ferida ainda latejava como um espinho.

—

Xia Shi não se lembrava de ter voltado ao pico. Só recordava ter chorado nos braços de Huaiwen até a meia-noite, depois falado coisas sem sentido. A última lembrança era Ye Xiao a puxando para cima, irritada, enquanto Huaiwen ria.

Um leve sorriso tocou seus lábios ao se sentar. Seu olhar pousou na Espada Sem Coração descansando na caixa sobre a mesa, agora com bainha.

Pés descalços encontraram o chão frio enquanto ela se aproximava. O frio da espada parecia reconfortantemente real sob sua palma.

O céu estrelado da noite passada, a lâmina reparada, o cuidado das irmãs mais velhas — tudo parecia um sonho de quatro séculos que ela nunca quisera que acabasse.

Vestida com os trajes de anciã do Reino Sanqing e a espada presa ao quadril, Xia Shi se dirigiu para ensinar quando o sino de jade tocou.

Veio a transmissão da líder da seita: — Mestre Fan vai cobrir sua aula. Vá supervisionar o campo de treinamento.

Supervisionar era melhor que ensinar em qualquer dia. Xia Shi escondeu seu alívio.

Ela sempre fora a que era vigiada pelos anciãos antes. Nunca imaginou que um dia supervisionaria os outros.

No campo de treinamento, discípulos internos já praticavam com diligência. A autodisciplina deles tornava a supervisão fácil.

Xia Shi observava os ávidos discípulos novatos abaixo, escondendo suavidade no olhar.

Logo, uma garota se aproximou segurando a espada, olhos inquietos.

Xia Shi a reconheceu — aquela que esquecera de canalizar poder espiritual em seu artefato no Reino Secreto Lingyang.

Qin An, não?

— O que te preocupa?

Xia Shi percebeu os movimentos desajeitados de Qin An ao praticar o Estilo da Espada Sanqing, suas ocasional franzidas denunciando falta de compreensão.

— Anciã Wuwei — Qin An fez uma reverência respeitosa, segurando a espada com expressão preocupada. — Eu… não consigo controlar esta espada.

Uma espada que desafiava sua portadora…

Xia Shi pegou a lâmina. Sua fabricação era impecável, recém-forjada. Discípulas internas novatas raramente recebiam artefatos de alta qualidade, a menos que a arma escolhesse a mestra. Nem o acesso ao Pavilhão da Espada garantia tais tesouros.

— Esta espada —

Qin An apressou-se a explicar sob o olhar da anciã:

— Irmã Mais Velha Yan Li me presenteou com ela. — Seus olhos brilharam ao mencionar Yan Li.

Ao retornar ao Reino Sanqing, Qin An se preocupava constantemente com a segurança da irmã mais velha, mas não ousava questionar a líder da seita ou os anciãos. Até que, dias atrás, outra discípula lhe entregou esta espada, afirmando ser desejo de Yan Li.

— Demonstre o Estilo da Espada Sanqing — ordenou Xia Shi, devolvendo a arma.

Qin An recuou alguns passos antes de executar a sequência das treze formas. Cada pivô defensivo e investida ofensiva seguiam os movimentos prescritos com precisão de manual. Ainda assim, a espada se movia rígida em suas mãos, suas transições entre formas abruptas, não fluidas.

Uma pequena figura capturou a visão periférica de Xia Shi — Suiyin, imitando os movimentos de Qin An com uma espada de madeira. O Estilo da Espada Sanqing era a base do treinamento de todos os discípulos, e como a líder da seita claramente pretendia que Suiyin se juntasse às fileiras, a prática antecipada não faria mal.

Qin An embainhou a espada e esperou por um feedback.

— Você luta com outros?

— Eles não querem praticar comigo. — Qin An encarava os pés. — Os discípulos mais velhos dizem que sou muito nova. Não querem parecer injustos.

O olhar de Xia Shi se voltou para Suiyin, que imediatamente agitou sua espada de madeira e correu até elas.

— …Anciã! — A garota sorriu para Xia Shi sem nenhuma formalidade.

Qin An arregalou os olhos ao ver aquela face familiar.

— Você?!

Suiyin sorriu radiante.

— Sua parceira de treino chegou — disse Xia Shi a Qin An.

— Mas… — o brilho azul escuro do artefato de Qin An contrastava nitidamente com a espada simples de treinamento de Suiyin. — Eu não deveria usar espada de madeira também?

— Não. — O tom de Xia Shi não aceitava discussão. — Dominar aquela lâmina exige combate real.

Suiyin apontou sua arma de prática para frente.

— Chega de papo! Faz tempo que não cruzo espadas — não me culpe quando perder!

Enquanto as duas se enfrentavam na clareira, Xia Shi ergueu a mão. Uma barreira translúcida selou o espaço ao redor.

— Comecem.

Qin An nunca havia lutado contra ninguém. Ao comando, ela apenas apertou a empunhadura da espada sem se mover.

Suiyin arqueou uma sobrancelha, girou a espada de madeira e a envolveu com poder espiritual. A temperatura dentro da barreira despencou.

Xia Shi sentiu a espada presa à cintura estremecer brevemente.

Quando olhou para baixo, o pingente da espada estava imóvel — talvez tivesse imaginado.

As duelistas dentro da barreira agora se chocavam, ambas usando o Estilo da Espada Sanqing. Mas Qin An só conseguia se defender, recuando constantemente diante da fluidez da sequência das treze formas de Suiyin. A testa da garota mais nova brilhava em suor, toda tentativa de contra-ataque era esmagada antes mesmo de começar.

Uma dor súbita no pulso de Qin An. Sua espada caiu no chão com um baque.

Ela mordeu o lábio trêmulo, os olhos brilhando.

Suiyin estava sorrindo para a anciã fora da barreira, mas agora congelou ao ver as lágrimas de Qin An. A espada de madeira bateu no chão enquanto ela corria para pegar a lâmina caída.

— Foi mal — disse — fui com força demais.

— Não. Eu sou… inadequada. — Qin An passou a mão pelos olhos, erguendo o queixo com alegria forçada. — Obrigada. Agora vejo minhas falhas. — Pausa — Posso… desafiar você de novo?

— A qualquer hora!

A barreira se desfez. Qin An fez uma reverência a Xia Shi antes de apressar-se de volta ao campo de treinamento.

Suiyin saltitou até ela, sorrindo.

— E então?

— E então o quê? — Xia Shi retomou seu posto de observação de frente para o campo.

— Eu! Como eu fui?

Xia Shi olhou para cima enquanto Suiyin se inclinava. Seus olhos se encontraram — ainda lagos que refletiam robes carmesim e um sorriso brilhante como a primeira aurora da primavera.

Foi então que Xia Shi percebeu: o sorriso constante de Suiyin. A maneira como seus olhos se enrugavam, os lábios curvando-se como duas luas crescentes. As palavras escaparam involuntariamente.

— Linda.

Um riso alegre.

— Anciã! Eu quis dizer minha espada.

O calor inundou as bochechas de Xia Shi. Ela fixou o olhar à frente, as pontas dos dedos ardendo.

— Eu não mandei você seduzi-la!

A transmissão de voz, carregada e cerrada, veio de alguém que ela conhecia.

Xia Shi olhou discretamente para o lado. Na borda do campo de treinamento estava Ye Xiao com o rosto escurecido, os olhos ardendo de fúria.

— …

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Capítulo 24
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Na grande competição do Reino Sanqing, Suiyin conquistou o primeiro lugar em esgrima, recebendo a rara oportunidade de escolher seu mestre. Selecionar um mestre digno significava...

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